CAPÍTULO 5

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Danielle

Eu chego ao escritório antes das nove para atEnder a moça bonita. Maddie parece ser perfeita para a função e juntas nos poderemos ganhar muito dinheiro.

No andar, assim que que saio do elevador, caminho no sentido contrário da placa que indica o meu nome, e digito um código na fechadura de uma sala sem identificação. A porta dá direto na sala das minhas assistentes pessoais e de lá, eu passo para minha sala. Assim não preciso passar pela grande recepção do escritório de advocacia que serve de fachada para minha empresa.

Quando entro segurando um café do Starbucks, ela já está na minha sala de espera particular.

― Pontual, que ótimo! ― eu sorrio. ― Bom dia.

― Bom dia, dona Danielle. ― ela sorri de volta e fica com as bochechas coradas.

Ah, que perfeita! eu penso.

― Venha, vamos conversar. ― aponto minha sala.

Coloco minha bolsa de grife na mesa, sento na borda e aponto para ela fechar a porta. ― Pode trancar. ― peço bebendo meu café. Ela hoje está de calça jeans e uma blusa branca com babados nos ombros, cabelo preso com uma tiara colorida. Bem bonita de corpo, eu avalio. ― Como está, Maddie?

― Bem. ― ela sorri meio triste.

― Isso é mentira, não é?

― Vou levando. Quase não vim, sabe? Acho que é uma perda de tempo.

― Falou para alguém do trabalho de modelo?

― Não, fiz como me mandaram no telefone. ― ela me olha meio de lado. ― Ninguém ia se importar, mesmo. ― ela prende os lábios. ― Acha que tenho alguma chance? Não sou ultra magra e alta como as mocas na tv.

― Alguém vai achar que você é perfeita. Cheia de curvas, sem barriga, cabelo comprido e tem lábios carnudos. É educada, gentil e acredito que precisa de dinheiro.

Ela arregalou os olhos.

― Dinheiro é independência, Maddie. Eu quero te oferecer um trabalho que vai te dar a chance de chutar esse casamento de vez.

― Como assim?

― Eu sei que está se separando. ― eu digo calmamente sem contar que tinha passado a noite investigando tudo sobre ela. Sei que ela tem redes sociais conjuntas com o marido, sem nome sujo nem conta em banco, que mora no imóvel que pertence ao sogro e até o andamento do divórcio.

― Trabalho de modelo paga bem que nem as mulheres de revista? ― ela pergunta timida.

― Mais. ― sorrio de lado. ― Você já fez alguma peça de teatro?

Ela sacode a cabeça. ― Como assim, na escola?

Eu estou animada, ela será uma ótima funcionária. ― Sim, na escola. Já fez curso de teatro, alguma peça na igreja?

― Não...

― Mas já viu aqueles programas de tv que os comediantes fazem improvisação.

― Acho que sim... ― ela senta em um dos sofás parecendo um pouco desconfiada.

― Então, o trabalho que tenho para você é isso, uma mulher de comportamento irretocável, educada e linda o tempo todo. Um bibelô, uma boneca para encher os olhos e o tesão de um homem. Quero que você seja acompanhante de luxo.

Ela se assustou. ― Puta?

― Sugar baby, na verdade.

― Não entendi.

O erro que eu nunca cometiOnde histórias criam vida. Descubra agora