Nada naquela cena era comum. James e Sirius discutindo aos gritos no meio da sala e Remus e Lily sem falar nada para impedir. Lilian estava tão cansada, isso era perceptível; o pequeno Harry embalado em seus braços como se fosse seu bem mais precioso, e sim de fato era. Remus estava na mesma situação que a amiga, a pequena Aurora que não entendia o motivo dos gritos encarava o pai como se quisesse uma explicação, mesmo que fosse apenas um bebê.
— Sirius por favor! — James pediu exasperado. — Não. Prongs. Você sabe que ele não é totalmente confiável! — Sirius gritou de volta.
— EU SEI! É CLARO QUE SEI! — gritou o Potter. — Mas se algo der errado eu não quero que você sofra a culpa! — ele implorou pela centésima vez na noite para o ex-Black.
— James.... — suspirou Sirius cansado. James se aproximou para abraça-lo. — Eu confio em você. Você sabe que é a pessoa que eu mais confio no mundo. Mas nesse caso eu não posso simplesmente fazer isso como se não pudesse dar errado — falou com o tom de voz cansado. — Você tem uma filha pra criar, eu não quero que acabe ruim e você tenha de viver em Azkaban.
— Por que eu acabaria em Azkaban?! Você está sendo paranoico!
— AH CLARO! Eu estou sendo paranoico? Como se você não soubesse como Voldemort age! Você sabe que se ele descobrir e vir atrás de nós o ministério irá acusar você de ser o informante! E nem iria ter julgamento, você sabe muito bem como Crouch está agindo.
James estava certo, Sirius sabia. Mas ainda não descia em sua garganta que aquilo tivesse que acontecer com eles, com os Potter, com o seu afilhado. E ele nem ao menos poderia fazer algo pra ajudar.
— Vai ficar tudo bem... Além do mais, eu também confio em Peter, tudo vai ficar bem, ele não é o espião — ele confortou o amigo e padrinho do seu filho e o abraçou mais forte. Sirius e James eram irmãos, não de sangue, mas com certeza eram irmãos, não havia como negar.
— Certo — concordou por fim.
***
Peter os entregou.
Era somente isso que passava na cabeça de Sirius juntamente da raiva inundando o seu corpo sem nenhuma barreira de proteção.
Como ele pôde?
Quando aparatou na casa dos Potter deu de cara com o corpo de James no chão, aquilo era muito para ele lidar. Ele e Remus haviam deixado a pequena Aurora com Andromeda assim que receberam a notícia. Aparataram quase imediatamente na casa dos amigos.
Estava acabado. Os escombros e os móveis fora de lugar, o corpo de James em frente a porta e o de Lily no quarto do pequeno Harry.
Aquilo era demais para lidar.
Quando Sirius ergueu os olhos no berço deu de cara com Harry chorando confuso. As pequenas mãozinhas se ergueram assim que reconheceu Sirius e começou a resmungar “ Pad! Pad!” sem parar. Sirius chorou de alívio pois ao menos ele estava vivo.Seu afilhado vivia.
Com uma cicatriz estranha na testa.
Mas vivia.
— Pad, pegue Harry e Aurora e vá para casa. Eu vou atrás de Peter — Remus falou para o marido que concordou. Remus parecia tão cansado quanto Sirius.
Os dois aparataram.
Nos próximos dias somente uma notícia aparecia nos jornais:
Você-sabe-quem desapareceu. A guerra acabou. E tudo por causa de Harry Potter, O-menino-que-sobreviveu.
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Uma História um pouco diferente.
FanfictionLivro 1: Depois que James e Lily morreram, Harry ficou sobre a tutela de Remus e Sirius, seus padrinhos. Ele cresceu ao lado de sua irmã adotiva, Aurora Lupin, e teve uma infância majoritariamente normal. Mas agora, Harry e Aurora vão entrar em Hogw...