Depois de horas no banho pensando naquele dia, resolvi sair. Sentei na minha cama, com meu corpo coberto apenas pelo roupão, olhei para fora da janela e namorei a neve caindo preguiçosamente, em flocos separados. Suspirei e passei a mão no cabelo, me arrependi no mesmo instante, a dor no meu pulso latejou. Caminhei até meu closet para colocar minha tala de pulso, enquanto eu procurava pelo
meu objetivo, acabei encontrando todos
envelopes azuis que eu tinha recebido
durante cinco anos, observei o montinho de
envelopes e fechei os olhos com força.- Você está morta, Lua. – Sussurrei negando
com a cabeça.Eu não iria colocar no meu coração
esperanças em algo impossível, Carolyna estava morta e isso era o suficiente para saber que nenhum milagre acontece. Eliminei qualquer vestígio de esperança que eu estava criando com aquela mulher. Peguei meu pijama de seda preto e fechei a porta do closet, me troquei rapidamente assim que escutei os passos de Theo pela casa. Desci as escadas e encontrei meu sobrinho balançando o corpo enquanto assistia desenhos na televisão, sobre o tapete da sala tinha seus brinquedos espalhados e folhas de papéis desenhadas por cima do sofá. Limpei a garganta e o garotinho se virou assustado, mas assim que me viu abriu um largo sorriso,
o mesmo sorriso de Renan.- Hey, Theo. - Ele correu na minha direção,
me abaixei e senti seus bracinhos rodear meu pescoço. - Como você está? – Ele balançou a cabeça freneticamente. - Isso é um "eu estou bem"? - Ele repetiu o ato.Theo não falava, apenas balançava a cabeça ou negava, de vez enquanto gemia e fazia birra, no começo achamos que o pequeno tinha algum probleminha, por ter passado da idade e o mesmo não ter dito uma palavra, mas os médicos disseram que Theo não era mudo e não tinha nenhum problema, apenas preguiçoso demais, tínhamos que esperar o tempo dele.
- Bom. Você está feliz de ficar com
a tia Pri? - Ela balançou a cabeça
positivamente. - Eu também estou feliz por
te ter aqui. Você quer jantar? - Ele olhou
para televisão e depois para mim. - Podemos comer aqui assistindo desenho, o que acha? - Ele sorriu. - Tudo bem. - Sorri e beijei sua testa, abri os braços e Theo correu para a frente da televisão novamente.[...]
Acordei com Neana me cutucando, cocei os
olhos e percebi que tinha dormido na sala,
meu sobrinho estava encolhido no meu lado com o rosto entre meus seios. Tirei a coberta com cuidado para não descobrir o pequeno, me sentei e olhei para a mulher que estava parada do meu lado.- O que houve? - Falei sonolenta.
— Você está atrasada, já são nove horas.
- Merda. - Me levantei correndo e subi para
o meu quarto.Tomei banho e me troquei rapidamente,
escolhi o primeiro terninho que vi, era preto com riscas de giz, peguei uma camisa social verde escuro e vesti correndo, calcei meus saltos e peguei minha bolsa. No meu celular tinha várias mensagens de Demi e de Malu, joguei o aparelho dentro da bolsa e corri para o andar de baixo enquanto espirrava perfume no meu pulso e pescoço.- Neana, hoje eu vou chegar mais cedo, avis
para o Theo e você pode ir descansar.- Está bem. Não vai tomar café?
- Eu tomo no trabalho, beijos. - Beijei meu
sobrinho e a mulher antes de correr para o
carro.[...]
Assim que estacionei na minha vaga,
Demétria veio na minha direção com o rosto preocupado, abri a porta do carro e desci jogando minha bolsa no meu braço. Estremeci de frio, eu não tinha me agasalhado o suficiente para aquele dia.- Priscila, achei que não viria hoje. - Demi me acompanhou para dentro do hospital.
- Perdi o horário. O que eu tenho para hoje?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Destination Traits - Capri
Teen FictionThomas Caliari é um dos magnatas mais bem sucedido e pago de Los Angeles, pai de Priscila Caliari, sua herdeira, que leva a vida ostentando bebidas alcoólicas, drogas e mulheres, com tudo isso a garota acaba sendo alvo de críticas e assim atraindo m...