Maddie
Quando termina o expediente, desço apreensiva porque combinei com a minha assistente para cuidar do meu visual. Na portaria do prédio da clínica, em meio ao vai-e-vem de pessoas apressadas, eu avisto um rosto conhecido. É o segurança que me ensinou a jogar pedra no carro do meu ex.
Me aproximo dele e sorrio. ― Boa noite.
― Boa. ― ele responde sério, mas deixa escapar um micro sorriso no rosto viril.
― Estou esperando uma amiga. ― digo puxando conversa. O nervosismo me consome, esse processo de embelezamento para trabalhar como puta é muito desconcertante.
O segurança balança a cabeça.
― Você vai ficar no turno da noite?
― Gosto. É mais calmo.
Putas trabalham de noite. Penso. ― Sou Maddie.
― Cane. ― ele responde.
― Acho que ela está atrasada. Minha amiga.
Ele balança a cabeça de novo. ― Ela vai te levar para a forca?
― Quê?
― Você parece que está indo para o abatedouro.
― Pareço?! ― me admiro em como ele consegue ler meus pensamentos.
― Alguma coisa a ver com o cara que te chateou naquele dia?
Eu assobio. ― Bem distante disso.
― Bene.
O cara era bem grandão, rosto sério, acho que tem uma cicatriz no pescoço porque a sombra da barba falha em uma linha reta sob o queixo. Estar ao lado dele me faz sentir segura. Que coisa mais estranha...
― Quer tomar um café? ― aponto o Starbucks em frente ao prédio. ― De lá consigo ver se minha amiga chegar.
Ele parece me avaliar. Olha de forma intensa, mas suave. Penso em leão de zoológico, daqueles que ignora as pessoas que vão admirá-lo.
― Se não pode sair, eu trago para você. Pode deixar.
Estou agitada, cruzo a rua sem esperar resposta dele. Entro no Starbucks e peço dois capuccinos. Pago e volto para a portaria levando os copos.
Cane me mostra um meio sorriso de lado, mais esticado. Muda o rosto do homem para quem tenho simpatia gratuita. ― Grazie.
Eu bebo sorrindo com os olhos. ― É italiano isso?
― Si. ― ele bebe. ― Primeira vez que uma mulher paga um café para mim.
Eu dou de ombros. ― Para quem ofereceu matar meu ex, capuccino é troco.
Ele sacode a cabeça. ― Eu falei isso?
― Eu entendi bem.
― Ah! Sempre tem distância entre a verdade e a mente de uma mulher.
― Que coisa mais absurda! ― eu rio. Esse cara me distrai, nem sei porque a atenção dele é tão lisonjeira para mim. ― Homens é que gostam de menosprezar mulheres.
― Não disse isso.
Eu tomo ar para esticar a implicância, mas ouço a assistente me chamar.
― Salvo pelo gongo. ― aponto para ele fazendo carranca. ― Seu machista.
Ele dá de ombros, inclina a cabeça e entorta a boca. Gato.
― Tchau, Cane. Boa noite.
Cane pede minha mão, eu entrego e ele dá aquele beijo fantasma. ― Ciao, bella.
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O erro que eu nunca cometi
ChickLitOlá, mana! Obg por vir ler esse meu romance! Essa história começou humilde, mas esses personagens exigiram mais e mais, e apareceu um terceiro personagem que roubou seu espaço na vida da mocinha e... aqui está o resultaod. Não sei direito o que faze...