capítulo 25

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Meus pais conversavam calmamente em
nossa mesa de café da manhã, todos pareciam calmos e também sonolentos, digo isso por Julia que dormia com os cotovelos sobre a mesa e o rosto entre as mãos.

- Julia... - Cutuquei seu ombro. - Hey, olha
são panquecas com calda de chocolate.

- Mmm. - Ela disse abrindo os olhos
lentamente.

- Dormiu tarde, mocinha? - Cortei em
cubículos a panqueca.

- Sim... fiquei brincando com o Fred, já que eu não podia brincar com os convidados. - Ela falou triste.

- Na próxima, você vai brincar com todos.

- Aham. - Ela colocou o pedaço de panqueca
na boca totalmente desanimada.

- Essa carinha está partindo meu coração.
Beijei sua testa. - Sei de alguém que pode
brincar com você.

- Sério? - Notei uma pequena animação na
sua voz. - Quem?

Passei os olhos pelos alunos e encontrei
Pricila conversando com Malu, a garota de cabelos negros falava animada enquanto Jess e Pricila ria.

- Pricila... - Apontei com a cabeça.

- Ela vai estar na aula.

- Ela mataria aula para brincar com você. -
Sussurrei.

Julia abriu um sorriso enorme o qual me fez sorrir também, ela passou os braços no meu pescoço e encheu meu rosto de beijinhos melados de chocolate, dei risada e apertei seu corpo no meu. Percebi alguns olhares sobre nós, dei de ombros e continuei a brincar com minha irmã.
Quando todos já tinham acabado de tomar
seu café, meu pai e minha mãe caminharam até o começo do salão, ficando de frente com todos, me levantei e fiquei alguns passos atrás.

- Primeiramente, bom dia a todos. - Meu pai
disse e surgiu um coro baixo em resposta. -
Hoje vocês entraram na segunda etapa da
aprendizagem de boas maneiras.

- As aulas serão mais dinâmicas, mais
práticas. - Minha mãe prosseguiu.- Vai ter
mais projetos e desafios.

- Vai ser divertido, todos gostam dessa etapa. - Meu pai sorriu.

Percebi os alunos respirarem aliviados, vi
Ingrid levantar os dois polegares para mim além de abrir um sorriso que parecia dar dor nas bochechas, apertei os lábios para não gargalhar da sua cara, vi Luiza rir da própria namorada, mas não era um sorriso igual o meu, era um sorriso apaixonado. Me perguntei se as pessoas percebiam meus olhares apaixonados para Pricila ou eu sabia disfarçar bem, quem sabe?!

- Além desse comunicado, à alguns dias
atrás um ocorrido recente nos deixou
preocupados. - Meu pai falou sério. - Alguém entrou na garagem real e usou um dos nossos carros. - Engoli a saliva com dificuldade.

Escutei os murmúrios espantados dos alunos.

- Não estamos acusando ninguém, mas
sabemos que foi alguém de dentro do
castelo, sabemos que não foi nenhum de
nossos funcionários. - Minha mãe disse. - Só
queremos saber quem foi.

- Não precisa se identificar agora na frente
de todos, apenas nos procurem, ou aos
governantes.

Eu sabia que aquela ceninha não era assim
tão amistosa, depois da revelação o aluno
provavelmente iria levar uma advertência,
talvez uma expulsão, ou dependendo da
resposta da pessoa, meus pais poderiam até
ordenar para que prendesse o culpado. Claro, foi quase um roubo.

Ousei olhar para Pricila, ela parecia calma,
calma até demais, por várias vezes eu
desejei saber o que se passava na sua
mente. Observei os alunos, mas nenhum demonstrava mais do que confusão ou
espanto.

Destination Traits - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora