46. Han.

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— Vamos Hannha! Luke e Luna chegaram. — Henry gritou da sala enquanto eu juntava os meus trabalhos que eu precisava entregar naquele dia.

Desci as escadas correndo, quase tropeçando nos próprios pés e rolando escada abaixo.

Ajeitei minha roupa, pronta para abrir a porta, quando Henry me olhou com uma careta.

— O que foi?

— Você se arrumando pro namoradinho. — Ele colocou a língua para fora e abriu a porta indo em direção ao carro. Respirei fundo, e saí tentando me sentir confiante.

Acho que estava dando certo. Pois a cada passo que eu dava em direção ao carro, Luke me olhava da cabeça aos pés. Era como se estivesse completamente fascinado.

Entrei no carro e o encarei com um sorriso.

— Bom dia, Luna. — A menina colocou o rosto entre os dois bancos para que eu pudesse beijar seu rosto.

— Bom dia cunhadinha. — Ela falou de um jeito mais animado que o comum.

— Posso perguntar o porquê está tão animada? — Arqueei minha sobrancelha, tentando não prestar atenção no olhar de Luke sobre mim.

— Hoje eu e Henry temos um trabalho em grupo com outros dois colegas da nossa sala. Eles parecem ser bem legais! — Luna sorriu, pegando o seu celular. — Vou mostrar uma foto deles para você. — Ela estendeu o telefone, onde um menino com o cabelo liso de franjinha, e uma menina ruivinha estavam fazendo careta juntamente com Henry e Hannah. Mas a careta de Henry não parecia ser tão boa.

— Muito lindos. — Olhei para Henry que carregava um olhar emburrado. — Talvez vocês se tornem um grupo maior. Imagina só! — Tentei animar Henry com minhas palavras, mas isso só animou mais a Luna.

Era nítido o ciúmes no olhar do garoto. Talvez estava com medo de Luna deixar ele de lado e preferir os outros novos amigos.

Luna falou o caminho inteiro o quanto estava animada para o dia de hoje e o quanto seria bom. Até que chegamos na escola e ambos entraram juntos. Por mais que Henry estivesse claramente triste com a situação, ele parecia sorrir todas as vezes quea menina introduzia ele no assunto sobre os novos amigos.

— Está bem. — Luke respirou fundo assim que as crianças saíram do carro. — Quando vamos nos casar? — Ele falou, me causando uma gargalhada. — Meu Deus como você está linda!

— Eu nem me arrumei tanto assim. — Menti. Na verdade passei a manhã inteira escolhendo uma roupa perfeita, arrumando meu cabelo e me maquiando.

— Nossa! Imagina quando se arrumar então. — Ele falou de maneira exagerada. — Eu sou completamente apaixonado por você. Não tenho dúvidas. Olha só pra você! É tão bonita que chega a ofuscar o brilho do sol! É tão bonita que as flores murcham quando você surge. Você é tão linda que nenhum pintor que já existiu nesse mundo, seria capaz de reproduzir um retrato seu! — Luke intercalava seu olhar para a rua e para mim.

— Você sabe com me deixar sem graça! — Dei um leve tapa em seu ombro, e ele deu um rápido beijo em minha bochecha enquanto voltava sua atenção para as ruas.

— Posso perguntar porquê está tão produzida? — Ele ergueu uma das sobrancelhas, enquanto olhava a estrada.

— Então, amanhã, como você já deve saber, é o grande desfile. — Eu abri o porta luvas, tendo a certeza de que ali tinha um pacote de bis. E realmente tinha. — Eu não tenho uma roupa formal o suficiente para o evento, muito menos Henry. Então, pensei em sair para comprar roupa depois do trabalho. Aí você leva as crianças nessa loja aqui. — Mostrei para ele um endereço.

— Conheço. Esse lugar é tão chique. — Ele juntou os lábios em um bico, como se estivesse impressionado.

— Sim. Certeza que vamos achar ternos e vestidos formais para os dois. — Guardei o telefone, pegando um bis do pacote e abrindo.

(...)

Confesso que não consegui prestar muita atenção na aula de hoje. Eu estava tão entusiasmada que mal consegui juntar as palavras do professor e formar as frases necessárias para o meu entendimento.

Luke veio em minha direção e perguntou se eu queria ir direto para o trabalho, mas neguei. Estava cedo e eu provavelmente não teria tanta coisa para fazer hoje na empresa. Então, puxei os braços do menino e corri para as arquibancadas para assistir um grupo de alunos que jogavam futebol americano.

Era legal ver eles se batendo por conta de uma bola.

Certeza que quando um estava com raiva do outro, eles descontavam tudo no esporte.

Luke pareceu animado quando nos sentamos e eu me animei para assistir. Ele torcia que nem um escandaloso, sendo que não precisava gritar tanto já que só havia eu e ele ali.

— Sabia que o time azul ganharia. Tinha a certeza! Eles estavam mil vezes mais preparados, e você viu o tamanho dos caras? Se eles me ameaçam eu me cago todinho.

— Franguinho chorão. — O acusei, vendo ele ri. Andamos mais um pouco pela escola até que deu o horário de buscar Luna e Henry. E fora isso, também precisava ir trabalhar e Luke ir ao seu curso.

— Quando começarei a trabalhar como fotógrafo na empresa? — Ele perguntou no caminho ao meu serviço.

— Amanhã. — Sorri ao ver os olhos arregalados em surpresa.

— C-como assim amanhã? — Perguntou tão surpreso que sua voz falhou. — Mas não tem um preparo? Uma entrevista ou até mesmo umas dicas de como sobreviver lá dentro?

— Bom, tem um conhecido na empresa que pode te ajudar. O nome dele é Michael e ele é um dos melhores fotógrafos de lá. — Entrei no Instagram e mostrei cada foto vendo o menino ficar impressionado.

— Não sei se quero mais trabalhar lá. Eles parecem tão profissionais e eu só tenho uns dois anos como fotógrafo.

— Michael tem um ano e alguns meses. — Arqueei minha sobrancelha, vendo ele perder os argumentos.

— Mesmo assim Han. Não é muita pressão começar a trabalhar no dia desse desfile do século?

— Me chamou de que? — Meus olhos focaram no rosto do menino que parecia não se importar em me chamar por um susposto novo apelido.

Han. — Ele repetiu com um sorisinho no rosto. — Seu nome é muito difícil de conseguir um apelido. Então pensei em Han.

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