Capítulo 29 - Inocência

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Obs.: Não revisado.

  O sol exalava seu brilho no céu. As ondas batiam na orla da praia, onde estava o porto de Illiøs. Hertha e os homens embarcados estavam sendo recebidos normalmente, como civis rotineiramente eram recebidos. Hertha ordenou que os seus homens tirassem as malhas de aço, que guardassem as espadas nos barris e baús do drakkar, que trocassem a vela da embarcação por uma de pano listrado e que se vestissem costumeiramente, para que não levantassem alardes.

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Uma onda de 11 metros de altura atinge a embarcação e a vira, sendo totalmente engolida pelo mar. Os embarcados gritavam, até que não se ouvia mais nada humano. Hertha se segurava fortemente enquanto recebia fortes rajadas de água, junto dos outros homens e do chefe da embarcação, Agnor. A outra embarcação se perdera no oceano, e Hertha não tivera mais visão desta. Apenas trovões e chuva era audível, mas o pavor no coração dos homens era o maior ali. Hertha presenciou tudo, e seu coração se consumiu em medo e culpa.

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O drakkar em que Hertha estava, havia sido perfurado no casco durante uma tempestade próxima à uma ilha de rochedos, e por sorte ou por Odin, como diriam, alcançaram o porto naquela manhã, antes que a embarcação se perdesse por inteiro.

Não muita movimentação havia ali, mas todos olhavam para os nórdicos desconfiados, já notando de quem se tratavam. Logo arrastaram o drakkar até a praia, que ficava do lado direito do píer. Os homens tiravam o suor do rosto com as mãos, Hertha transpirava e jazia com os cabelos presos. Usava calças de pele e uma camisa de lã, da cor creme, presa por baixo das calças e um cinto comum.

- O que faremos? Perdemos mais da metade da expedição por sua causa, Hertha! - diz Agnor, apontando para a nórdica. Hertha nota que os outros homens a encaravam e a mesma não sabia o que dizer. Diversos homens e mulheres perderam suas vidas sem ao menos chegar no objetivo, e isto consumia o coração e mente de Hertha.

Homens pescadores chegavam nos diversos píeres, mulheres carregavam cestas e barcos zarpavam para o outro lado de Illiøs. Vestiam vestes de lã das diversas cores, sendo azul, verde, branco e vermelho. A temperatura ali eram mais quente do que os nórdicos estavam acostumados. Era um local bem verde, com faunas únicas e diversas árvores, existindo uma região com milhares de treehogs. As árvores eram circulares, diferente dos pinheiros pontudos que os nórdicos estavam acostumados. As pessoas aparentavam estar em paz, não se vendo nenhum guarda ou navios de guerra. As mesmas, tinham uma aparência suada e suja, com cabelos emaranhados e longos. Suas peles eram avermelhadas em um tom escuro, outras eram brancas, mas ali nenhum homem ou mulher haviam visto negros antes.

O coração de Hertha saltitava em ansiedade. A cada passo naquele píer, mais seu coração queria sair. Fora ali que Drukt encontrou seu fim e ali seus companheiros morreram na noite anterior. Um misto de sentimentos invadia seu ser.

A pele dos civis lembravam a de Dalibor, o que fez Hertha sentir muitas emoções ao olhar de forma espantada para todos ali, assim como os homens que a seguiam. A nórdica apenas foi dada como líder por ser ela mesma, destronando o chefe da embarcação.

Estava em aflição, não sabia o que fazer e nem para onde ir, até olhar para uma menina com uma veste vermelha, longa e suja. A criança tinha pele clara porém queimada de sol, e seus olhos eram vermelhos. Hertha ainda não havia caído na realidade em que estava com os pés no lar de seus inimigos.

A criança a olhava curiosamente, com olhos enormes e cabelo preto. Estava passando peixes de uma cesta para outra, enquanto encarava Hertha, que estava confusa. Como algo tão lindo me dá tanto medo? - pensava.

𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐋𝐀𝐂Ã𝐎 - 𝐕𝐎𝐋. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora