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Maddie
O despertador do calendário do meu celular me acorda às 6 da manhã. Eu pisco, me viro na cama e alcanço a mesa de cabeceira para desligar os apitos.
O sol fraco da manhã passa pela cortina de babados e por causa desta luz eu consigo ler 'aniversário de 5 anos de casamento' sem destravar a tela inicial. Fecho os olhos e seguro o choro de raiva. Quando eu coloquei aquele aviso, eu nunca pensei como minha vida ia virar do avesso.
Bem me lembro do dia que ganhei aquele aparelho novinho de Bob, meu marido, no nosso aniversário de 1 ano de casamento. Estávamos apaixonados, dedicados a tentar engravidar. Humilhada por não ter tido dinheiro para comprar um presente caro para dar de presente a ele já que eu não trabalhava fora, fiz um bom jantar naquela noite. Infelizmente meu presente foi a menstruação que desceu e a decepção na cara de Bob.
No dia seguinte, no culto de domingo, quando o pastor, pai dele, nos chamou no altar para uma oração, eu senti ondas de tristeza me afogarem. Eu deveria estar com um bebê no colo, ou ao menos estar grávida, mas não tinha aquele orgulho para dar ao meu marido e meu sogro.
Todos os meses eu chorei quando senti a cólica da menstruação aparecer, mesmo fazendo tudo certinho. Eu era uma boa esposa, boa dona de casa, boa nora, boa dona de casa, mas nunca fiquei grávida para agradar meu marido. Fiz tratos com Deus, mas ele me ignorou.
Com os anos, Bob foi deixando de me procurar na cama e perto dos cinco anos de casamento, eu rezava para engravidar por milagre. Foi então que a desgraça chegou de vez: ele pediu o divórcio.
Isso foi há dois meses.
Desde então eu vivo na suíte do apartamento que meu sogro nos deu no casamento e Bob dorme no quarto menor onde ele montou um escritório para trabalhar como contador da igreja.
Mais um dia de luta. Penso e levanto da cama, faço a cama, vou tomar banho e me preparar para trabalhar. Ao menos não preciso chegar de madrugada no consultório.
O advogado que cuida dos papeis mandou e eu tive que arrumar um trabalho para me sustentar. Nesta nova rotina, eu acordo cedo como antes, faço café da manhã como antes, mas ao invés de cuidar da casa, eu trabalho fora. Só limpo, cozinho e lavo roupa à noite quando volto para casa e quase sempre nem vejo Bob. Ele sai para a farra e volta tarde demais.
Me arrumo com um vestido listrado longo bem comportado e uma rasteirinha preta, amarro o cabelo em um coque, destranco a porta e saio do quarto. O apartamento está em silêncio e a sala desarrumada.
Folgado desgraçado.
Eu cato as almofadas jogadas no chão, recoloco os controles remotos na caixinha, pego as latas de cerveja vazias e levo para a cozinha. Volto com um pano para limpar os respingos que o porco deixou, abro a janela para ventilar o cheiro de bebida e finalmente vou fazer café.
Coloco a mesa com duas canecas, o pote de biscoito, açucareiro, caixa de leite, manteiga e queijo. Sempre faço igual, mesmo que agora eu coma sozinha. Quando a água ferve e eu começo a passar o café usando coador de pano como Bob prefere, ouço barulho no banheiro do corredor e estranho. É cedo demais para Bob ja estar de pé.
Encho minha caneca, coloco o resto do café na garrafa térmica, e sento para comer.
― Bom dia. ― Bob diz entrando na cozinha. ― Tem café na garrafa?
― Bom dia. Tem sim!
Vejo que ele ainda está de pijama, deve ter algum problema de trabalho para resolver.

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O erro que eu nunca cometi
ChickLitOlá, mana! Obg por vir ler esse meu romance! Essa história começou humilde, mas esses personagens exigiram mais e mais, e apareceu um terceiro personagem que roubou seu espaço na vida da mocinha e... aqui está o resultaod. Não sei direito o que faze...