Capítulo 25 - Sepulturas

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Obs.: Capítulo não revisado.


Kyran abandonou o knarr em uma costa, depois de ter passado próximo ao Lago Ladoga. Com quase dois dias de viagem, adentrou a floresta onde posteriormente se deparou com a ursa. A floresta em que estava, era localizada a cerca de 3 quilômetros do assentamento em que Magnus cresceu. Flocos de neve já caíam naquele instante e a temperatura diminuía gradativamente a cada dia.

Magnus estava levemente tonto e enrolado nos cipós. A caverna era encontrada no interior de uma floresta conhecida de Floresta Enson. Os nórdicos a conheciam por ser a residência das sepulturas dos guerreiros nórdicos caídos na Lide dos Rødes. Uma guerra travada entre os illiøs e nórdicos, milhares de anos atrás.

Os cipós, verdes e robustos, prendiam o rapaz de ponta cabeça. Nestas fibras cor de esmeralda, cujo pequenas folhas seguiam por todo o corpo do cipó, eram cobertas de pingos do tom vermelho rubi, na altura da panturrilha rasgada e ensaguentada do garoto.

Estava com a boca amordaçada, pés amarrados em um nó de doer os tornozelos, assim como seus pulsos, que já estavam avermelhados e doloridos. Olhava para um lado e para outro, buscando entender onde estava e simultaneamente uma solução. Isto é, de ponta cabeça.

No fundo, abaixo de si, havia um poço demasiadamente largo, entretanto não sabia dizer se ali havia uma margem alcançável. Sua faca de caça, arco e flechas ficaram para trás, no trenó, quando Karyn avistou a ursa. Certamente o homem retornaria ao local para recuperar estes itens, tendo em si uma fagulha ardente de esperança de que os mesmos estariam lá quando retornasse.

Magnus respirava ofegante, mantendo seu controle, não deixando se abater pelo medo que tentava consumir seu coração. A caverna era oval em seu interior, contendo dezenas de estalactites em certas partes do teto. Por entre estas, saía o feixe de luz.

O rapaz entendeu que nada ao redor o ajudaria, compreendendo que eram alguns cipós o prendendo nas pernas e tronco. Seu braço estava livre para trás. Pensava em passar estes por baixo de suas pernas, os virando para frente, contudo, os cipós impediriam isso.

Notou, então, que poderia usar os mesmos cipós para que conseguisse se pendurar e se erguer para logo desenrolar ambas as pernas. Não tinha muito tempo para pensar, afinal, estava ferido. Sabia que, ao ficar pendurado segurando os cipós pelas mãos, com os braços para trás, o peso do próprio corpo poderia caso conseguisse soltar suas pernas, fazer com que seu ombro se forçasse, o deslocando ou quebrando. É isso, ou morrerei enrolado nessas trepadeiras - pensou firmemente.

O cipó em que Magnus segurava era um dos que prendia sua cintura e não estava tensionado, mas foi o suficiente para que conseguisse puxar o próprio corpo para cima por centímetros, e tirar a tensão daqueles que prendiam suas pernas.

Seus bíceps, tríceps e antebraços doíam gradativamente por conta da força exercida. Enquanto estava se segurando, balançou as pernas rapidamente. Não obteve sucesso, e cansou-se.

Em uma segunda tentativa, empenhou mais força. Balançou suas pernas o bastante para que os cipós se soltassem de suas pernas e então, as retraiu rapidamente. Magnus caiu por um metro antes que os cipós de seu tronco e cintura viessem a se tensionar e sustentar o rapaz. Agora, estava enrolado e preso apenas por estes, sendo mais fáceis de se soltar.

Percebeu que nessa região, os cipós faziam diversas voltas, envolvendo o garoto. Com as mãos tornadas para trás, tentou, ainda que sem sucesso, arrebentar os cipós que o prendiam. Mas estes eram demasiadamente robustos, e Magnus não era forte o suficiente.

Notou que a cerca de 6 metros a sua frente, naquela mesma altura, a parede da caverna continha diversas deformidades rochosas. Protuberancias sedimentares. Então, começou a se balançar ao ponto de conseguir impulso o suficiente para que seus pés tocassem na parede atrás de si, e então, flexionando os joelhos, tomou impulso.

𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐋𝐀𝐂Ã𝐎 - 𝐕𝐎𝐋. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora