Eroda, a cidade das tempestades.
Nessa cidade onde o sol mal aparece, e as nuvens carregadas tomam conta de todos os dias, Harry e Louis carregavam suas próprias tormentas e, principalmente, não se davam nada bem. Por uma provocação, Louis e Harry...
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Harry se via perdido no meio de tantos números. Cálculos e cálculos e geometria espacial. Nada daquilo fazia sentido na cabeça cacheada do garoto. Ainda mais depois de horas estudando.
Nesse processo, já havia tomado no mínimo cinco xícaras de café. Não sabia como sua caixinha de som havia chegado em The Weekend, se havia começado com Nirvana. Ele gostava,mesmo assim.
Jogou seus livros e cálculos longe de vista. Não iria conseguir aprender mais nada ali mesmo.
Olhou em volta. O quarto não ficava tão bagunçado. Agora, algumas de suas camisetas espalhadas no chão se misturavam aos tênis. Harry viu a camisa que Louis costumava gostar ali no meio. Desviou o olhar. Observou os pôsteres, os discos de vinil, os livros. Fazia um tempo que já não limpava ali. Já nem tinha mais o cheiro de melancia ou morango.
Revirou os olhos.
Louis sempre estaria em tudo que ele olhasse ou percebesse. A alguns dias havia completado um mês que Harry o viu naquela festa, e depois da apresentação, nunca mais falou com ele diretamente. Era um saco. A situação toda era um saco. Ver Louis beijando outra pessoa era um saco. Ficar sem Louis, era muito mais que um saco.
Em dias caóticos, que nem mesmo Zayn ou Liam conseguiam botar um sorriso em seu rosto ou tirar os pesos em seu ombro, ele desejava mais que nunca poder ouvir o que Louis tinha a dizer sobre o ocorrido. Ou só ouvir Louis, nem que fossem suas desculpas idiotas.
Ele era idiota.
Mas ainda era apaixonado, que culpa tinha por isso?
O sol começava a se por. Mas já estava escuro demais. Uma tempestade estava prestes a explodir no céu de Eroda, o que não era fora do normal. Uma semana sem chuva e tempestades ali seria.
Harry amava o cheiro de terra molhada que se aproximava e ficava cada vez mais forte. Um banho cairia bem. E então quando a tempestade caísse, ele podia se aninhar em cobertas grossas, com uma xícara de leite com biscoitos com gotas quentes de chocolate, meias coloridas nos pés e uma comédia romântica clichê na tv. Poderia chorar em paz e ter algo para culpar.
Mas, como se o destino quisesse atrapalhar até mesmo suas noites geladas e solitárias, batidas apressadas na porta interromperam seus planos.
Se dirigiu rápido e bufando até a porta. Quando a abriu, a rajada fria de vento atingiu seu rosto confuso.
Eleanor, Zayn e... Plutão?
_ O que está acontecendo aqui?
_ Você sabe algo sobre onde Louis pode estar? - a garota perguntou com uma ruga entre as sobrancelhas.
_ Já fazem meses que eu não sei algo sobre Louis. O que aconteceu? - respondeu, sentindo o coração acelerar.
_ Ele deixou esse gato na minha casa ontem a noite. Sem mais nem menos. Disse que voltaria logo. - Zayn disse, parecia desesperado. - O que eu faço com esse bicho? Dou leite? Pão? Erva de gato? Sendo que a erva que eu tenho é pro gato que sou eu!?
