— A empresa está o caos! As pessoas estão trabalhando igual loucas enquanto eu estou sem afazeres algum. — Sorri me sentando ao lado de Henry com um balde de pipoca em mãos. — Mas eu também venho trabalhando nesse desfile desde o ano passado! Esse desfile é de grande importância para o Senhor Monroe. Vai trazer uma enorme visibilidade para sua marca. — Henry imitava minhas expressões debochadamente enquanto escolhia um filme para assistirmos.
— Bom ver que a minha namorada é alguém tão dedicada. — Luke sentou ao meu lado com vários pacotes de doces. O que fez Luna e Henry sorrirem de forma imediata.
— Ain como é bom ver que minha namoradinha é tão dedicada. ai meu Deus, ai meu Deus. — Luna fez uma voz fina, causando altas gargalhadas entre as duas crianças.
— Muito bobos! — Henry falou, rindo do de Luna disse, se entalando com um milho de pipoca. Ele começou a tossir desesperadamente enquanto Luna gargalhava ainda mais. Dei um tapa em suas costas vendo um milho voar no tapete do chão.
— Meu Deus! Vi minha vida passando diante dos meus olhos. — Ele colocou a mão no peito fazendo drama.
Passamos o resto da noite assim. Com Luke deitado em meu ombro depositando pequenos beijos em meus lábios de vez em quando, com Luna e Henry concentrados no filme que assistiam, e comigo, grata por tudo aquilo.
Grata por ver que todo aquele amor e hospitalidade estavam me curando aos poucos. Era claro que somente aquelas coisas não iam bastar para me curar dos traumas. Era importante buscar ajuda e tratamentos. Mas só de saber que haviam pessoas ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida, eu já me sentia melhor.
Assim que Henry e Luna pegaram no sono um pouco antes do filme terminar, eram umas nove da noite. Eu precisa ir para casa. Balancei Luke que ainda estava deitado em meu ombro, com a boca aberta.
Lindo até dormindo de boca aberta. Como isso é possível?
— Fala. — Ele resmungou, se encolhendo mais perto de meu corpo.
— Me leva para casa. Vem, levanta. — Ele arqueou uma sobrancelha, e abriu os olhos.
— Você não vai dormir aqui?
— De novo? Já estou quase morando aqui! — Debati.
— Por mim, pode morar. — Fechou os olhos novamente, despreocupado.
— Está doido? Essa é a casa da sua mãe! — Balancei mais uma vez sua cabeça.
— Se ela não me botou para fora até agora, você acha que ela vai te colocar? — Declarou, deitando no braço do sofá para se afastar dos meus toques.
— Vamos Luke! Não trouxe nem roupa. — Bufei.
— Pega as minhas! Você já pega mesmo.
— E as escovas de dentes? — Debati.
— Tem escovas novas no banheiro.
— E meus matérias da universidade? — Ele bufou, vendo que havia perdido a batalha.
— Como você é chata. — Ele levantou do sofá, calçando seu chinelo com o rosto todo inchado. Isso só o deixava ainda mais fofo.
— Como você reclama. — Levantei também indo em direção ao Henry. — Isso tudo porque você não quer dormir longe de mim? É tão difícil assim?
— Você não tem noção. — Cutuquei Henry, me virando para trás e vendo o garoto com as costas apoiadas no balcão que dividia a cozinha e a sala. Ele tinha um sorriso de canto nos lábios e seus braços estavam cruzados. — Quanto tempo mais ou menos a gente precisa namorar para depois casar e morar juntos? — Ri de sua pergunta.
— Não sei. Com a gente as coisas são tão rápidas. — O encarei, cruzando os braços com um sorriso. Ele riu.
Henry se levantou com os olhos caídos de tanto sono. Ele olhou para Luke e depois para mim, e se deitou novamente virando para o outro lado.
— Vamos logo Henry! — Balancei o menino vendo ele reclamar ainda mais.
— Tô ouvindo vozes. — O menino falou enquanto ainda estava deitado. — Tá repreendido.
Demoramos mais ou menos uns trinta minutos tentando fazer Henry levantar. Até que Luke desistiu de me ver tentar e pegou o menino no colo, o levando para o carro.
— Depois ele fala que não é mais uma criança. — Luke resmungou, destravando a porta.
Juntei minhas coisas e de Henry. Passei pela sala e dei um beijo na testa de Luna, indo para o carro logo em seguida.
O caminho até em casa foi tranquilo. Luke parecia cansado então não incentivei ele a falar muito.
Assim que cheguei, destranquei a porta de casa e Luke colocou Henry em seu quarto. Tentei dar um rápido selinho no menino, mas ele me puxou pela cintura e me envolveu em seus braços. Sorrindo a cada beijo e a cada toque.
Era incrível o quando seus beijos me lebravam ainda mais o quando ele me ama.
— Vai para casa! Está tarde. — Me soltei de seus braços indo em direção a porta. Ele fez um bico e caminhou devagar até o carro. — Me avisa quando chegar.
— Vou fazer questão de avisar o quanto você partiu meu coração me fazendo dormir sozinho. — Ele entrou no carro, com seu bico ainda no rosto. ri da situação.
— Isso vai acabar quando você aceitar vim morar comigo. — Abri um sorriso quando o menino me encarou surpreso, e eu fechei a porta o deixando sozinho pela estrada.
Imagina ter Luke morando comigo? Seria como uma vida de casado sem estar casado. Poderíamos dormir juntos todos os dias, nos beijar a noite inteira, assistir diversos filmes e principalmente: Passar cada minuto um ao lado do outro.
Nossa como isso é brega!
(...)
Naquela manhã, eu estava tão disposta que resolvi me arrumar um pouco mais que o costume. Confesso que nunca fui de fazer maquiagens pesadíssima ou até mesmo me encher de jóias, mas amava me arrumar e me vestir a cada dia de um estilo diferente.
Coloquei uma blusa branca de manga longa, um vestido preto de alça estilo tubinho. Coloquei um curtuno preto e fiz duas tranças boxeadoras, de modo que a parte de cima do cabelo estivesse trançado e a parte de baixo solta em vários cachos.
Fiz uma leve maquiagem apenas para realçar mais a beleza que eu já sabia que tinha.
Humildade acima de tudo.
— Uau! — Henry falou assim que entrei na cozinha. — Olha como ela está felina. — Ele fez um gesto de "pata de gato" com as mãos, me fazendo gargalhar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Amor Pode Curar
RomanceLIVRO I DA DUOLOGIA "O AMOR PODE CURAR". O que fazer quando não conseguimos enfrentar algo para seguir em frente? O que fazer quando achamos que está tudo bem, mas a verdade é bem diferente? O que fazer quando te falta algo que você jurou ser inexis...