O erro que eu nunca cometi

CAPÍTULO 32

Agora o senador cai de joelhos de vez! Vem ver...

deixa a 🌟 pra não esquecer;

---

Dick

Eu também sigo aquela bunda como um cachorrinho. Penso vendo meu filho encantado pela minha Maddie que desconfia de mim. Nem sei como, muito menos quando, vou contar a verdade a ela.

Pego meu celular esquecido no sofá para desligar o aplicativo de localização que usei para ficar de olho neles e penso em voltar para o documento que estava revisando, o terceiro daquela manhã. Mas desisto. Me sinto um merda por trabalhar enquanto um espetáculo daqueles está acontecendo.

Deixo o aparelho na mesa de jantar e vou para cozinha. Paro na porta apreciando meu filho ajudar a abrir pacote de macarrão e ensinar Maddie as músicas da creche. A água ferve, ela coloca os fios de pasta e vai à geladeira pegar algo no freezer. Me vê e sorri.

― Quer alguma coisa?

― Você. ― respondo baixinho, ela pisca um olho. Estou pronto para prendê-la do quarto, arrancar sua roupa e fuder até cair morto. ― Cerveja. ― digo por fim. ― Bebe comigo?

― Claro. ― ela olha por cima do ombro para checar Jimmy, pega a garrafa e uma quentinha, leva para pia e serve dois copos. Me dá o meu, brindamos silenciosamente sem dizer que estamos cheios de tesão e ela volta para o preparo de comida.

Eles cantam, eu admiro.

Meu filho merece isso. Atenção, carinho, cuidado. Me sinto mais merda ainda por ter escolhido doar meus espermatozoides em contrato ao invés de achar uma mãe linda para ele.

A comida fica pronta no fogão e no micro-ondas. Maddie abre armários e tira vários pratos, Jimmy escolhe um e ela serve três fios de macarrão cozido, duas gotas de ketchup e três pedacinhos de carne.

― Pronto! ― ela diz satisfeita. Põe na mesa e dá um garfinho para ele. ― Vem comer.

Jimmy está desconfiado, mas atende. Senta e pesca um pedaço de carne. Gosta e come os outros logo. Depois se enrola com o macarrão até ficar com o queixo vermelho.

Maddie faz cara de espanto. ― Comeu tudo? ― só então eu percebo a estratégia e fecho os olhos para conter o que acontece no meu peito. Ela estava querendo curar a tristeza do meu filho!

― Que bom menino! ― ela diz.

Jimmy fica tão feliz que me olha de olhos arregalados. ― Quero mais!

― Vai repetir? ― ela nem acredita.

― Vou! ― ele responde confiante.

Eu paro de contar no sexto prato de três fios de macarrão e três quadradinhos de carne. Encho a cara de cerveja e faço amor com os olhos com aquela mulher na frente de Jimmy. Se fosse mãe dele, não seria problema, na verdade ele estaria acostumado a ver minha paixão todos os dias. Mas Maddie era minha sugar, minha vingança idiota transformada em afeto para minha total humilhação. Eu quis o seu mal, ela me devolve gentileza enorme.

― Chega, Maddie. ― digo. ― Ele vai passar mal.

Sei que ele comeria mais, queria manter a linda garota orgulhosa dele, tenho certeza disso porque é o que arde no meu peito também.

Ela tira o prato, ele suspira feliz. ― Eu comi tudo, não deixei nada.

― Parabéns. ― sorrio.

Ele pisca demorado, mas pula da cadeira para segurar as pernas dela que está lavando a louça. ― Vamos brincar de que?