Devo confessar que foi um ótimo dia. Resolvi o problema da falta de modelo;
consegui resolver mais algumas papelada referente a parte lucrativa com os analistas, gestores, consultores e assessores; resolvi meu problema com Oliver e a paz finalmente reinou; e agora estava indo jantar com Jennie em um restaurante.— Estou exausta. — Ela simplesmente se jogou na cadeira e se esparramou toda. — Uma água por favor. — Levantou a sua mão vendo um homem com a pele negra em um tom claro e olhos verdes vindo em nossa direção. — Eita que beldade é essa. — Ela rapidamente ajeitou a coluna e sorriu.
— Fala sério! — ri. — Viemos aqui para relaxar, não para você paquerar os garçons!
— Boa noite moças. — Ele fez um rápido comprimento, com um sorriso. — Gostariam de fazer algum pedido?
— Sim, eu gostaria de pedir voc... — Quando Jennie estava prestes a terminar a fala, eu chutei a perna da menina. — Ai!
— No momento queremos só dois sucos — Peguei o cardápio de sucos e apontei para o primeiro que eu vi. — Esse aqui ó. — O garçom olhou com uma careta, mas mesmo assim sorriu.
Quando ele se afastou levando os nossos pedidos, encarei Jennie que tinha um semblante emburrado.
— Você estragou a minha chance de desencalhar! — Bufou. — Você deveria fazer o mesmo que eu ao invés de atrapalhar o meu romance.
— Eu não preciso "desencalhar" — Falei de uma forma irônica. — Eu já tenho um namorado.
— CALA A BOCA! — Ela se levantou com um sorriso enorme e uma surpresa nítida no olhar. — Por que não me disse isso?! Quem é o menino? Quantos anos ele tem?? Ele trabalha? Disse que te amava e quer casar com você? Me conta tudo!
— Calma! — Ri do desespero da menina e minha atenção foi desviada para o meu celular que tocava. — Peraí, um minuto.
— Precisamos fazer uma festa do pijama! Vamos contar todas essas coisas de adolescente. — Ela sorriu animada e eu apenas balancei a cabeça, me levantando da mesa com um sorriso.
Peguei meu celular e notei ser uma chamada de Luke já que o contato estava salvo como "amor" e um coração.
Meio brega mas eu nem me importava mais.
— Toc toc — Assim que eu atendi, essa foi a primeira coisa que ele disse.
— Quem é? — Resolvi entrar na brincadeira.
— O amor da sua vida. — Ele riu do outro lado da linha.
— Fake news. Eu não tenho nenhum amor. — Encarei meus pés, sentindo um sorriso em meus lábios.
— Ah é? Não foi isso que eu ouvi ontem. — Tinha uma certa malícia em sua voz.
— Para de ser bobo! — O repreendi com uma risada.
— Está no trabalho ainda? Vai demorar muito? Queria ficar um tempinho com você antes de fazer os milhões de trabalho da faculdade. — Ele falou com uma tristeza na voz.
— Desculpa amor, mas eu esqueci de avisar que já não estou mais no trabalho.
— Repete porque eu só consegui escutar você me chamando de amor. — Ele brincou do outro lado da linha, o que me tirou mais uma risada. As risadas era tão fáceis com ele. — Posso saber onde a senhorita se meteu?
— Estou em um restaurante aqui com a Jennie. — Olhei pela porta do restaurante lembrando o quanto eu estava demorando, quando notei Jennie conversando com o tal garçom. — Ela não tem jeito. — Falei baixo enquanto balançava minha cabeça.
— Jennie não tem jeito? Por quê? — Ele riu.
— Ela está afim do garçom do restaurante. O menino claramente está desconcertado com ela. — Expressei. — Mas enfim, vai resolver os trabalhos da sua faculdade. Ninguém mandou resolver ser engenheiro civil. — Falei de maneira irônica enquanto ele apenas ria.
— Tá bom amor. Que horas preciso ir te buscar?
— Eu acho que vou levar Jennie lá em casa, então você não precisa me buscar. Será que pode ficar com o Henry pra mim? — A surpresa foi nítida quando Luke suspirou.
— Então vocês vão fazer aquelas coisas de mulheres? Fofocar sobre homens, cuidar das unhas, passar maquiagem e assistir Barbie? — Ri ao lembrar do episódio em que Jennie havia dito tudo aquilo para ele.
— Exatamente. Eu não sei, talvez seja bom para mim ter uma amiga.
— Eu não sirvo, não é?
— Não é a mesma coisa. Como vou reclamar do meu namorado para o meu namorado?
— Tá bem, realmente não faz sentindo. Mas espero que não tenha que reclamar de mim.
— Eu espero também. Enfim, vou voltar para o restaurante porque você está acabando com os créditos do meu celular.
— É por um bem maior amor! Se diverte lá. E quando chegar em casa, me avisa.
— Tá bom. Beijos.
— Na boca? — Gargalhei de seu comentário.
— Como você é idiota.
Desliguei o telefone ainda escutando a risada dele em meu ouvido. Ele tinha uma risada tão gostosa.
Entrei pela porta do restaurante notando que Jennie ainda conversava com o garçom que agora estava sentado em meu lugar. Caminhei em direção a mesa podendo ver o sorriso de Jennie para mim.
— Olha Dylan, minha amiga chegou! — O garçom olhou para mim com uma cara de misericórdia.
— Olá. — Falei tentando ser educada. — Eu acho que no momento ele está em expediente Jennie. — Ele sorriu balançando a cabeça. — Por que não dá seu número para ele e depois vocês conversam?
O cara parecia concordar com tudo que eu dizia. Jennie pegou um guardanapo da mesa e uma caneta da sua bolsa, anotou seu número e entregou para o menino que levantou da mesa e saiu desesperado.
— Acho que ele gostou de mim. — Ela sorriu igual uma boba para o menino.
Notei que dois copos estavam em cima da mesa e deduzi ser o nosso pedido.
— Gostou do suco? — Perguntei enquanto levava um dos copos até a boca. Bebi o líquido e automaticamente cuspi tudo sentindo o gosto horrível na boca.
— Odiei tanto quanto você. — Ela ainda encarava o menino com a cabeça apoiada nas mãos. — Ele é tão lindo, né?
— Quê raios de suco é esse? — Levantei a minha mão vendo um outro garçom se aproximar.
— Ah não, esse não. — Jennie falou assim que ele se aproximou da mesa.
— Eu acho que houve um engano. — Eu explicava para o garçom tentando ignorar os comentários de Jennie. — Pedimos um suco mas eu acho que ele veio meio estragado.
O garçom pegou o copo e analisou sentindo o cheiro.
— Não está estragado senhora.
— Então porquê esse gosto do capeta? — Fiz uma careta, vendo ele ri.
— Acontece que as senhorita pediram suco de beterraba com coco. O suco menos pedido da loja.
Abri o cardápio entendendo o porquê Dylan tinha feito aquela careta quando eu fiz o pedido.
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O Amor Pode Curar
RomanceLIVRO I DA DUOLOGIA "O AMOR PODE CURAR". O que fazer quando não conseguimos enfrentar algo para seguir em frente? O que fazer quando achamos que está tudo bem, mas a verdade é bem diferente? O que fazer quando te falta algo que você jurou ser inexis...