22

648 101 6
                                    

Antes de sequer estar próxima a eles, já começo a expelir o pó líquido em todas as direções. Ficamos imersos em uma névoa branca e escuto Lena se desprendendo dos meninos, jogando-os no chão.

Começo a correr para fora da névoa quando, subitamente, colido com força em alguém. Caio no chão atordoada e imediatamente o medo começa a subir pela minha garganta. A fumaça branca desaparece ligeiramente e, mesmo estando bem escuro por ser noite, finalmente enxergo em quem esbarrei: Mon-el. Ele me olha confuso e queimando de raiva por ter estragado seu plano.

Me levanto para correr na direção contrária da dele, mas um dos mascarados me empurra no chão, rindo. Não vejo Lena em lugar nenhum.

Não acredito que ela me deixou sozinha aqui.

– Mas o que nós temos aqui? – Mon-el fala como se estivesse olhando para um animal de zoológico. – Kara? – Ele dá uma risada. – Você só pode estar brincando comigo.

Fico em silêncio. Não sei nem o que dizer – nunca me senti tão idiota.

– Está aí uma coisa que eu realmente não esperava – Mon-el continua – Eu ia deixar você para depois, mas já que está aqui eu não vejo razão para não aproveitar.

Eu o olho confusa e sinto meu estômago embrulhar. Isso é ruim. Isso é muito ruim.

– Que ironia – Diz ele, rindo. – Se não fosse por Lena eu teria te usado ontem, e hoje se não fosse por Lena, você não estaria aqui.

– Foi você?! – Eu me levanto rapidamente, em terror.

Foi ele. Mon-el me drogou. Isso não pode estar acontecendo.

– Se você tivesse cooperado antes isso não teria sido necessário, sabe – Ele comenta, ainda com um sorriso perturbador no rosto.

Eu engulo em seco enquanto sinto o olhar dos três predadores em mim. Olho para os lados discretamente, procurando algum modo de escapar. Respiro fundo e corro em direção à uma brecha entre os outros dois mascarados, mas um deles me segura e prende meus braços contra o meu próprio corpo. Mesmo sabendo que é inútil, ainda me mexo de um lado para o outro tentando me soltar.

– Não, não, não – Mon-el se aproxima de mim. – Você não deveria ter feito isso. Se arriscou pela garota que te odeia na esperança de acontecer o que? Eu até teria pena, mas é muita ingenuidade esperar qualquer coisa boa daquela puta. – Ele abre um sorriso que me dá ânsia de vomito – E agora você vai pagar o preço.

E então, Lena aparece bem atrás de Mon-el segurando um cano de metal. Antes que eu pudesse piscar, o cano acerta o mascarado na cabeça, derrubando-o no chão gritando de dor.

– Não hoje, seu filho da puta – Lena diz, girando essa parte de encanamento na mão e, em seguida, batendo novamente com força em Mon-el.

De onde ela tirou esse maldito cano?!

– Eu que vou quebrar a porra da sua cara! – Ela brada, espumante em raiva. – Quero ver você tentando drogar ela de novo, seu porco de merda!

Aproveito a distração e mordo com força o braço do garoto que me segura, fazendo-o me largar enquanto geme de dor. Também morrendo de raiva, dou de brinde um chute bem forte em seu saco que o faz se jogar no chão em agonia.

Isso vai deixá-lo incapacitado por uns bons minutos.

O outro – e maior – mascarado pega o extintor de incêndio que deixei cair e avança para cima de Lena, que dá repetidos golpes com o cano em Mon-el, ainda caído no chão tentando se proteger.

Prodígios de Elite ᴥ SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora