Capítulo 1

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18 de abril - Domingo
Louise

A pergunta é:

O que eu estou fazendo aqui?!?!?!

As únicas coisas que eu me recordava, eram do meu par de chifres e de que eu havia saído para beber com a Mariana; fora isso eu não me recordava de mais nada e tudo só piorava graças à minha cabeça que não parava de rodar por causa da ressaca:

- Merde. Aquele bando de álcool não me fez bem... - Tapei minha boca assustada ao perceber que o homem desconhecido ao meu lado se mexeu na cama.

Ele estava de barriga para baixo então eu não pude ver o seu rosto, e mesmo que eu pudesse ver, eu tenho certeza que não me lembraria de como fui parar ali, com ele.

Me levantei da cama tomando o máximo de cuidado para não acordar aquele homem que respirava pesado envolvido pelo sono, e comecei a procurar minhas roupas pelo quarto.

Encontrei as peças jogadas no chão do banheiro.

"Espera! A pia está quebrada?"

Uma lembrança da noite anterior voltou à minha mente, e eu senti minhas bochechas esquentarem.

"Oh mon Dieu! Eu transei em uma pia!"

Fechei a porta atrás de mim e após me olhar no espelho por um tempo, tapei meu rosto e comecei a fazer alguns barulhos indecifráveis.

Quando tive coragem de retirar as mãos do rosto novamente eu encarei o meu reflexo no espelho, e parei meu olhar em um enorme roxo no meu pescoço:

- Oque?! - Coloquei a mão no local. - Mon Dieu! Olha o tamanho desse chupão. Eu não acredito.

Depois de me lamentar mais algumas vezes e tentar, sem sucesso, me lembrar do que tinha acontecido na outra noite, eu finalmente comecei a me vestir.

Quando saí do cubículo me deparei com o homem sentado na cama, ele mantinha os braços atrás na nuca, e parecia bem relaxado enquanto observava a vista da janela.

Ele era bonito. Muito, muito bonito. E a luz do dia que o iluminava fazia questão de o tornar ainda mais atraente.

Pele clara, cavanhaque bem feito, lábios grossos, e o cabelo bem preto bagunçado só deixava ainda mais clara a sua estonteante beleza, e incrível porte físico.

Fiquei olhando o mesmo por um tempo e mesmo que ele fosse um pedaço de mal caminho, eu não conseguia me imaginar e muito menos me lembrar de ter sido a maluca que se jogou nos braços de um homem que nem conhecia, mesmo estando completamente bêbada.

Ele se virou para mim me pegando desprevenida, dei um pequeno salto e como reação ele mostrou os dentes brancos e perfeitamente alinhados em um sorriso:

- Bom dia, docinho. - Ele falou com uma voz tão rouca e grossa que fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, além de me encarar como se soubesse cada pequeno segredo meu.

Comecei a olhar para todos os lados na intenção de não manter contato visual com ele.

Aqueles olhos castanhos pareciam querer me devorar, e eu não estava nem um pouco preparada para uma conversa matinal pós sexo. Ainda mais quando eu tentava à todo custo me recordar do nome dele, mas não vinha nada à minha mente confusa.

- Bom dia. - Eu falei tão baixo que tenho certeza que ele entendeu mais como um grunhido ou sussurro, do que como uma saudação matinal educada.

- O você está procurando?

"EU NÃO SEI!!"

Comecei a olhar para os lados como uma louca procurando algo que estivesse faltando em mim.

Inexplicável TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora