Palavras silenciosas

Capitulo 47 - O tempo esquecido

Isabela
           - Eu não tinha a intenção de aparecer aqui e para minha defesa não esperava que pudesse ir tão longe já que no geral a situação atual com meu marido estava muito boa até e não liguei que transamos naquela manhã antes dele ir para a empresa porque estava desejosa de suas mãos em mim e para minha surpresa enquanto descia minha saia de pregas branca senti meu celular vibrar e ao notar de quem era a mensagem fiquei um pouco apreensiva porque Fernando tinha começado a beijar meu pescoço e acabei largando o aparelho no chão.
Bruno:- Você tem certeza que quer fazer isso mesmo!?
           — No meio do caminho acabei me encontrando com Bruno quer dizer ele tinha ido visitar Fernando porém como estava com bastante pressa acabei nem comentando nada com meu marido porque sabia qual seria sua reação.
            — Apenas paro em frente ao hotel que ele estava e toquei no ombro de Bruno que por incrível que parecesse estava desenvolvendo por mim uma proteção igual de um irmão mais novo e já que tinha apenas vinte e cinco anos e parecendo até mais jovem com aquele rosto acreditaria em suas intenções bom pelo menos por enquanto porque se por um lado estou me dando bem com Marcelo por outro Bruno parecia sempre uma incógnita só que tinha desenvolvido por ele sentimentos bons e não queria me afastar dessa possivel amizade que estivesse nascendo entre nós.
Isabela:– Vai ficar tudo bem Bruno.
             — Assim como Marcelo ele também não era muito bom na linguagem de libras porém o celular era uma ótima ferramenta para trocarmos algumas palavras e assim Bruno tinha me contado que estava tendo algumas aulas e que tinha puxado seu irmão mais velho para que assim pudesse conversar comigo e achei aquela atitude extremamente fofa na verdade.
             - Bruno era o irmão mais novo porém parecia ter uma percepção diferente sobre minha conturbada história com meu ex e já que éramos praticamente da mesma família agora achei que seria melhor contar toda minha história com Alim que mesmo tendo já sido virada essa página apesar desse fato continuava constante.
Bruno:- Se esse idiota tentar fazer qualquer coisa com você...
Isabela:- Fiquei calmo por favor.
             - Alim havia me contado por meio de mensagem que precisava desesperadamente conversar comigo e que não aceitaria uma negativa sobre isso o que já era absurdo só que mesmo não sentindo mais nada romântico por ele sabia que precisava vê-lo,pelo menos para entender o que estava acontecendo.
Bruno:– Essa loucura é absurda"Isa!"
             — Não poderia conter o sorriso porque agora a abreviação do meu nome já tinha passado por ambos os irmãos Vasconcelos e agora parecia uma unanimidade que eu tinha me tornado apenas Isa.
             — Enquanto descia do carro e ia até a recepção do hotel  fiquei surpresa ao descobrir que ele não estava mais no quarto e sim do lado de fora que ficava um pequeno restaurante e mesmo não querendo que Bruno viesse comigo acabei com ele do meu lado e de braço dado como se estivesse com medo que meu ex fosse tentar alguma besteira porém não imaginava Alim como um louco apaixonado e que precisava de mim já que no dia do meu casamento achei que tivesse dado um ponto final nessa situação.
              - Quando entramos observamos várias mesas com toalhas brancas e algumas pessoas tomando seu café e bem afastado dos demais Alim estava no canto porém com uma janela que dava para a rua e a praia e notei mesmo ainda nem tendo falado com ele que parecia abatido e triste até e aquilo meio que me deixou um pouco balançada já que a principal qualidade que me fez amar ele era que sempre estava me fazendo sorrir e agora?Parecia apenas uma sombra do que já foi.
            — Finalmente me vê e se levanta da cadeira de madeira com detalhes brancos que lembravam flores e sorri meio que apenas para tentar ser simpático ou porque verdadeiramente está feliz com minha presença e não sabia como interpretar bem o que tentava me passar porque nosso relacionamento acabou bem antes de poder continuar e agora sentia o aperto de Bruno ao meu lado que parecia apreensivo porém passava um sentimento de tranquilidade ao mesmo tempo porém tratei logo de tranquilizá-lo e me sentei com ele.
Isabela:– O que você quer?
 
Fernando
            — Ainda faltava cinco minutos até a hora da reunião se encerrar e mais ou menos uma hora para sair da empresa e almoçar com minha esposa e com tudo que já havia passado sinto que precisávamos daqueles momentos muito preciosos e oportunos especialmente para mim.
           — Um dos diretores nos mostrava um quadro onde teríamos mais três desfiles apenas naquele mês de novembro e por isso precisaríamos de outros fornecedores e um nome veio em minha mente só que por enquanto meu sogro continuaria na geladeira e não creio que quisesse qualquer ligação com a minha empresa porém Isabela estava comigo agora e de qualquer jeito teria que engolir aquele velho e a melhor amiga traíra.
Marcelo:– Acredito que isso será o melhor não acha Fernando?Fernando!?
           — Sou puxado dos meus pensamentos por Marcelo que estava sentado ao meu lado enquanto finalizava a reunião e terminava de conversar com o resto dos funcionários e mesmo assim me deu um olhar gélido e de desdém típico dele quando se sentia ignorado por alguém,era justo já que não estava tão focado assim como gostaria de estar.
Marcelo:- Se você tentasse de verdade poderia até ter escutado sabia?
           - Tínhamos saído da sala de reuniões e pegamos o elevador e Bruno já tinha ligado e falado que nos acompanharia no almoço porém Marcelo o achou estranho especialmente no tom da voz.
Fernando:- Tem razão me desculpe.
            — Ele tinha suavizado suas feições e descruzado os braços parecendo que estava acalmando seu estado de espírito.
Marcelo:- Tudo bem vamos apenas esquecer e planejar os próximos eventos pode ser?
Fenando:- Por mim tudo bem.
              - Depois que descemos até a recepção encontro Bruno encostado no seu carro nos esperando.
Bruno:– E aí?Já estão prontos?
Marcelo:– Você chegando na hora?Isso sim é algo louvável meu irmão.
Bruno:– Não seja cruel comigo agora cara.
Marcelo:– Tudo bem vamos almoçar?
Fernando:– Vou perguntar se Isabela quer nos acompanhar.
Marcelo:– Claro para se pegarem em algum dos banheiros do restaurante certo?
           — Vou pegando o celular para lhe mandar uma mensagem e não posso parar de sorrir pra Marcelo que conseguia captar as coisas tão fácil que ficava surpreso quando deixava alguma coisa passar.
Bruno:– Espera um pouco aí!
          — Tenho meu braço segurado por Bruno que parecia um pouco preocupado até.
Fernando:– O que foi?
Bruno:– Quer saber?Melhor não ligar para ela?
           — Aquilo parecia estranho para não dizer o mínimo bizarro até porém fui estendendo a linha para ver até onde iria com suas palavras.
Fernando:– E por que não?
Bruno:– Preciso de um tempo com meus irmãos e"Isa"entende que ela só ficaria no caminho sabe?
             — Marcelo dessa vez não pôde conter a gargalhada e fazia tempo que não o via sorrir daquela maneira e então percebi que estava acobertando ela e o motivo ainda não sabia só que com certeza ele estava lhe cobrindo.
Fernando:- O que houve Bruno?
Bruno:- É complicado cara.
Fernando:- Pois explica.
Bruno:- A"Isa"está com o Alim.