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ALERTA GATILHO: ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS FORTES DE ASSÉDIO

Assim que piso no pátio do Instituto para ir ao refeitório, percebo que essa foi uma péssima ideia.

Lena, sentado bem no meio do gazebo grego junto as suas amigas como se fossem deusas, imediatamente coloca os olhos azuis sobre mim. Samantha e Andrea também me encaram, fazendo meu corpo inteiro arrepiar.

Me viro para voltar de onde vim, mas dois garotos se colocam em minha frente, bloqueando minha passagem. São maiores, mais altos que eu e carregam um sorriso perturbador no rosto.

– O que foi? Já vai embora? – O moreno provoca, me encarando fixamente.

– Achei que você fosse corajosa, por acaso está com medo da gente? – O loiro se abaixa um pouco para poder ficar na altura dos meus olhos.

– Me deixem em paz. – Digo, cerrando o maxilar e me virando novamente para ir ao refeitório.

O moreno se coloca de novo na minha frente, mas dessa vez ele pressiona meu ombro com força – me impedindo de tentar ir embora, para qualquer lado que for.

Meus olhos se encontram com os de Lena, mas ao invés do que eu pensava, ela não parece estar se divertindo. Nem um pouco.

– Vamos tentar de novo – Diz ele com um sorriso no rosto. Em seguida, aproxima sua boca do meu ouvido para sussurrar: – Nós precisamos dar um show bonito já que as Prodígios de Elite estão nos assistindo.

O outro garoto pega a carteira e joga duzentos reais em mim.

– Será que isso é dinheiro o suficiente para um showzinho seu? – Ele solta uma risada. – Não, esquece. É dinheiro demais, e você não merece tudo isso. É só uma puta barata.

Sem pensar duas vezes e consumida pelo ódio, dou um tapa em seu rosto.

– Você não devia ter feito isso – Ele diz, segurando meus braços atrás das costas e me prendendo, jogando minha mochila no chão.

– Acho que só por causa disso, nós merecemos um pouco do seu show de graça. – O outro fala, se aproximando de mim.

Sem conseguir me defender, ele rasga o casaco do uniforme do meu corpo. Eu me debato, sem acreditar que ninguém vai fazer nada pra me ajudar. Ele começa a desabotoar agressivamente minha camisa e, como minha última e única tentativa de me salvar, cuspo em seu rosto.

E então, sua mão acerta minha cara em um tapa.

Meus ouvidos parecem estourar e minhas pernas amolecem, abatida com a força da pancada.

– Você... – O garoto segura meu queixo e o aperta, me fazendo encará-lo.

Tonta, tento focar seu rosto em minha mente. Mas então, ele parece sumir do meu campo de visão. Pressiono meus olhos e, assim que minha visão volta ao normal, vejo dois olhos verdes intensos bem na minha frente, me encarando.

Lena.

Seu olhar mortal sai de mim e vai até o garoto que me segura pelas costas, tão puta quanto da vez em que soquei seu rosto.

Não, mais.

Muito mais.

Sem hesitar, o menino me larga e me empurra para o chão, querendo se afastar dessa situação o mais rápido possível.

Caída no chão, procuro com os olhos o outro garoto que me provocava. Quase dou um sorriso quando vejo que também está atirado no chão, mas com o nariz jorrando sangue.

Prodígios de Elite ᴥ SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora