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– Eu quase tenho meu cabelo arrancado e é você quem fica brava? – Lena diz assim que entramos na sala de dança.

– Você mereceu – Respondo secamente sem olhá-la, andando em direção aos bancos e ficando de costas para ela...

– Pelo menos isso fez você se sentir melhor? – Ela pergunta enquanto me segue com os olhos. – Puxar o meu cabelo diminuiu a sua raiva?

Contenho um sorriso e me xingo mentalmente por querer rir nesse momento. Ainda virada de costas para Lena, falo asperamente:

– Você literalmente desmereceu a morte de uma pessoa na minha frente só porque a morte dela não cabia na sua agenda – Finalmente me viro na sua direção para olhar em seus olhos. – Um puxão de cabelo é pouco para o que eu devia fazer com você.

Lena tira e joga o casaco caro em um canto qualquer da sala. Em seguida, se apoia descontraidamente na barra do outro lado da sala, cruza os braços fortes à mostra e arqueia a sobrancelha enquanto um sorriso perverso se abre em seu rosto.

– É mesmo? – Ela pergunta, me provocando. – O que mais você devia fazer, então?

Reviro os olhos e me coloco novamente de costas.

– Isso não é uma brincadeira – Falo rispidamente enquanto tiro a calça de moletom e o camisetão que cobriam minha malha preta de dança.

Em seguida, me viro na direção de Lena e ando até o meio da sala.

Quando me olho no espelho, um leve constrangimento que não havia sentido antes brota em mim.

Estou apenas usando a malha preta colada ao meu corpo, parecida com uma regata na parte de cima e semelhante à um short bem curto na parte debaixo. Praticamente meu corpo inteiro fica visível nessa roupa e é a primeira vez que a uso sem nada por cima.

Resolvo deixar meus longos cabelos loiros soltos, tentando me deixar mais confortável.

E então, meus olhos se encontram com os de Lena. Sua boca está aberta, como se estivesse prestes a falar alguma coisa que esqueceu. Ela engole com dificuldade e pisca rapidamente, como se tentasse processar a imagem na sua frente.

Também travo quando percebo que ela está sem a sua regata padrão. Eu não estava esperando por isso porque Lena nunca tira a regata preta nas aulas normais de dança. E ela é simplesmente linda. Seu corpo é tão desenhado, esculpido e farto que me pergunto por que ela está aqui dançando ao invés de estar desfilando em passarelas de elite ao redor do mundo.

Um silêncio estranho toma conta do ambiente. Não é pesado, não é hostil, mas também não é confortável.

Nem começamos a dançar ainda, mas subitamente a temperatura da sala parece aumentar vários graus.

– Você já tem alguma ideia do que fazer na nossa coreografia? – Finalmente pergunto, quebrando o silêncio.

Lena engole com dificuldade e desvia o olhar, tentando clarear a mente.

– Mais ou menos – Ela responde depois de alguns segundos – Estava pensando em algo como a Bela e a Fera contemporânea que fizemos na viagem.

Mordo o lábio inferior, pensando.

– Acho ótimo – Falo e jogo a cabeça para trás, frustrada. – Mas vamos fazer outra dança romântica? Não acho que vamos conseguir passar os próximos dois meses tentando ser um casal.

Lena subitamente se vira para mim, interesse coagulando em seus intensos olhos verdes.

– E por que não? – Pergunta ela me observando enquanto estou de olhos fechados.

Prodígios de Elite ᴥ SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora