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Os próximos dois dias são tranquilos. Passo praticamente o tempo inteiro dançando e, quando não estou, Nia e eu arranjamos alguma coisa para fazer. Já fomos no cinema, na sauna, na pista de boliche e fomos na piscina mais reservada que tinha. Gostamos de ficar sozinhas.

Não fui à festa da segunda noite porque estava absolutamente exausta e, com certeza, foi uma das melhores decisões que eu poderia ter tomado.

– Você não está morrendo de medo do que pode acontecer hoje, Kah? – Pergunta Nia enquanto toma um gole de sua bebida, olhando cautelosamente para os lados.

– Com toda certeza – Respondo, também correndo os olhos pela festa. – Qual é o problema desses veteranos? – Ela dá uma risada. – Caranguejos? Aranhas? Cobras? Bando de escrotos. E nem para serem falsas... se eu estivesse lá desmaiaria com toda certeza.

– Nem me fala – Diz Nia – Eu tenho pavor desses bichos que se arrastam... voam... essas coisas aí. Você desmaiaria e eu com certeza teria caído dura.

Nós duas começamos a rir só de imaginar a cena.

Além de praticar pelo resto da noite de ontem, malhar de manhã e praticar novamente pelo resto da tarde de hoje, não fiz mais nada. Apesar de querer me divertir, não posso esquecer de onde eu vim e aonde eu quero chegar.

Não posso me perder.

– Você realmente não quer beber nada além de água? – Pergunta Nia, me oferecendo um gole do seu copo.

– Não, obrigada. Eliza sempre diz que bebida só vai me atrapalhar se eu for uma dançarina, então prefiro não tomar – Dou um gole do meu copo de água.

– Bom, você não está perdendo nada – Fala ela, fazendo uma careta e derrubando a sua bebida na grama. – Isso aqui está muito estranho. Também vou ficar só na água hoje.

Ficamos conversando do lado de fora por uns minutos antes de começar a encher de alunos. Depois da meia noite o cheiro de fumaça dentro do salão fica insuportável até para quem fuma, então todos acabam indo para o lugar com ar livre mais próximo.

– Kara? – O garoto da primeira noite, Mon-el, chama meu nome, me fazendo pular de susto. – Nossa, você estava aí. Te procurei por tudo hoje.

Eu engulo em seco, desconfortável.

Depois do que ele disse sobre a minha "fama" alguma coisa nele começou a me incomodar. Ele pode até ser bonitinho, mas se tem uma coisa que aprendi com o tempo é: confie nos seus instintos.

E, no momento, eles me dizem para ficar longe de Mon-el.

– Ah, acabamos de chegar – Dou um olhar desesperado para Nia, que entende imediatamente o que eu quero dizer.

– E vamos dançar agora – Diz ela enquanto olha para ele. – Depois a gente se vê.

– Eu também estava indo pra lá – Mon-el segura meu braço. – Vamos juntos.

– Nós vamos passar no banheiro primeiro – Falo rapidamente, soltando meu braço de sua mão.

Mon-el dá um olhar muito estranho para nós duas. Ele cerra os olhos e contrai o maxilar em uma expressão séria, apenas para subitamente um sorriso se espalhar pelo seu rosto.

– Ah, tudo bem – Fala ele – Nos vemos mais tarde então.

Eu assinto com a cabeça e começo a me virar na direção oposta com Nia, tentando nos afastar dele. Antes que eu virasse completamente, Mon-el anda para o lado, me fazendo tropeçar em seu pé e usar o seu braço como suporte.

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