capítulo 30

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[...]

Caminhei para a minha sala. Sim, eu tinha
uma sala, porém eu quase nunca usava.
A sala era quadrada e mediana, nas duas
paredes laterais ficavam estantes, algumas
tinham livros e outras tinham porta retratos de países que eu nunca tinha ido, mas Luccas sempre fotografava para mim. Minha mesa não era muito grande como a de meu pai, era até pequena demais para a minha bagunça. Sentei na minha cadeira branca de estofado aconchegante e liguei o computador. Eu precisava pesquisar passagens para Texas para o próximo mês.
Passei meu tempo livre agendando passagens e procurando uma casa pequena porém confortável para Lucca e Elana morarem durante um tempo, escolhi três e deixei arquivado para mostrar ao meu amigo.

- Passaportes. - Falei sozinha.

Estiquei o braço e peguei meu telefone,
disquei o número para um dos grandes
amigos da minha família. O homem tinha
crescido com meu pai, foram criados como
irmãos, porém Alexandre nunca gostou das
normas reais, então teve que seguir sua
própria vida assim que se afastou de meu pai. Ele era advogado por ironia do destino e resolvia toda essa papelada de documentos, passaportes e processos que precisávamos.

- Alô, escritório de advocacia Order.Justice? - Uma voz feminina atendeu.

- Olá, bom dia! Eu queria falar com o doutor Alexandre Vaz, eles está?

- Quem gostaria?

- Hmm, Marjorie B. - Enrolei o dedo no fio do telefone.

- Só um momento, por favor! - Escutei um
bip para depois uma música tocar por longos minutos.

- Alô? - A voz grave preencheu a
linha.

- Alex, como vai?

- Princesa Carolyna! Estou bem e você? - Ele
falou animado.

- Estou ótima, obrigada.

- Há quanto tempo, não falo com você? Desde sua viagem para Vancouver.

- É verdade!

- Você tinha quinze anos.

- Então não faz tanto tempo assim, só dois
anos. - Dei risada.

- Há que devo a honra dessa ligação? - Sua voz de um bom galanteador me fez rir.

- Preciso de dois passaportes.

- Falsos?!

- Não! É para meu amigo e a namorada dele.

- Ah, sim! Entendo. Para que dia?

- Quando virá para Londres?

- Daqui duas semanas. - Olhei rapidamente no calendário.

- Perfeito. Você consegue?

- Mas é claro. - Ele riu convencido. - Me passe todos os dados pessoais do casal.

- Posso passar por e-mail?

- Queria ficar conversando com você
por telefone... Mas pode sim. - Ele falou
decepcionado.

- Podemos conversar quando você me
entregar os passaportes. - Girei na cadeira.

- Sim, é verdade. - Ele riu. - Hey, falta um mês para seu aniversário, alteza, já pensou no que vai fazer?

- Queria que você não tivesse me lembrado.

- Mil desculpas. - Ele gargalhou do outro lado.

- As festas de dezoito anos são as melhores,
Carol.

- Bom... veremos. - Revirei os olhos. - Certo, eu tenho que desligar, tenho muita coisa para fazer. - Menti.

- Você sempre tem, igual ao seu pai. Mande
aquele homem me ligar, precisamos colocar a conversa em dia.

Destination Traits - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora