CAPÍTULO 6

16 2 0
                                    

Maddie

Eu não acredito na minha audácia!

Vou bancar a prostituta!

Maria Madalena da Bíblia, aquela que Jesus salvou. Me consolo pensando que Ele escolheu contar a ela que tinha ressuscitado. Não foi a um discípulo, não foi à mãe, foi à Madalena.

Assino papeis, aceito hora na ginecologista, massagista, depiladora, cabeleireiro. Deixo tirarem minhas medidas e digo o que sei fazer na cozinha.

Ainda estou atordoada quando a assistente dedicada a mim me coloca em um taxi e eu vou para o consultório.

Passo o dia fazendo fichas e sorrindo para clientes pensando que um mês daquilo me rende 1.200 e uma tarde de sugar baby vale 40.000 e um apart hotel!

Se a doutora percebe alguma diferença em mim, ela não comenta.

Na hora do almoço, a assistente vem me pegar para ir a ginecologista depois do cabeleireiro. Ao lado dela eu me sinto corajosa para atender a ligação de Bob.

― Alô.

― Finalmente me atende, Maddie, que droga! Não viu que eu liguei mil vezes?

― Estava ocupada. ― eu minto penteando minha nova franja de lado com os dedos. ― Eu realmente gosto do meu novo visual. ― O que você quer?

― Por que não tirou suas coisas do quarto ontem como eu mandei?

― Vou tirar hoje. ― respondo.

A assistente me cutuca. ― O segurança está indo lá agora.

― Um homem? ― eu me assusto lembrando que tinha minhas calcinhas e camisolas no meio das coisas. Ela balança a cabeça.

― Avisa que vai morar na casa de uma amiga.

― O irmão da minha amiga vai buscar tudo. ― eu digo no telefone.

― Que amiga? ― Bob quer saber.

― Você não conhece.

― E quem é esse irmão?

― Você não conhece também.

― Fale a verdade, Maddie, você está com amante.

Eu rio na cara dele. Safado sem vergonha cretino porco nojento! ― Você e que tem namorada. Noiva na verdade, não é? ― ele fica mudo. ― Sou solteira, Bob.

― Eu ia te contar do noivado. ― ele diz.

― Conte para o advogado do divórcio, a assistente diz.

― Quem é essa? ― ele pergunta com voz preocupada.

― Minha amiga.

― Não precisamos envolver nosso advogado nisso, Maddie. Ele está cuidando de tudo por nós dois.

A assistente junta as sobrancelhas e eu dou de ombro. ― É só isso, Bob?

― Er...

― Desligue, chegamos. ― a assistente aponta uma casa muito bonita com vários carros caros na frente.

― Pode esperar, minhas coisas vão sumir da sua frente hoje ainda.

― Olhe, Maddie.

― Preciso desligar. Tchau.

Me sinto poderosa por desligar na cara dele, falar daquele jeito e por poder me defender.

Ainda estou feliz quando entro no consultório da médica elegante e ela me abraça forte. ― Bem vinda, Maddie.

O erro que eu nunca cometiOnde histórias criam vida. Descubra agora