𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐋𝐀𝐂Ã𝐎 - 𝐕𝐎𝐋. 1

Capítulo 17 - Conexão

Mar do Leste, alguns dias após a morte de Hudøn

Dalibor e seus companheiros seguiam rumo ao norte em um drakkar com cerca dos 7 melhores berserkir restantes da Vila de Påtyr. Com precisão, deveria sobrar espaço para aqueles que seriam resgatados. Essa era a primeira vez que Dalibor viajara a uma longa distância pelo mar. Era cerca de uma semana de viagem, uma vez que os ventos que sopravam do Sul não eram tão fortes.

Até perto do hemisfério norte, o vento era fraco. Porém, ao passar pelas Correntezas de Hur, as embarcações ganhavam demasiada velocidade. Entretanto, uma parada era necessária em um porto chamado Yartermëll. Os homens no porto eram os únicos nórdicos que estavam tão próximos do hemisfério norte. Os homens vinham conversando e cantando canções antigas durante a viagem, até que avistam o porto.

Apenas Påtyr e Brœn desembarcam do drakkar para poder dialogar sobre os comerciantes que passavam por ali. Påtyr suspeitava do envolvimento dos Illiøs em uma possível futura empreitada. Sim, ainda que alguns de seus próprios homens o achavam louco, ele tinha fundamentos o suficiente para a suspeita.

O lugar não passava de um píer e um casebre de madeira. Ali, ficavam 6 nórdicos que faziam parte da última vila do hemisfério sul. Em outras palavras, eram os nórdicos mais ao norte da região. Os norddin eram os nórdicos que habitavam ao norte de Terra Distante, depois de Yanhisk. A pé, era uma viagem de um mês partindo de Yartermëll. Diferentemente do casual, no hemisfério norte, o frio era implacável apenas durante o outono. O inverno era mais quente e as noites mais rápidas.

- Vocês viram alguma embarcação de Illiøs passando por aqui? Mesmo que seja distante ou em qualquer direção - indaga Påtyr para os dois homens que estavam guardando o píer.

- Illiøs? Tá de brincadeira? Eles não navegam por aqui desde que Urson os expulsou - responde um dos nórdicos.

As vestes dos guardas do píer eram de frio. Usavam capas e pele de carneiro, com botas longas. Seus elmos estavam na mão. Ambos usavam machados de guerra, com um comprimento de um metro e meio e corpo de madeira.

- Não... podem até não estar navegando por aqui, mas estão mais próximos do que imaginamos - diz Påtyr olhando para Brœn. Estava com a mão na cintura e um olhar raivoso.

- Por falar nisso, um rapaz que virou homem recentemente disse ter visto uma embarcação diferente passando no horizonte - diz o outro guarda apontando para a direção da vila.

- Você tem certeza dessa informação? - indaga Påtyr, apontando o indicador para o guarda.

- Sim, Jarl. Ficamos aqui todo dia, não iríamos esquecer algo tão... diferente. Aliás, a visão do horizonte daqui é perfeita. Temos um outro guarda no mirante, no topo dessa colina. O rapaz avistou de lá - confirma o guarda.

- Aqui - Påtyr entrega 20 hacksilvers em uma bolsa para o guarda. - Isso é pela sua informação e por um futuro favor: estamos em uma missão, devo retornar brevemente e com mais homens. Prepare comida daqui a dez dias. E fique atento ao horizonte. Irei recompensar ainda mais por mais informações.

O guarda estende e abre a pequena bolsa. Era feita de couro de carneiro, tendo quatro costuras laterais que subiam para a boca da bolsa. Os homens se despediram e seguiram rumo.

Durante a ausência de Påtyr, Dalibor e os demais estavam em silêncio, apenas olhando para o horizonte. Algumas gaivotas grasnarvam por ali e o vento assobiava fortemente, fazendo as aves ficarem inertes no ar, atraindo os olhares de alguns homens. Os raios solares estavam se erguendo para o além no horizonte, declarando sua despedida naquele dia.

Påtyr está ficando paranóico demais, você não acha? Como? Bom, eu não tenho certeza, você viu o que aquele vermezinho disse sobre os Illiøs e Hudøn? Ele pode estar certo. Bom, eu não... ah! Aí vem ele - cochichavam dois guardas próximos a Dalibor.