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Levi Gabriel Menezes

Fui chegar em casa quase uma hora da manhã, Eloá já estava dormindo nosso quarto e Olaf parecia um cão de guarda dormindo perto dos seus pés. Devagar tiro a roupa e sigo pro banheiro, tomo um banho e visto uma calça moletom.

Quando estou deitando do seu lado o cachorro acorda, ele se remexe e ali me nota, ele não faz nenhum barulho como se soubesse que se fizesse a sua Dona iria acordar, ele pula da cama e vai para o outro canto.

Geralmente Olaf não dorme no nosso quarto e quando está aqui é porque a Eloá deixou, eu sei exatamente que era porque não queria que eu a tocasse. Sem sexo, ela não transava na frente do seu bichinho.

A entendo, tinha total razão.

Eloá se remexe na cama e se vira pra mim, ainda de olhos fechados ela murmura algo. Era engraçado como ela falava a noite, descobri isso quando éramos crianças e minha irma resolveu fazer uma noite do pijama no seu aniversário.

Eloá dormiu primeiro e quando eu estava passando perto de onde ela estava dormindo, a ouvi chamando seu pai pedindo uma nova boneca das princesas.

Foi algo engraçado, no dia seguinte acabei contando pra todo mundo que deram risada, mas já sabiam disso. Só que minha querida noiva que na época me odiava me bateu, não contente só com isso ela também comeu a minha parte da torta de limão que minha mãe comprou pra mim.

Isso me revoltou, a partir dali não parei mais de importuna-la e ela não deixava barato.

Não éramos de conviver juntos, até porque meus pais morava longe da sua família, mas quando ela aparecia com a Layla ou eu era convidado para ir a sua casa, não nos suportamos.

O Levi criança iria preferir abdicar de todos seus jogos de video game e seus brinquedos favoritos, do que namorar com Eloá chatonilda.

Ô se esse garoto soubesse que essa chatonilda iria fazer na sua vida. Que de chatonilda não tem nada.

Passo minha mão por seu rosto e devagar me aproximo beijando sua testa, era surreal como essa mulher é bonita e cada detalhe chamava atenção.

Ela solta uma risada fraca e eu quase me espanto pesando que está acordada, mas não, é apenas um dos seus sonhos.

— Eu te amo — Ela diz baixo sorrindo — Te amo bebê.

Congelo por alguns segundos tentando processar o que ela falou, era como se tudo voltasse de novo quando a ouvi falar isso pela primeira vez, também dormindo.

— A mamãe tá aqui — Diz ainda de olhos fechados.

Ela está sonhando novamente com o bebê que perdeu, com o nosso filho. Engulo seco sentindo uma dor absurda no peito só de imaginar no que ela passou sozinha, sem o pai do filho ao lado.

Me culpo por não estar aqui, por não ter prestado apoio e compartilhado a dor ao seu lado. Eloá foi muito forte e sempre foi, é uma das qualidades que mais admiro nela.

Na manhã seguinte acordei cedo, preparei um café da manhã do gosto dela e mandei uma mensagem pra Moana avisando que hoje ela não apareceria no trabalho. As sete e meia em ponto o entregador tocou a campainha e eu peguei as o buque de flores.

Futuro PrometidoOnde histórias criam vida. Descubra agora