hautley's bend || DESTIEL

34. Esperança - 2

Eles passam o resto da tarde vagando pela pequena rua principal da cidade. Isso lembra muito a Dean de Rail Pass, como ela é pequena, embora tudo aqui cheire a chuva e peixe, e as buzinas de nevoeiro possam ser ouvidas por toda a cidade. A melhor coisa sobre isso é que ninguém reconhece Dean aqui, e ele tem Castiel com ele. Não importa que o tempo esteja uma merda — Dean não consegue pensar em nenhum lugar onde ele preferiria estar do que no Maine com Cas, longe de toda a merda de Vermont.

Eles tiveram que obter instruções com Haley, dona do motel, na recepção para encontrar a rua principal, mas a cidade em si não é tão complicada. É pequena e fácil de navegar e, caso se percam, basta caminhar em direção ao mar para encontrar o caminho de volta ao motel. As ruas são em sua maioria tranquilas, e apesar do frio, a maioria das lojinhas está com as vitrines abertas. Há barracas com cartazes anunciando o preço do peixe recém-pescado aqui e ali que Dean imagina que estejam abertas pela manhã, quando os barcos de pesca pescam.

Ele e Cas encontram um pequeno bar à beira-mar para jantar. Está cheio de moradores antigos e casais jovens que Dean pode dizer que viveram aqui durante toda a vida. É preciso ser um cara nascido e criado em uma cidade pequena para conhecer a aparência de pessoas como ele, e Dean pode dizer que há algumas gerações de moradores da cidade neste bar. As pessoas ficam olhando quando Dean e Castiel entram pela primeira vez, mas todos parecem relativamente acolhedores e amigáveis, se é que prestam atenção a Cas e Dean.

Os dois encontram uma mesa perto das janelas dos fundos, de onde podem contemplar a água cinzenta e o crepúsculo frio e prateado. Eles comem sanduíches de peixe surpreendentemente deliciosos no jantar, e Dean até pede um segundo, devorando-o tão rapidamente quanto o primeiro porque está morrendo de fome, não tendo comido muita coisa o dia todo. Castiel não perde a oportunidade de zombar dele por causa de seu grande apetite novamente, então Dean acaba mastigando de boca aberta, estalando os lábios obscenamente até que ele e Cas estão rindo e todos os moradores estão olhando para eles como se fossem loucos.

Eles deixam uma grande gorjeta.

Quando terminam, caminham de mãos dadas pelas docas do porto perto do bar, Dean fumando um cigarro, admirando todos os velhos barcos de pesca de madeira com suas redes e mastros que parecem clichês. A maioria deles parece desgastada e bem usada, e Dean não tem dúvidas de que esses barcos estão todos na água todos os dias pescando, o que parece ser a principal indústria desta pequena cidade. Dean não prestou atenção ao tipo de carga que Garth transportava em seu grande caminhão saindo da cidade, mas ele acha que provavelmente era muito peixe para ser levado às lojas em toda a América.

Dean e Cas conversam sobre a indústria pesqueira em todo o país, e Cas parece fascinado com as diferentes partes dos barcos e com a maneira como nenhuma delas é igual. É a conversa mais ridiculamente chata que Dean já teve, mas por alguma razão, ele ama. Ele ama assistir Cas completamente sem filtros e sem vergonha de sua inteligência, compartilhando seu conhecimento das merdas mais estranhas, sendo nerd na frente de Dean, não muito diferente do que Sammy faz às vezes.

Eles só decidem sair do porto e voltar quando o céu escurece e a chuva que ameaça durante toda a tarde começa a cair. É difícil caminhar rapidamente pela praia com os sapatos afundando na areia molhada, a chuva deixando a pele gelada, mas eles dão o melhor de si. Dean se agarra à mão de Cas e eles seguem as luzes ao longo da costa para encontrar o caminho de volta ao motel.

Quando chegam ao quarto, os dois estão encharcados até os ossos pela chuva torrencial. Não é a chuva quente e tropical que se esperaria de uma escapadela de férias de primavera — é gelada e forte, e a brisa do oceano não ajuda. Eles estremecem ao entrar no quarto do motel e fechar a porta para o frio da noite, tirando as roupas molhadas e colocando-as sobre vários móveis do quarto para se secarem.