Eloá Rodrigues Costa
20 de Maio
Estou prestes a me tornar uma mulher oficialmente casada, irei adicionar mais um sobrenome e passar a dividir a vida ao lado do homem que eu sempre amei. Sonhei com esse momento por anos, desde que eu era uma menininha e hoje estou prestes a realizar, isso me da vontade de chorar e rir ao mesmo tempo, todas os sentimentos misturados que tornam uma bagunça dentro de mim. Resumindo: estou quase vomitando tudo o que comi hoje pela manhã.
Fecho os olhos por alguns segundos e de repente me vem a lembrança de vinte anos atrás no casamento da minha mãe.
''— Tá linda mamãe, tá parecendo uma princesa — Falei sorrindo completamente hipnotizada, toquei seu vestido pra ter certeza que era de verdade — Eu vou ter um assim?
Perguntei curiosa sentindo uma enorme ansiedade querendo um igual.
— Você já está usando, igual a mamãe — Minha mãe sorriu fazendo carinho em meu cabelo.
— Esse é mais bonito, vou ter um?
Pergunto novamente com os olhos no vestido.
— Claro, quando você crescer — Responde, eu abro um sorriso contente.''
Eu vou ter um vestido daquele, um dia serei a noiva.
Volto a realidade com o toque do meu pai em meu braço, abro os olhos e viro meu rosto para encara-lo.
— Tudo bem?
— Sim — Afirmo com um sorriso — Você está lindo.
O elogio o observando, cabelo muito bem cortado, barba bem feita e o terno caindo perfeitamente em seu corpo.
— Você está mais — Diz — To me segurando aqui pra não chorar igual um idiota.
Solto uma risada.
— Eu sei que está se esforçando. Te amo.
— Também amo você filha.
Vitor Hugo beijou o dorso da minha mão com carinho e eu sorri me sentindo a mulher mais sortuda naquele momento. Meu pai meu amor maior, homem que eu tive de exemplo dentro de casa e que além de um maravilhoso pai, ele era um marido incrível para a minha mãe, o relacionamento dos dois era como meta e eu me orgulhava muito de ambos.
— Tá na hora.
O cerimonialista avisou, respiro fundo ajeitando a postura olhando pra frente. As crianças apareceram e eu sorrio com o olhar gracioso deles, Camile e Julinho entraram primeiro jogando as pétalas brancas segundos depois finalmente foi minha entrada ao lado do meu pai. A música começa a tocar, a porta se abre e lá está eu indo encontrar meu noivo. Todos os olhares são voltados para mim, a cada passo que eu dava parecia que eu ficava mais nervosa, mas meu pai me manteve com os pés no chão. Olho pra ele que sorriu me passando conforto, eu balancei a cabeça olhando pra frente com um sorriso no rosto.
A igreja estava completamente linda, toda decorada do jeitinho que eu sempre imaginei. Com todos os meus amigos, família e pessoas que eu considero. Total uns 150 convidados. Automaticamente meus olhos passam por cada pessoa, vejo a euforia, carinho e admiração de cada um que estava feliz ali.
Meus avos choravam um ao lado do outro, minha madrinha nem se fala e meus tios estavam se esforçando pra não deixar uma lágrima rolar mas como conheço cada um sei que são como manteiga derretida e estão emocionados. Ao nos aproximarmos vi minha mãe que secava as lágrimas com um lencinho, o que me fez morder a bochechas pra não chorar. Minha sogra Ligia estava do mesmo jeito e o meu irmão que era um dos padrinhos nem se importou em se segurar, estava chorando com os olhos vidrados em mim.
Quando finalmente foquei no rosto do Levi meu coração bateu mais forte e todo esforço para não chorar foi em vão. Com os olhos brilhantes e completamente inundados de lágrimas meu futuro marido me encarava com bastante emoção, ele não se importava em demonstrar na frente de todas aquelas pessoas.
Em frente ao altar meu pai me entregou ao Levi e trocou breve palavras com ele, olhei nos olhos do Gabriel e sussurrei um eu te amo que foi retribuído, o padre fez uma saudação inicial e assim começa a cerimônia.
Levi Gabriel Menezes
Tudo passa como um filme na minha cabeça, do início de quando erámos crianças que brigávamos por tudo até o momento que senti algo diferente por ela quando éramos adolescentes. Tentei de todo modo esconder pensando que ela nunca retribuiria, fomos amigos por bastante tempo antes de rolar algo até que ela mesmo me beijou. Eloá sempre foi de ter atitude e não me surpreendeu ela ter tomado iniciativa, o que me deixou com raiva de mim em um certo momento.
A amizade colorida foi tranquila até eu me incomodar ao ver outros caras dando em cima dela na minha frente, quando começamos a ter ciúmes um do outro as coisas ficaram estranhas e complicadas. Terminamos e ficamos nos evitando por meses até que eu resolvi ser homem e tomei a atitude, conversamos e admitimos nossos sentimentos.
Eloá sempre foi a mulher que eu queria ao meu lado, sempre foi a mulher que eu sonhava em ter filhos mesmo não querendo filhos. Isso foi um dos impasse pra gente, filhos nunca foi minha prioridade e eu passei tempos certo disso até a chegada de Ana Liz que apesar de não ser minha biologicamente ela era Minha filha.
Eu quero construir uma família ao lado da Eloá, quero ser o pai dos seus filhos e passar o resto da minha vida ao seu lado. Porque esse é um compromisso sério quando você diz que vai amar alguém nos melhores e piores momentos e ser fiel. Isso é forte demais. Sou capaz de fazer isso? Acho que é realmente isso que estava lutando.
Na entrada das alianças minha filha entrou com calma olhando todos ali, pensei até que ela não iria conseguir por ser bastante tímida mais quando seus olhos chegaram em mim vi ela demonstrar confiança e abriu um sorriso enorme nos lábios.
— Oi papai — Ela sorriu me entregando as alianças.
— Oi princesa, obrigado — Beijo seu rosto. Ana Liz olhou para Eloá e arregalou os olhos admirada.
— Você tá linda!
— Obrigada querida, você tá mais — Elogiou de volta. Minha filha saiu andando até a mãe que estava na segunda fileira.
— Levi Gabriel Menezes Trajano é de livre espontânea vontade que você aceita a Eloá Rodrigues Costa como sua companheira em matrimônio?
os olhos do padre grudam em mim.
— SIM
Respondo com total certeza.
— Eloá Rodrigues Costa é de livre espontânea vontade que você aceita Levi Gabriel Menezes Trajano como seu companheiro em matrimônio?
— SIM.
Demos ao outro a mão direita e declarem o consentimento dizendo o que o padre falou, ele benze as benze as alianças que são colocadas como sinal de amor e de fidelidade. Ouve a pequena oração e assim ele pode oficializar com o ato final.
— Eu vos declaro marido e mulher — Diz — Pode beijar a noiva.
Diante a Deus e todos que eu amo presente passei a mão no rosto da Eloá com carinho e foquei nos seus lindos olhos castanhos, devagar me aproximei e soube gritos de euforia e aplausos eu beijo minha mulher.
Fim
01/09/2024
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Futuro Prometido
Romance||+16|| "A maioria de nós entende que o futuro não nos é prometido. Ele é construído dia após dia, por meio das escolhas que você faz. O futuro é conquistado, pouco a pouco, através de muito trabalho duro e ação. Se você não agir de acordo, esse son...