11. Odocoileus Virginianus

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Zumbido. Há um zumbido em seu ouvido, irritante e insistente. Isso arrasta Dean lenta e dolorosamente para fora de seu sono. Seus olhos estão grudados quando ele tenta abri-los, e ele tem que estender a mão e esfregar o sal de suas lágrimas e suor para que possa ver. Uau, ele realmente dormiu. E pelo jeito que seu corpo parece pesar mil quilos, ele dormiu muito. Seu cérebro deve estar recuperando todo o sono que ele perdeu no fim de semana desde...

Não, Dean não vai começar o dia pensando no que aconteceu na Cidade Fantasma.

Sua cabeça está doendo, e seu estômago está se revirando com um pouco de náusea, mas desta vez não é uma náusea de pensar em Alastair. É a boa e velha náusea da ressaca.

O zumbido continua e ele geme, abrindo os olhos novamente e enrugando a testa. Há luz entrando pela janela e o sol está alto no céu de inverno. Dean tenta o seu melhor para procurar a fonte do zumbido sem se mover muito, e ele vê seu celular no chão ao lado de seu colchão, dançando pelas tábuas do assoalho toda vez que vibra.

Engolindo a necessidade de vomitar, estalando os lábios e fazendo uma careta com o gosto de uísque e sangue em sua língua, ele se atrapalha, batendo no chão algumas vezes antes de conseguir pegar seu telefone, apertando os olhos para o identificador de chamadas. É Bobby.

Gemendo novamente, ele abre o telefone e o pressiona contra o ouvido, fechando os olhos contra a luz do dia que entra pela janela.

"Sim?" ele cumprimenta, sua voz como uma lixa.

"Sim?" Bobby imita, parecendo sem graça. "Rapaz, isso é jeito de falar comigo em uma tarde de terça-feira?"

Dean abre os olhos novamente. "Tarde?" ele resmunga. Ele deveria estar na escola. Merda.

Ele pode realmente ouvir Bobby revirando os olhos do outro lado. "Você não está na escola, está?" Não é uma pergunta.

Dean engole em seco e passa a mão pelo rosto salgado. "Não, estou doente", ele mente, exausto demais para tentar fazer parecer convincente. Bobby apenas zomba do outro lado.

"Guarde as desculpas para o seu pai. Não foi por isso que eu liguei", diz Bobby.

Dean aperta os olhos para o relógio na parede. Já é quase uma hora. Porcaria. "E aí?"

Ele ouve Bobby se mexendo do outro lado, provavelmente na loja de artesanato fazendo a papelada. "Você teve notícias do seu cara, Castiel? Ele deveria ter vindo trabalhar ontem à noite e não apareceu."

Dean boceja, apenas parcialmente ouvindo, ainda exausto. Três dias sem dormir farão isso com você, ele supõe. "Meu cara? Bobby, Castiel não é meu cara."

"Oh, diabos, você sabe que eu não quis dizer isso", Bobby bufa. "Mas vocês são amigos, né?"

Dean enterra o rosto no travesseiro, bocejando novamente, pronto para voltar a dormir. Sua cabeça está latejando. "Não", ele responde no meio de seu bocejo. "Não, não realmente. Nós apenas batemos ombros nos corredores às vezes. Eu realmente não conheço o cara."

Bobby cantarola do outro lado. "Eu pensei que vocês meninos disseram que eram amigos", ele murmura. "Oh, bem, não importa, eu acho. Vamos ver se ele aparece hoje à noite. Me ligue se você o vir?"

Dean murmura algo afirmativo, e ele acha que ouviu Bobby murmurar algo como "idjit preguiçoso" antes de se despedirem um do outro e Dean fechar o telefone, jogando-o de lado no chão. Ele rola, encontrando a melhor posição que mantém a pressão fora de seu estômago enjoado e puxa o cobertor até o nariz.

hautley's bend || DESTIELOnde histórias criam vida. Descubra agora