Dois Novos Desgosto

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POV. W.A

Estava tão entretida naquele novo capítulo que estava escrevendo que nem percebi que Enid tinha voltado ao quarto. Guardo minhas coisas e então sento em minha cama e a vejo deitada olhando para o teto, então decido arriscar:

- Está tudo bem com você, Enid? - Pergunto meio incerta se ela queria conversar. Então vejo ela se ajeitar em sua cama e então ela me olha, e me lança um breve sorriso:

- Estou. - Ela foi breve em sua resposta e então se formou ali um silêncio meio desconfortável. Ficamos nos olhando por minutos, sem quebrar a conexão em que nossos olhos se encontravam, até que ela corta o olhar e pega seu fone, coloca em seus ouvidos e passa a escutar música.

Continuo a olhar, observando seus traços delicados, sua beleza única, seus olhos se encontrava fechados curtindo a brisa da música em seus ouvidos. Fico admirando por alguns minutos e começo a sentir coisas estranhas em meu estômago, como se estivesse com borboletas dentro dele. Aquilo passou a me incomodar, paro de olhar e decido tocar, para ver se aquela sensação passava.

Pego meu instrumento e vou para sacada enorme, que tinha em nosso quarto e me ajeito, e começo a tocar uma melodia e ao decorrer que vou tocando, vou relaxando, como se aquela sensação que estava tendo, nunca estivesse presente.

Termino de tocar e então me levanto e fico debruçada, olhando a paisagem que me é permitida olhar. A brisa e o vento suave batia sobre minha pele. Um cheiro forte de castanhas, se tornou presente no ar e foi ficando cada vez mais forte, até que me viro e vejo Enid se aproximando e ficando ao meu lado. Ela debruçou sobre a sacada e ficou olhando a paisagem, observo atentamente tudo que ela fazia e então ela solta um suspiro longo e forte:

- Bonito aqui, não? - Ela me pergunta sem ao menos olhar em meus olhos e então tomo foco, e me viro para frente novamente e a respondo:

- Sim, não é aquela lá coisas, mais da pro gasto. - Respondo com sinceridade e então escuto uma risada nasal sair pelos seus lábios. E ali novamente se formou um silêncio, só que era um silêncio bom. Passo a observá-la ao invés de olhar a paisagem, olho atentamente para seus traços delicados. E então meus olhos vai descendo olhando atentamente a tudo em seu rosto até chegar em seus lábios, um pouco carnudos e roseados. Fico olhando fixamente para seus lábios até que novamente aquela sensação estranhamente voltou a aparecer. Meu coração começou a acelerar a cada segundo em que eu a olhava, meu estômago passou a ter novamente borboletas nele. Aquilo estava me deixando tão confusa que posso até achar, que se formou uma nuvem com um ponto de interrogação em cima da minha cabeça.

O que era aquilo que eu estava sentindo? Era normal? Aceno minha cabeça em sinal de negação, para aqueles pensamentos e dou uma olhada de rabo, para Enid e a vejo fechar os olhos para sentir a brisa leve que estava naquela noite.

Fico aliviada de que ela não tenha percebido que a olhava. E então decido focar em um ponto qualquer naquela imensidão de paisagem e fico divagando pelos meus pensamentos, para tentar entender o porquê de meu corpo não reagir corretamente quando estou no mesmo ambiente que Enid.

Ficamos ali, admirando a paisagem, cada uma com seus pensamentos, sentimentos.

The Feeling - Wenclair Livro I [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora