(Obs.: Não revisado)
Era ele, Lyke. Cujo os olhos eram brancos como a luz da prata reluzente dos braceletes de Brighid. O homem era poderoso em outrora. Não conseguiria escapar do seu fardo, nem mesmo se tivesse sua vida tirada. Lyke estava em sua terceira vida quando conheceu Mancher. Isto é, quando quase tirou sua vida. Os dois se odiavam, mas depois de alguns séculos, passaram a se amar. E do fruto de seu amor, nasceu o verão. Este era bom para aqueles que precisavam de colheitas. O verão refletia o amor dos dois jovens celestiais e todo o povo de Tyrthron via isso. Mas certamente a vida de Lyke não poderia ser diferente. Muitos séculos se passaram quando...— Boldrug é interrompido bruscamente.
— O que é século? — indaga Turgdson.
— Bom, um século é o mesmo que 100 invernos — responde o velho homem, que caminhava na trilha em meio a floresta O vento fazia as árvores falarem. Os arbustos se sacudiam e os veados bramam ao fundo da floresta. Turgdson arregalou as sobrancelhas e virou o olho, demonstrando que agora estava ciente.
— Então, muitos séculos se passaram quando Lyke se viu em uma guerra contra os espíritos do abismo. O panteão declarou guerra quando uma potestade maligna conseguira destruir eternamente Haal, o deus dos cavalos. O panteão precisaria reagir e demonstrar vigor para estas feras. Foi quando milênios de batalhas ocorreram, dando vida à doenças, tempestades, eclipses e furacões.
Lyke estava defendendo o Cnác Inoriys, onde os deuses habitavam, quando potestades diversas invadiram. Uma batalha estrondosa ocorria, capazes de destruir montanhas, secar mares e achatar montes. Mancher lutava bravamente quando foi atingida pela lança abissal de uma das potestades. Imbuída de toda perversidade e com minerais retirados das profundezas dos mares, a lâmina da lança era capaz de extinguir um celestial. E então, com a morte da amada de Lyke, nasceu o inverno. Um doloroso e longo inverno que atingiu toda a face do mundo. Onde o fogo não queima e tudo se congela.
— Isto parece com o Ragnarök — afirma Dalibor. Não estava tão surpreso com a estória. Afinal, sabia que anciões tem este costume, mas ele não se deixava acreditar. Ele também sabia contar lendas e mitos.
— Talvez. Deixo isto para outra hora. Olhe lá, chegamos — Boldrug apontou para uma vila um tanto pequena. As casas eram de madeira e seus telhados estavam cobertos de musgos verdes. Habitações pequenas e compactas para que pudessem estar aquecidos no frio. Não eram espaçosas, mas eram suficientemente grandes para uma família com três filhos.
Não haviam ali muitas pessoas, senão aquelas que aravam terra, outras que levavam caixas para ali e para lá. A vila não tinha um Grande Salão Comunitário, o que fizera os três visitantes pensarem se também não haveria um jarl no lugar. Não havia fogueira central e nem uma ferraria. Parecia mais uma vila esquecida e abandonada.
— Achei que veria mais pessoas — disse Turgdson. Dalibor não estava desapontado, afinal, seu objetivo era outro. Precisava encontrar o campeão. Não ele, mas Boldrug.
— Com quem falamos? — pergunta o jovem Dalibor para Boldrug.
— Creio que com o próprio campeão — Boldrug estava com as vestes nobres, tendo as vestido no meio do caminho. Afinal, não poderiam deixar que o vissem com tais veste no assentamento do lago. Não eram tão chamativas, mas notava-se a nobreza em cada fio. Sendo uma túnica azul com uma capa de urso, uma touca de pele de castor também azul. Usava um cinto de couro de foca que portava uma bainha, também de couro.
— E como saberemos quem é?
— Vamos perguntar. Qualquer um deve saber — responde o ancião.
Entravam no interior da vila recebendo alguns olhares e falas. As pessoas notavam que o ancião "era um nobre" mas nada perguntavam. Era um tanto curioso estar acompanhado de duas crianças. Boldrug pensou em tomar a iniciativa de falar algo, mas Dalibor tomara a frente.
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𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐋𝐀𝐂Ã𝐎 - 𝐕𝐎𝐋. 1
Fantasía#2 - Concurso Story of My Life - Ação/Aventura "A esperança nada mais é do que uma futura frustração. É apenas uma chama que nos mantém acesos, mas, como todas as outras, um dia se extinguirá." Dalibor é um jovem adulto nórdico na Era de Ulfgrand...