Epilogo

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Eloá Costa Trajano

Anos Depois

Mulheres hoje em dia podem sim sonhar em se casar ou não, podem escolher não ter filhos ou ter. Não critico nenhuma até porque conheço de perto os dois lados, minha tia Ramila sempre sonhou em ter uma menina e teve sua única Camille e minha tia Emanuelle decidiu não ter filhos, ambas são felizes com cada escolha. Quando eu era mais nova ouvia piadinhas sobre as minhas metas de vida que era ''construir uma família'', tinha pessoas que achavam bobos ou besteira mas pra mim fazia sentindo.

A festa do meu casamento foi um verdadeiro sonho do jeito que eu desenhava no meu caderno, me diverti como nunca e foi sim um dos melhores dias da minha vida. Sei que a beleza de uma vida a dois e que essa beleza só existe porque eu e o Levi conseguimos nos entender, temos uma união verdadeira e linda onde dividimos tudo um com outro e não escondemos nada. A base do nosso relacionamento é a sinceridade, apoiamos os projetos do outro e estamos na alegria e na tristeza.

Confesso que nada são flores mais nada que um boa conversa depois de relaxados não resolva, obviamente que há momento que um lado tem que ceder e sempre lembramos disso, quando brigamos passamos horas sem nos falar mais antes de dormir temos que conversar e resolver, a vida é muito curta para passarmos dias com rancor ou raiva. Eu e meu marido fazemos da certo.

Eu e Levi passamos quatro anos curtindo um ao outro sozinhos, crescendo no trabalho e explorando o mundo. Até que chegou um momento que não víamos mais só nós dois, em uma conversa sincera decidimos que era o momento de tentarmos ter um bebê. Fui ao médico fiz minhas consultas e tirei o anticoncepcional, quem pensa que foi fácil está completamente enganado porque não foi.

Tive alguns problemas e eu ficava bastante frustrada pensando que não era capaz, Levi me dava apoio e orava todas as noites comigo pedindo a benção. Era muito dolorido pra mim e eu sei que pra ele também, mas quando eu deitava na cama e fechava os olhos eu sonhava com a vozinha me chamando de mamãe, isso me dava mais força pra não desistir de construir minha família.

Em uma noite de uma terça feira qualquer sentada no sofá comendo minha torta de limão eu assistia novela quando veio aquela vontade maluca de tacar a torta bem longe de mim, me levantei como maluca e só ouvia os latidos do Olaf. Corri pro banheiro e vomitei, Levi apareceu atrás de mim e segurou meu cabelo.

— Você tá bem?

Me levanto e fecho a tampa e dou descarga, vou até a pia e limpo a boca fazendo uma careta.

— Quer fazer outro teste? — Levi perguntou, eu engulo seco me olhando no espelho.

— Não quero ver outro negativo — Confesso — Já passamos por isso e esperança antes da frustação é o que mais me irrita.

Você vomitou com a torta de limão, Eloá.

Ele diz como se fosse a coisa mais anormal do mundo.

— Vomitei com sorvete, batata fritas e até batida de morango. E nenhum desses momentos eu estava grávida, Gabriel.

— Faz o teste.

Suspiro passando a mão no rosto.

— Faz mais de três meses que a gente não faz um teste — Ele diz segurando meu rosto — Faz o teste princesa, por favor.

Pediu calmo fazendo carinho em minha bochecha. Foquei meus olhos nos seus e balancei a cabeça cedendo. Ele sorriu e saiu do banheiro indo pegar um dos testes que eu comprava, ele desceu tão rápido que nem deu tempo de pensar direito.

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