42. Não sou fã de brancos.

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Aquele foi um dia bem corrido. Depois de deixar as crianças na escola e ouvir mil reclamações de Henry e Luna porque não passamos no mercado para eles comprarem seus lanches, fomos para a faculdade aonde eu fiquei bem animada com a nova matéria: Neuroanatomofisiologia; que basicamente era o estudo da ornização anatômica e o funcionamento do sistema relação entre Neuroanatomofisiologia e psicologia.

Eu estava bem animada.

Assim que encerrou os estudos por hoje, Luke me deixou no trabalho com uma expressão bem preocupada no olhar.

— O que houve? — Perguntei tirando o cinto de segurança.

— Minha mãe. — Ele encostou a cabeça no banco com uma cara de cansado. — Ela não quer que eu e Jack vá na delegacia. Ela diz que apenas ela tem o direito de querer impor a justiça, e que eu e ele não temos que se meter. — Ele gesticulava olhando para mim indignado. — Eu não entendo porque ela não quer denunciá-lo! Eu sei que as vezes é difícil quando se tem uma consideração pela pessoa. Eu mesmo não deixei de amar meu pai mesmo ele sendo um péssimo ser humano! Mas ele deve pagar por tudo! — Ele cruzou os braços.

— Eu acho que você deveria deixar a sua mãe pensar sobre isso. Como ela mesmo te disse, ela é a envolvida. — Percebi o semblante do garoto relaxar aos poucos. — Deixa ela absorver essa história. Sua mãe é uma mulher muito forte Luke. Ela sabe o que é melhor para si mesma. — E com isso, abri a porta do carro e caminhei em direção às grandes portas do prédio.

Logo que as portas foram abertas, pude contemplar a empresa em um verdadeiro caos! Era funcionário para todos os lados. Pessoas carregando vestidos e acessórios; fotógrafos de um lado para o outro com seus equipamentos; decoradores carregando as decorações para todos os lados. Estava um verdadeiro caos.

Pude contemplar Jennie sorrindo para seu celular enquanto um homem tentava chamar sua atenção com uma prancheta em mãos.

— Ei! Você está me ouvindo? — Ele a chamava, mas era totalmente em vão.

— Oi boa tarde, o que precisa? — Entrei em sua frente vendo o quanto estava irritado.

— Preciso que me diga aonde colocar as luzes e preciso que assine aqui. — Ele apontou para um documento na prancheta.

Assinei o papel e indiquei os elevadores para que ele pudesse ir onde aconteceria o desfile. Em uma sala enorme que tomava um único andar inteiro. Em cima da sala de Monroe e abaixo do terraço. O lugar era imenso.

— Você está doida? — Cutuquei a menina que olhou para mim assustada, e automaticamente guardou seu telefone. — Você não vai trabalhar, não é? Tem noção que as coisas estão uma bagunça aqui embaixo?

— Desculpa Hannah! Me distraí com uma mensagem fofa do Dylan! — Ela apoiou a cabeça entre as mãos e sorriu igual uma apaixonada. — Ele disse que quando me viu, me achou uma completa estranha e pensou até se mandaria mensagem. Mas depois que começou a conversar comigo, viu que eu era legal. — A menina balançou os pés em baixo da mesa, parecendo uma criança. — Eu acho que estou amando! Olha a foto de perfil dele.

Ela estendeu o telefone mostrando um homem com um tom de pele preto claro, cabelo cacheado bem cheio e os olhos verdes bem claros. Ele estava usando um terno e segurava o mesmo com as duas mãos. Uma das mãos estava com um relógio e em seu rosto um sorriso enorme era notável. O menino realmente era bonito.

— Parece um dos nossos modelos. — Sorri para ela. — Só não é tão bonito quanto o meu namorado. — Peguei meu celular e procurei uma foto de Luke. Luke era o tipo de pessoa que vivia mandando fotos de tudo que estava fazendo, ou então pegava o seu celular e tirava várias fotos. — Olha. — Mostrei uma foto onde eu beijava a bochecha do menino que possuía um sorriso no rosto.

Os cachos do menino estavam bagunçados e caíam em seu rosto, seus olhos bem abertos mostrando o azul que muitas vezes eu sentia vontade de mergulhar, seu nariz era grande e sua boca era em um formato perfeito, completamente proporcional ao rosto.

— Não sou muito fã de brancos. — Ela fez uma careta debochada, nos fazendo rir depois de uns segundos.

— Agora que você já falou do seu novo namoradinho, pode voltar ao seu trabalho? — Perguntei, colocando uma das minhas mãos na cintura.

— Claro senhora. Eu ja estava indo fazer isso. — Ela cruzou as pernas e pegou o telefone de fio, digitando um número.

Balancei a cabeça e fui em direção a minha sala para fazer seja lá o que eu tinha para fazer hoje.

Assim que entrei, ouvi o celular tocar e corri para atendê-lo.

— Bom dia. Secretária do senhor Monroe, quem fala? — Perguntei, me sentando na cadeira e puxando alguns papéis e canetas caso tenha que anotar algo.

— Ele mesmo. Venha aqui em cima por favor. Preciso de uns favores. E traga um café. A recepcionista e nem Oliver estão atendendo.

— Tudo bem. Me dê cinco minutos. — Ele apenas falou um "ok" e desligou o telefone.

Pelo visto o dia seria agitado.

Passei na máquina de café e peguei dois. Antes de entrar no elevador e subir em direção a sua sala, resolvi ver se Oliver estava tão atarefado quanto todos pareciam estar.

Bati na porta e ouvi o garoto permitir a minha entrada.

Entrei vendo o menino com seus cabelos castanhos bagunçados em um corte fluffy hair. Ele parecia cansado e sua expressão não estava muito boa.

— Tudo bem? Vim ver se você está tão atarefado quanto eu daqui a alguns minutos. — Sorri e percebi ele sorrindo também.

Ele me encarou e pude notar as olheiras fundas em seu rosto. suas mãos estavam marcadas com tinta de caneta e diversos papéis em sua mesa, entregavam o quanto de trabalho ele tinha.

— Creio que eu esteja mais atarefado. — Oliver levantou da cadeira e se espreguiçou jogando o corpo para trás.

Eu me sentei na cadeira em frente a sua mesa e coloquei um café em cima.

— Acho que ele está no meu pé por conta do último ocorrido na empresa. — Falou voltando a se sentar. — A culpa é sua. — Ele sorriu brincalhão, voltando sua atenção para os papéis.

— Minha? Quem mandou você fazer barraco desnecessário? — Sorri, vendo ele sorrir também.

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