Capítulo 32

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9 de julho
Louise

O bar onde o Adam estava capotado, não ficava muito longe do apartamento do moreno, então eu não me demorei em encontrar o estabelecimento que me parecia até que bem luxuoso do lado de fora.

Deixei meu carro parado na frente do bar, e entrei no lugar rapidamente. O lado de dentro do estabelecimento era ainda mais bonito do que o lado de fora, havia um senhor que aparentava ter uns 50 anos limpando as mesas do lugar, e quando me viu entrar tão rápido acabou deixando o pano cair no chão.

– Boa noite. Em que posso ajudar? - O senhor falou pegando o pano do chão e me olhando com um olhar curioso. Ele aparentava ser um alguém muito gentil.

Olhei em volta, e vi o Adam deitado com a cabeça sobre o balcão, abraçado à uma garrafa de whisky e dizendo algumas coisas indecifráveis. 

– Eu me chamo, Louise. Sou a moça do telefone e vim buscar ele. - Apontei para o moreno desmaiado no balcão.
 
– Ah! Então você é a Louise?

– O senhor me conhece? - Me aproximei do Adam apressada, passando a mão em seu rosto suado e tirando o cabelo de seus olhos.

– Na verdade, não. Mas é como se conhecesse. - Ele disse se aproximando com um sorriso. - O rapaz não parou de falar o seu nome, ou sobre você por nem um segundo.

– Jura? - Olhei para o moreno com um sorriso e um carinho que me deixava com uma sensação do coração quentinho.

– Mas ele também me disse coisas como: "Ela me traiu." e "Eu estou muito triste com ela.". Eu não faço ideia do que aconteceu, e não pretendo ficar me metendo nos assuntos do casal, mas é evidente pela forma como ele falou de você, e pelo modo como você veio correndo quando eu liguei e disse que ele estava aqui sozinho, que vocês dois se gostam muito, por isso conversem com calma quando ele estiver melhor. - O senhor do bar sorriu gentil.

– Iremos. - Sorri de volta. - Adam? - Chamei tirando da mão do moreno a garrafa de whisky, e passando os dedos entre os fios de seu cabelo escuro. - Adam, acorda.

– Louise? - O moreno foi abrindo os olhos aos poucos.

– Sim. Sou eu. Vim te buscar.

– Não. - Ele começou a tentar tirar minha mão de seus cabelos, mas sua coordenação motora estava uma bela de uma merda. - Não vou com você. - A voz dele estava carregada, de tanta bebida.

– Adam, eu vou te levar até o seu apartamento.

– Não. - Ele soluçou. - Não vai! Vai lá ficar com o Bianchizinho.

– Você nem sabe o que aconteceu!

– Eu vi, com os meus olhos! - Ele apontou para os próprios olhos e acabou enfiando o dedo no olho esquerdo. - Ai! - Ele tapou o olho. - Quando você disse para mim nunca mais desconfiar de você, eu prometi que não ia fazer mais isso. Mas dessa vez eu não tô desconfiando de nada, eu vi!

– Você não está em condições de ficar discutindo sobre esse assunto comigo, agora. Vamos embora!

– Não! - Outro soluço.

– Anda, Adam! – Comecei a puxar o mesmo e ele acabou cedendo.

– Tá. Já vou! - Ele olhou para o senhor de idade que nos observava com um sorriso no rosto. - Tchau, moço. Obrigado pela companhia e pelo whisky bom. - Outro soluço. - Vou avaliar muito bem o seu estabelecimento e contar para os meus amigos que aqui tem uma bebida muito boa, e um moço muito gentil.

– Obrigado, rapaz. Se cuida.

Apoiei o peso do moreno em cima do meu ombro, e o levei em direção ao meu carro:

Inexplicável TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora