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Levi Gabriel

Não sei se era alucinação, loucura da minha cabeça ou um sonho que provavelmente eu iria acordar em questão de segundos. Mais é o que realmente está acontecendo, Eloá deixou a guarda de lado e resolveu que hoje iremos conversar.

— Primeiro coloque uma camisa — Ela aponta pra mim, eu franzi o cenho — É sério.

— Sim senhora, to indo — Levanto as mãos em rendição e subo pro meu quarto, pego a camisa e desço novamente a encontrando sentada no sofá da varanda.

Em silêncio caminho devagar até ela e me sento no sofá ao seu lado deixando uma distância favorável entre nós, não queria a deixar desconfortável.

— Resume a história porque eu não quero saber do seu conto de fadas com a mãe da sua filha — Ela diz, eu balanço a cabeça entendendo seus motivos.

Passo a língua entre os lábios e viro meu rosto encarando ela que fez o gesto no mesmo momento.

— Elane é filha do meu chefe, nos tornamos amigos e eu não nego que tive um relacionamento com ela, foi rápido sem rótulos — Digo, deixando claro que foi algo sem romance — Nos tornamos amigos, ela ficava com um cara que...que maltratava ela, um viciado filha da puta.

Só de pensar nesse desgraçado me dá um raiva do caralho, trombei com ele duas vezes e nas duas eu quebrei a cara dele.

— Elon nunca gostou dele e com razão, pedia pra aconselhar a Elane mais ela não ouvia — Respiro fundo — Ela engravidou e quando foi tentar contar pra ele, o encontrou em uma orgia na casa dele se drogando.

— Minha nossa...

Ela balançou a cabeça em negação.

— Ele não gostou de vê-la lá e...bateu nela, foi a segunda e última vez que isso aconteceu — Digo engolindo seco — Elane apareceu na minha casa duas da manhã pedindo ajuda, ela não sabia o que fazer e quando foi contar pro pai da gravidez eu assumi.

Explico tudo em questão de minutos, Eloá estava sem saber o que dizer, sua boca abre e fecha umas três vezes e sua expressão é de choque.

— Eu nunca me imaginei nessa situação e nem nada do tipo, não foi algo planejado — Nego — Eu assumi o papel ali porque eu senti e...porra eu só senti que era pra mim fazer aquilo.

Digo sem saber como explicar porque eu não sei como me tornei pai, eu só me tornei. Elane não me pediu ou deu a opção pra mim assumir seu bebê, eu que me meti ali e to aqui hoje com uma filha de dois anos.

— Eu sei que te pegou de surpresa, sei que eu te magoei, mas eu não sabia como te contar — Sou sincero — Mais vi que a escolha que eu fiz foi a pior de todas, te magoei ainda mais.

— Se você tivesse uma conversa franca comigo na época talvez tudo seria diferente, eu ficaria chateada sim mais entenderia seu lado.

Ela diz, ela abre a boca novamente pra falar algo mais fechou não dizendo nada. Eloá olhou para os lados depois me olhou com os olhos cheio de lágrimas.

— Eu fui atrás de você.

— O que?

— Você se foi sem ao menos me contar sobre o trabalho, sobre a viagem e tudo. Eu tentei te mandar mensagem e até liguei mais você nem atendeu, eu não entendi nada porque estávamos bem.

— Eu não queria me despedir de você, Eloá. Confesso que fraquejei ali, fui um fraco porque eu não consegui te contar — Confessei sentindo uma pontada de vergonha.

Futuro PrometidoOnde histórias criam vida. Descubra agora