ESTE CAPÍTULO CONTÉM VIOLÊNCIA EXTREMA E MOMENTOS DESCONFORTÁVEIS. FAVOR, PRECAUÇÃO AO LER.
Após dois invernos da partida de Dalibor do assentamento, Magnus viu sua mãe Hertha poucas vezes. Hertha sempre ia vê-lo com certa pressa e como quem estivesse se escondendo, sempre tapando o rosto. Suas conversas eram rápidas, com apenas abraços e poucas palavras.
Com oito anos, Magnus tinha uma aparência gentil, inocente e pura. Tinha olhos azuis e cabelos dourados como sua mãe. Tinha uma altura normal para alguém de sua idade. Entretanto, era menos ágil que muitos jovens da mesma idade. Hojurn passara a treinar Magnus no fim do inverno do segundo ano em que Dalibor partira em sua jornada. O mesmo alimentava Magnus durante o dia e a noite, mas o garoto ficava solitário em casa. Não fazia nada a não ser treinar, plantar, colher e ajudar Hojurn em algumas tarefas.
Níog ajudava no treinamento das crianças e adolescentes quando Hojurn não podia. Entretanto, especificamente com Magnus, o filho do Jarl — Níog — era brutal. Batia no garoto com mais violência do que o resto dos alunos. O chutava para que caísse e ainda mostrava a todos como a criança era fraca.
— Você nunca irá ser como seu irmão ou como um guerreiro. Você é fraco — disse Níog próximo ao ouvido de Magnus enquanto o garoto estava no chão. O restante dos alunos riam ao verem lágrimas escorrendo lentamente do olho de Magnus.
— E ainda por cima chora igual uma mocinha — completou Níog saindo e deixando Magnus no chão.
Magnus era diferente de fato: o seu rancor era controlado por ele mesmo. Não escondia suas emoções, porém acreditava que um dia seria tão bom quanto todos ali. Os próximos treinos foram com Hojurn e Magnus estava a 12 dias sem ver sua mãe. Por conta da idade, o jovem não conseguia controlar suas emoções ao lembrar da mãe, em treinar, ser o pior e ainda tolerar as violências que sofria juntamente com a humilhação que passava. Era árduo para o jovem, mas ele persistia. Em sua mente, não pensou em desistir.
"Se um dia tiver que lutar e enfrentar inimigos de verdade, seria pior que isso." Pensava o garoto, recordando o que Hojurn o ensinava.
O jovem garoto dormia em sua casa solitário, todas as noites. Se sentia sozinho e triste na maior parte do tempo, exceto quando Hertha o visitava repentinamente. Magnus já caía no sono quando ouvira o bater na porta dos fundos de sua casa. Era o código de Hertha. Duas batidas rápidas e duas pausadas. O jovem abriu o sorriso e levantara correndo de seu manto de pele de lobo, feito por sua mãe.
— Mãe!— exclamou o garoto ao ver Hertha e a recebeu com um abraço caloroso.
— Magnus... que saudade de você! — disse Hertha que o abraçava forte.
— Por que você não volta pra ficar comigo? — indagou Magnus já com os olhos humidecidos pelas lágrimas.
— Meu filho... eu não posso. Estou correndo para que possamos estar brevemente juntos!
— Eu sinto sua falta, mamãe — expressou Magnus novamente com um abraço.
— Isso vai passar logo, eu prometo. Seu irmão voltará e nos veremos de novo. Agora tenho que ir, antes que percebam minha ausência — Hertha abraça forte o garoto, que funga e seca as lágrimas que escorriam pelas bochechas avermelhadas do rapaz.
Ela sai pela floresta e segue caminho pelos flancos até chegar no Salão dos Jarl. Era sorrateira e nenhum guarda a notara. Dormia em um quarto sozinha, escoltada por guardas que faziam revezamento em sua porta. Apesar das madeiras serem maciças, Hojurn conseguira cortar — ainda que tivera demorado uma semana para que conseguisse — um pequeno quadrado para que Hertha passasse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐋𝐀𝐂Ã𝐎 - 𝐕𝐎𝐋. 1
Fantasy#2 - Concurso Story of My Life - Ação/Aventura "A esperança nada mais é do que uma futura frustração. É apenas uma chama que nos mantém acesos, mas, como todas as outras, um dia se extinguirá." Dalibor é um jovem adulto nórdico na Era de Ulfgrand...
