capítulo 35

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Duas semanas depois.

Corri para o hall de entrada do castelo e
avistei Alexandre colocando sua pequena
mala no chão. Ele esperou os mordomos
levarem seu sobretudo para então me olhar.

— Pequena Carolyna. - Ele sorriu abrindo os braços.

Abracei o homem carinhosamente, me afastei para olhá-lo melhor, ele estava mais velho, os cabelos brancos e as fortes marcas de expressões diziam isso, porém não deixava aquele sorriso juvenil e a elegância.

- Olha para você, está tão linda. - Ele
analisou meu rosto.

- Obrigada!

- Não tem de quê.

— Como foi de viagem?

- Foi ótima, obrigado. Como você está? Cadê
sua namorada? - Ele olhou para os lados. – Eu vi na internet, ela é muito bonita.

- Estou muito bem. Priscila está em horário
de aula e sim, ela é muito bonita mesmo. –
Sorri convencida. – Vamos, temos muito o que conversar.

- Verídico. - Fiz uma careta. - Não me julgue,
estou acostumado a falar coisas formais.

- Eu te compreendo. - Indiquei para que
andássemos.

— Os muros estão mais altos do que eu me
lembrava.

— Por segurança. – Dei de ombros. - Onde
está Sônia?

- Bem longe, graças a Deus. - Franzi o cenho. - Nos divorciamos.

- Oh... que pena.

- Pena?! Carolzinha, aquela mulher era o
cão.

- Não seja rude, Alex. - Ele estalou a língua.

- Cadê o velho do seu pai?

- Está te aguardando para um chá.

- Londrinos não conhece refrigerante, só
chá?!

— Agora eu descobri de onde veio essa pança avantajada. - Sorri de lado.

- Você está muito ousada, princesa Carolyna
- Ele balançou o dedo indicador na minha
direção. - Mas essa pança é por causa do
chope.

— Ainda não parou com isso? – Balancei a
cabeça.

- O que eu posso fazer? - Ele deu de ombros.
- Conheço os melhores bares de New York.

Dei risada e abri a porta para a sala do rei,
reservada apenas para o famoso chá com os amigos.

— Papai, tio Alexandre chegou. - Falei.

Meu pai abriu um largo sorriso e puxou o
homem para um abraço amoroso e carregado de saudades, as risadas grossas e os apelidos entre os dois preencheram o ambiente.

- Henrique, você está velho. – Alex bateu no
ombro do meu pai.

- E você está gordo, meu amigo.

- Deixe-me em paz. - O homem falou
fingindo irritação.

- Tio Alex me procure depois, para
conversarmos sobre os passaportes. - Falei
brincando com a maçaneta.

- Claro, querida.

– Aproveitem, com licença. – Meu pai piscou um olho com um sorriso nos lábios.

Fechei a porta e sorri sentindo meus ombros leves. Balancei a barra do meu vestido enquanto andava animadamente sem rumo pelos corredores do castelo. O castelo estava muito silencioso para uma quinta feira.

Destination Traits - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora