Capítulo 9 - O Contrato II

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  Com o som das águas e com os raios de sol do fim da primavera, Dalibor seguia rumo ao leste da ilha, que tinha como nome Ilha de Marébaixa. Com cerca de um dia de viagem, seguindo ao leste pelo mar, aportaram no assentamento de Jarl Hudøn, já no fim da tarde. Brœn perguntava para Gorhein sobre como estava a família no continente. Desde que partiu para ser um berseker, não havia retornado.

  Apesar de tudo, os homens de Hudøn receberam bem a equipe guiada por Brœn. O assentamento era comum, e ficava às margens da Agulha. As casas eram comuns, com telhados em V e feitas de madeira de felicasto. Uma árvore típica da região. Foram levados por entre as casas, seguindo um caminho de pedra até o Salão. Haviam muitas casas e era um assentamento grande. Pessoas saiam para ver o que se passava. Muitas olhavam para Ívarr e Dalibor, especificamente.

Olha a altura deste homem. Um aleijo com guardas? Provavelmente um prisioneiro. E aquele, olhos vermelhos e é um gigante. Nossa, preciso me deitar com esse homem. O que eles estão fazendo? Parecem ser do continente. - Murmuravam homens e mulheres que vinham ver os homens ali. Dalibor era alto, o que chamava a atenção de muitas mulheres e homens. Seu corpo havia ficado forte com treinos e aparentava ser musculoso por debaixo das roupas.

Ao se aproximar do Salão, Gorhein não deixa de notar que era composto de madeiras das Treehogs. Essas madeiras... este assentamento é antigo. Será que eles são descendentes dos illiøs? - pensava Gorhein.

Entrando, notam que haviam apenas alguns guardas. Hudøn não estava presente. Foram convidados pelos guardas para se sentarem. O Salão era pequeno comparado aos outros. Media 75 metros de largura e 82 de extensão. Tinha uma altura de 11 metros e suas portas eram duplas, indo até o telhado. Haviam peixes e mais peixes pendurados nas prateleiras. Haviam frutas estocadas em barris assim como farinha.

Todos se sentam. Eram sete homens e todos estavam portando uma espada. Seus equipamentos de viagem ficaram com dois homens a bordo do drakkar.

Após alguns minutos de espera, entram 12 guardas e logo atrás o Jarl. Era baixo e gordo, tendo uma barba longa. Era calvo, porém ainda tinha um longo cabelo. Seus olhos eram pretos e tinha cabelos castanhos, já com fios brancos. Tinha braceletes, anéis de ouro, e três argolas prateadas em cada orelha. Tinha consigo um cordão de língua de gato com um pingente do mjolnir (martelo de Thor).

- Bem-vindos, rapazes! - expressou o Jarl entrando e abrindo os braços, dando um abraço forte em cada homem. - Olha que rapaz gigante, as mulheres lá fora estão doidas! - disse Hudøn rindo ao abraçar Dalibor, que apenas ficou parado. - A que devo a honra de recebê-los em meu salão?

- Hudøn, você sabe - disse Brœn.

- Bom, ouvi dizer que alguém disse que seus berserkir estavam passando fome e sendo mal tratados, hein? - expressou Hudøn se sentando na cadeira principal, à cabeça da mesa retangular de felicasto. - Certamente é mentira. Na verdade, seus homens foram muito bem tratados.

Brœn não entende muito bem, já que ouvira dizer que Hudøn era manipulador e ardiloso. Sabia que o homem era sagaz em muitos aspectos. Apesar disso, se levou na conversa.

-Onde eles estão? Não bastava já matar uma boa parte deles? E agora some com os homens? - indagou Brœn.

- Ah! Sim, claro. Você sabe como foi minha luta para tomar esta vila, certo? Brœn, certas coisas são difíceis de fazer. Até mesmo para um Jarl - Brœn ouvia quieto, com braços cruzados. Os homens se entreolhavam - Apesar das dificuldades que passei com este povo, nos reerguer continua sendo um processo presente na vida das mais de 850 pessoas que tenho aqui. O rei não se importa muito com os Jarls, você sabia? - indagou Hudøn, olhando com espanto para Brœn.

𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐋𝐀𝐂Ã𝐎 - 𝐕𝐎𝐋. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora