capítulo 45

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O vôo foi rápido, não teve tumulto com a
presença da minha mãe e nem fotógrafos.
Meu corpo sentiu a diferença da temperatura de Los Angeles para Londres, não era novidade que as terras reais faziam frio e chovia o dia todo, mas foi como se eu voltasse para a realidade. Fria e chuvosa.

- Quer que eu te leve até o castelo? - Minha
mãe perguntou puxando sua pequena mala
branca.

- Não, tudo bem. Vou pegar um táxi.

Enfiei a mão dentro da mala procurando
por minha carteira, enquanto saíamos pelas portas da frente.

- Acho que não vai precisar. – Levantei o
olhar e encontrei Kaius ao lado de um carro
simples. - Tenho quase certeza que ele é um
dos guardas reais.

Mesmo não estando vestido com o uniforme, Kaius tinha uma postura reta e um rosto sério, com uma das mãos para trás e o queixo levemente levantado, ele estava a minha espera, segurava uma folha escrita “Sarah Andrade"

- Oh... ele é sim. - Caminhei sem pressa até
ele. - Kaius.

- Senhorita Caliari, é um prazer revê-la. –
Ele fez uma leve reverência. - Tenho ordens
para levá-la ao castelo.

- Ah... certo. - Me virei para minha mãe. -
Tudo bem, acho que eu tenho que ir.

- Eu vou ficar em Londres por três dias, você sabe que pode ir embora, não sabe?! A rainha já te liberou.

- Por pena, não por merecimento.

- Priscila, você mudou aos olhos de todos, não é mais uma garota impulsiva e rebelde. Isso foi por merecimento.

- Qualquer coisa eu te ligo. – Abracei minha
mãe e beijei seu rosto. – Eu te amo.

- Eu também, meu amor.

Minha mãe ficou parada me observando
entrar no carro, acenei com a mão antes do
carro entrar em movimento. Respirei fundo e me encolhi no banco.

— Você fica muito bem vestido com roupas
normais. - Falei olhando para Kaius pelo
espelho retrovisor.

- Obrigado!

- O carro simples, você não usando sua
farda, eu diria que é para não chamar
atenção, estou certa?

– Sim, senhorita. - Ele me olhou pelo
espelho. - O carro é simples, porém blindado.

- Entendo. - Olhei para a janela embaçada. -
Como sabia que eu vinha?

- A rainha ligou para sua família ontem,
e sua mãe confirmou sua volta. - Ele falou
calmo. - Seria melhor que não tivesse voltado, Priscila.

- Por que?

- Todos os alunos já estão saindo do castelo.

- Não tem nenhum aluno lá?

- Os últimos estão saindo hoje. - Ele fez uma
curva virando para esquerda.

— Eu preciso falar com a princesa Carolyna.

- Não será uma coisa boa.

- Por que?

Kaius não me respondeu, ficou em silêncio
pelo resto da viagem, me deixando inundada de perguntas sem respostas, de preocupações e tristeza. Tirei meu celular do bolso e enviei uma mensagem para minha mãe, perguntando sobre Renan. Fiquei aliviada em saber que ele já estava em casa. Mandei mensagens para Lisa e minhas amigas, apenas para fazer o tempo passar mais rápido, e funcionou. Logo Kaius estava estacionando o carro em
frente das portas do enorme castelo. Notei
mais alguns carros parados na entrada e os
guardas espalhados pelo jardim da frente.
Peguei minha pequena mala e saí do carro,
Edgar veio na minha direção para me ajudar com a mala e com um guarda-chuva para me proteger da fraca garoa, subi as escadas iniciais e entrei no castelo. E como Kaius havia me dito, tinha poucos alunos no saguão de entrada, talvez dez ou
menos. Malu me avistou e correu até mim, me envolvendo em um abraço apertado.

Destination Traits - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora