Capitulo 13 - Exílio

84 10 142
                                    

  Talvez, para a sorte de Magnus, um Guarda estava ali observando a intriga entre as crianças, até que percebe o garoto caindo. Rapidamente o Guarda corre e se lança no lago a sua frente. Largou seu escudo e espada no ato, e pulou como uma flecha. Ao mergulhar, vê que Magnus já estava nadando para a margem. Uma certa confusão o atinge. 

Como... ele sabe nadar!? — pensou o Guarda, que nadou até a superfície, na qual estava a 15 metros dali.

 Magnus sai da água abanando os braços e com ira, até que ouve braçadas vindo da água. Ao se virar, nota o Guarda. Logo percebe que o homem se lançou na água para resgata-lô.

— Você... sabe... nadar!? — indaga o Guarda, bufando e saindo da água. Na direita deles, estava o píer, que se estendia cerca de 10 metros no lago. Haviam alguns barcos de pescadores ali.

— É claro... somos navegadores. Estranho seria se eu não soubesse — responde Magnus abrindo os braços, como quem diz algo óbvio. Certamente Hojurn e Hertha ensinaram o garoto desde pequeno.

— Bom, eu na sua idade não sabia. Mas afinal, eu falo com o filho de Hertha, a Ágil. É de se esperar — disse o Guarda. — Aliás, foi eu quem te meteu nessa encrenca. Magnus, né? — pergunta o homem. O mesmo tinha uma voz gentil e inocente, não tendo motivos para querer mal ao rapaz. Falava enquanto se aproximava do garoto.

— Você que me meteu nessa? Com a placa da minha mãe? Você que relatou? — indagou Magnus, apontando para o homem.

— Sim, rapaz. Você certamente não foi astuto. Deixou um rastro imenso no chão. Mesmo que não quisesse te prejudicar, outro Guarda veria.

— Ah, que maravilha. Poderia prolongar o tempo de descoberta pelo menos — Magnus responde virando de costas e caminhando para onde caiu.

— Você está errado e ainda diz como se estivesse certo!? — o Guarda diz seguindo o rapaz. Estavam em uma distância de 5 metros. — Aliás, eu sou Turgdson.

  Magnus apenas olha para o homem, e continua caminhando.

— Sabe, garoto... eu me joguei daqui de cima na frente de pirralhos pra te salvar... nem um "obrigado" eu ouvi. Sou um Guarda e saí de meu posto por você.

— De qualquer forma, não pedi por isso... e por que se importou? Ainda vou quebrar aqueles garotos — diz Magnus, após subir a colina e ver que os rapazes não estavam ali. Sua costela doía por conta do chute que levou.

— Bom... não queria ter que tirar um corpo de uma criança da água — respondeu o Guarda atrás dele.

  O rapaz nota que os garotos correram dali. O outro Guarda vem e pergunta o que aconteceu, enquanto Turgdson explica tudo. Apesar disso, o garoto teve que esperar ali mesmo, novamente. Se sentou na grama por alguns minutos até que Hojurn sai do Salão e caminha até ele.

— Magnus — o garoto se levanta, sacode o traseiro que estava com grama e se ajeita. — O Jarl quer punir você de alguma forma, garoto. Tentei fugir da culpa, mas ele já deu um passo para trás comigo — Hojurn olha ao redor para se certificar que os dois Guardas não estavam perto.

— Hojurn, o que vai acontecer comigo? Eu só... só estava com saudades da minha mãe, queria saber o que aconteceu com ela... agora sinto que nunca mais irei vê-la novamente — dizia o rapaz de forma cabisbaixa e tom brando.

  Hojurn olha para o garoto e percebe que é só uma criança. Nota o peso que estava colocando no rapaz, que apenas sentia falta de sua mãe. Se compadeceu do menino, que crescia lutando e tomando as dores e fardos de um adulto, não tendo tempo de ser uma criança. Por que ele luta? Por que treina e se destaca? Será por que todos fazem o mesmo? Influência dos adultos... — pensava o Chefe dos Guardas.

𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐀 𝐃𝐄𝐒𝐎𝐋𝐀𝐂Ã𝐎 - 𝐕𝐎𝐋. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora