capítulo 49

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Sete anos depois.

Não posso dizer que foi fácil me acostumar
com a dor de perder duas pessoas que eu
amava, não foi fácil lidar com paparazzi's e
repórteres querendo saber tudo sobre mim,
eles sempre arrancavam a casca da minha
cicatriz com suas perguntas insensíveis.
Felizmente, tudo passa e um dia todos
esquecem, quando isso aconteceu, eu pude
enfim seguir em frente, eu tinha um propósito que era: desenhar o meu destino....

Olhei para fora da janela do helicóptero
enquanto sobrevoávamos sobre algum
lugar de Los Angeles, a noite estava fria por
causa das baixas temperaturas no final do
ano, estávamos próximo do Natal e eu já me imaginava na reunião de família que me aguardava na data comemorativa, eu me sentia em casa. Depois de uma maratona de viagens a trabalho, eu finalmente voltava para a minha cidade.
Suspirei um pouco cansada e voltei a ler
o discurso em minhas mãos, eu precisava
decorar aquilo para apresentar em uma
escola daqui alguns dias. Se alguém me
dissesse no passado que eu seria uma das
pessoas mais influentes do mundo, eu diria
para essa pessoa se internar em um hospício. Mas lá estava eu, no top quinze de pessoas mais influentes e inspiradoras do mundo, fazendo discurso e palestras em escolas no meu tempo livre, segundo os sites de pesquisas, eu consegui dar a volta por cima e superar todas as expectativas.
Olhei para minha amiga que estava entretida mexendo em seu celular, deixei os papéis de lado e atraí sua atenção. A garota estava com o rosto mais maduro e seus cabelos estavam curtos.

- Você acha que minha mãe vai surtar por eu estar voltando para casa sem dizer nada? - Perguntei.

- É isso que se significa a palavra "surpresa". - Ela falou como se fosse óbvio. - Mas sabe o que eu acho? - Levantei as sobrancelhas. - Que você estava puxando papo para não decorar esse discurso.

- Ah, qual é? Dá um tempo, eu estou lendo isso o dia todo.

- Eu te daria um tempo se você já tivesse
decorado. Vai logo, Priscila.

- Por que eu tenho que decorar isso?

- Porque quando você começa a falar por
conta própria, você só diz baboseiras.

- Oh, obrigada. - Bufei frustrada.

- Você só tem cinco minutos, até chegarmos
no estúdio do programa da Ellen. Ah, eu
tenho que te pedir para ser gentil, okay? A
Ellen é gente boa, então seja educada.

- Eu sempre sou educada. - Abri um sorriso
travesso.

- Nos últimos cinco anos você só tem recebido críticas. - A morena me olhou séria. - Se você for educada, prometo te dar folga no Natal.

- Às vezes eu me arrependo de ter te
contratado como minha empresária social.

- O que eu posso fazer?! - Ela deu de ombros. - Você me ama, Caliari.

- Não tenha tanta certeza, Demi. - Ela abriu
um sorriso e apontou para o discurso.

- Vai logo.

Soltei um palavrão e voltei a ler o maldito
discurso. Os cinco minutos pareciam ter durado uma hora, mas finalmente estávamos pousando em cima dos estúdios de Hollywood, um segurança abriu a porta do helicóptero e me ajudou a descer da aeronave ao mesmo tempo que um assistente de palco vinha falar comigo.

- Agradecemos por ter vindo. - Ele falou alto
por conta do vento das hélices ainda girando.

- Uhum. Vamos lá. - Falei seguindo o mesmo.

Enquanto andávamos pelos corredores do
estúdio enorme, Demi ia me falando sobre
as reuniões marcadas para aquela semana,
sobre os compradores e os aumentos de
lucros. O assistente de palco me levou para
uma sala reservada especialmente para mim, ali estava uma equipe de maquiagem e minha troca de roupas. Me troquei rapidamente, trocando meus jeans
de sarja clara e uma camisa branca para uma calça social preta e uma blusa branca com os ombros aberto, as garotas me ajudaram tirar os tênis e colocar os saltos, enquanto eu colocava os brincos e os anéis.

Destination Traits - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora