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Eloá Rodrigues

— Cortez eu já te avisei que eu revisei tudo assim que sai, dei olhada em cada detalhe da loja e eu não encontrei nenhum pingente com uma foto de família — Repito pela terceira vez.

— Mais a cliente falou que acha que perdeu por aqui, com certeza deveria ser em no horário que você estava gerenciando porque isso só acontece quando te deixo sozinha.

— A culpa é minha agora?

Cruzei os braços o encarando puta da vida.

— Não se faça de boba, não é a primeira vez que isso acontece — Diz me olhando de cara feia — Toda vez que você fica na gerência, é um funcionário saindo pro "mal estar", um pedido de aumento, uma joia sendo vendida sem minha permissão.

— Primeiro que o funcionário que saiu por "mal estar" estava grávida e descobriu naquele dia porque quase desmaiou perto de alguns clientes, o aumento de salário foi porque todos estavam precisando e nossos chefes concordaram — Falo, ele permanece calado — E a joia vendida sem sua permissão na verdade não foi eu que vendi e sim a nossa chefe que mandou de presente a uma amiga. Então não venha de calúnia para o meu lado.

— E o pingente da cliente continua perdido, irei que conversar com nossos chefes sobre a sua contunda aqui na joalheira — Rebate — Ainda não sei como te colocaram como gerente assistente.

— Por competência e muito trabalho duro — Pontuo — Eu me pergunto o porque da sua implicância comigo, Cortez. Te fiz algo que eu não lembro? Porque quando eu era apenas uma funcionária como as outras você me tratava bem.

Cheguei na joalheria a um ano atrás, eu era apenas uma das vendedoras, Cortez nunca foi o gerente bonzinho mais nunca me tratou mal, só que as coisas mudaram quando nossos chefes me subiu para a gerência ao lado dele, tudo o que acontecia nessa loja ele jogava em cima mim.

— Cortez achamos o pingente da cliente, estava dentro da sacolinha no meio das suas coisas no seu escritório — Cleo anunciou entrando no minha sala.

Descruzo os braços e encaro o homem a minha frente, sua expressão desconfortável e sem saber o que dizer me deixou com vontade de soltar uma risada mais me contive.

— Acho que você não procurou direito — Falo não poupando o deboche — Antes sair supondo coisas por aí você deveria estar fazendo seu trabalho que era procurar a peça da sua cliente que você mesmo ficou de polir e melhorar pra ela, se eu me recordo bem você disse que era a SUA cliente e não minha então a responsabilidade ficou pra você.

— Eu...eu não tinha me lembrado disso.

Ele diz indo até a Cléo pegando o saquinho verificando a pecinha de ouro bem polida.

— É bom ficar de olho não é? Nunca se sabe quando a nossa chefe irá nos visitar e eu vou ter aquela vontade de conversar com ela sobre sua conduta por aqui.

Sou ousada e não poupo as palavras, Cortez me olha com desdém e sai sem dizer uma única palavra apenas com ódio que ele sentiu ali.

— Você não presta, Eloá — Cleo soltou uma risada.

— Não tenho sangue de barata, gata. Se ele vem com os afrontes, eu vou com os meus porque aqui é puta velha de guerra — Bato no peito, ela rir mais ainda.

— Você é nossa gerente favorita — Ela aponta pra mim — A melhor de todas.

— Eu sei disso, obrigada por me lembrar sempre quando ele vem me atormentar — Agradeço sorrindo — Agora vou voltar ao trabalho antes que ele venha com mais ladainha pro meu lado.

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