𝐻𝑜𝑝𝑒 - 𝑈𝑚𝑎 ℎ𝑖𝑠𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝐾𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙 [Livro II]

Cap. 1 - Argo

Pov. Kara

Viajar a argo em busca da pedra negra que poderá derrotar Régia foi uma benção, algo que se tornou melhor ainda uma vez que descobri que minha mãe sobreviveu a explosão de Kypton. Monel e eu estamos hospedados em sua casa, sentimentos que estavam adormecidos foram despertados durante a viagem, dentro daquela pequena nave com ele, eu não precisava escolher entre a Kara Danvers repórter, ou Kara Zor-El nem mesmo a Supergirl, com ele dentro daquela nave eu era apenas Kara. Dentro da nave pude reparar em coisas que ainda não tinha tido a oportunidade. Para ele haviam passado sete anos, mas ele continua com o mesmo rosto do homem que vi partir. Claro, Kriptonianos e Daxamitas envelhecem de forma muito, muito lenta, mas seus cabelos castanhos combinavam perfeitamente com aquela barba, que lhe dá um ar mais sério, um olhar de líder. Sou tirada de meus pensamentos por três batidas na porta.

- Já vai, - digo levantando para abrir - você?
- Oi, não quero te incomodar, mas tava sem sono e pensei que poderíamos beber alguma coisa. - Monel diz mostrando uma garrafa de vinho e duas taças.
- Oh, claro, entre. - digo dando passagem a ele.
- Como se sente? Digo, reencontrar sua mãe, saber que parte de Krypton ainda vive... Você sabe...
- As vezes ainda acho que é um sonho - digo abrindo a garrafa - ter minha mãe de volta e poder estar em um pedacinho de Krypton é um presente, ainda mais com tudo o que está acontecendo a nossa volta.
- Realmente, eu fico feliz por você, por sua mãe. Queria poder ... -Monel não consegue concluir - deixa pra lá.
- Eu sinto muito, de verdade.
- Não precisa sentir Kara, minha mãe nem de longe era uma boa pessoa. Matou meu pai, sequestrou Lena e queria que eu voltasse seu corpo para que desse a ela um herdeiro, invadiu e tentou dominar a terra, e isso é só a parte da história que eu sei, fora as outras coisas que ela fez e que foram enterradas com Daxam. - ele bebe um gole de sua taça.
- Mesmo assim, era sua mãe e eu ... Eu quase te... - não gosto nem de pensar.
- Você fez o que foi preciso, e eu estou aqui, graças a você.

Nos levantamos e fomos até a varanda do meu quarto. Um noite linda, uma brisa fresca, uma lua brilhante e pequenas estrelas brilhantes enfeitavam o manto estrelado do céu. Sem perceber ficamos bem perto um do outro, escorados no parapeito da varanda.

- Sabe, estar aqui é bom. - digo para ele e ambos continuam bebendo.
- Entendo, este sempre será um pedaço de Kypton. - ele diz olhando para a lua.
- Não falo sobre Argo, estou falando sobre estar nessa varanda com você. Aqui não preciso pensar em todos os problemas com Reign, ou meu segredo, aqui e neste momento sou só Kara.
- Ah, não fazia ideia de que se sentia assim. - ele comenta supreso - sabe, no futuro posso ser Monel o legionário em tempo integral. Sei que você faz isso pra proteger as pessoas que ama, e esse cuidado é uma das coisas que sempre vou amar em você.

Aquelas palavras me atingem com peso, algumas taças depois e já conversávamos como velhos amigos.

- Onde você conseguiu essa garrafa mesmo? - pergunto sorrindo ao sentir o álcool fazendo efeito.
- Longa história, fizemos uma missão em planeta vizinho a Titã, e como agradecimento recebemos um lote desse vinho.
- Ele é bom, é forte, mas é doce. - digo olhando para a garrafa.
- Assim como você. - Monel diz olhando em meus olhos como se fossem a única coisa no lugar.

Me apresso em encher mais uma taça e começo a beber, mas Monel continua e a essa altura, qualquer coragem que tivéssemos com certeza vinha do álcool.

- Sinto sua falta. - Monel fala colocando sua mão sobre a minha.
- Monel ... - digo tentando não concentrar minha atenção no calor de sua mão sobre a minha, só Rao sabe o quanto estou tentando.
- Kara, Imra e eu não estamos mais juntos. Eu juro que a respeitei até o último momento, mas a verdade é que mesmo gostando dela e tendo afeição por ela, nosso casamento foi um casamento arranjado para manter a paz entre os planetas.
- Monel, as coisas não são tão fáceis...
- Não mesmo? - Monel me toma em seus braços e eu apenas congelo. Inconscientemente, meus braços envolvem seu pescoço e correspondo o beijo.

- Senti sua falta. - sussurro.
- Oh Kara...

De repente é como se o eixo do planeta de fixasse e tudo parasse. Já não havia mais tempo, ou pessoas, tudo congelou.

- Monel, eu ... só não quero me machucar de novo.- digo afastando nossos corpos.
- Kara, não sei o que vai acontecer, a linha do tempo foi modificada e não sei nem ao menos se sairemos vivos disso, mas se assim for, serei feliz que a última imagem que passe na minha cabeça seja seu rosto.
- Eu te amo, Monel, sempre amei. - admito acariciando seu rosto entre minhas mãos.
- Eu também te amo, Kara, em qualquer tempo, em qualquer lugar, pela eternidade.

Vamos em direção ao sofá, uma das taças é derrubada vazia sobre o tapete, e finalmente a luz do luar nos amamos.

Pov. Monel

Kara e eu nos amamos a luz do luar, o dia está amanhecendo, deixo Kara ainda enrolada sob os lençóis e vou para o meu quarto. Não conversamos sobre isso, não quero que Alura pense algo errado sobre a filha, ou que Kara se aborreça por algum deslize, assim tomo um banho e durmo mais um pouco.
São umas 09:00 horas, o sol brilha forte, levanto e ouço vozes femininas vindas da cozinha.
- Bom dia. - saúdo Kara e Alura que estão ao lado de uma Daahressa, flor que Alura havia cultivado esse tempo todo.
- Bom dia, dormiu bem? - Alura vem e me abraça.
- Sim, muito bem senhora.
- Bom dia Monel. - Kara diz com a cara de uma criança que fez alguma travessura.

Nos sentamos a beira da mesa e tomamos o café da manhã, Kara havia conseguido a pedra negra em uma reunião do conselho mais cedo. Terminamos o café, arrumamos nossas malas, Kara se despediu da mãe e imediatamente voltamos para a terra. É hora de acabar com Reign.

Olá galera, espero que estejam gostando, o próximo capítulo vai ter um salto temporal, mas vai ser tudo explicado, não se assustem. Votem e comentem o que vocês querem ver, ok? Espero que gostei, até o próximo capítulo 👋🏻💕