Capítulo 23

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30 de Maio - Domingo
Adam

 
Ela trouxe ele para o desfile?!?

Olhei incrédulo enquanto Louise conversava com o mesmo cara da cafeteria, servida de uma taça de champanhe. Eu até entendia que ela quisesse conhecer outra pessoa, mas eu e ela havíamos conversado que se fosse ficar com outro, não era pra mim ficar sabendo quem era.

Eu estava tentando me segurar, mas eu precisava tirar essa história a limpo, e tinha de ser agora.

Entreguei a taça para um dos garçons que estava passando ao meu lado, e saí de perto do pessoal que eu estava conversando com tanta pressa, que nem ao menos notei que os deixei falando sozinhos.

– Louise. - Ela se virou para mim com os olhos curiosos.

– Adam, eu queria falar com você desde...

– Está saindo com outra pessoa? - Falei mais próximo do ouvido dela para que apenas a morena pudesse me ouvir.

Louise me olhou incrédula sem parecer entender o que eu queria dizer:

– Quem é o seu amigo? - Apontei para o outro cara que observava ao redor com o olhar disperso.

– O Leandro? - O cara nos olhou atendendo ao seu nome. - Espera! Você acha que eu tô saindo com ele?

– Eu não acho, nada. Eu vi vocês dois depois do trabalho na quinta-feira, na cafeteria.

– E o que exatamente nós estávamos fazendo? - Ela cruzou os braços e eu parei para pensar. Realmente não havia ocorrido nada demais, eles só estavam conversando de um modo mais íntimo e descontraído. - Conheça Leandro Lefèvre, meu primo.

"Por essa eu não esperava..."

Acho que nunca me senti tão patético antes.

– Eai cara! - O tal Leandro me ofereceu a mão em um comprimento. - Eu sou o Leandro, primo da Louise. E você deve ser o Adam, não é mesmo?

Ele sabia quem eu era? Merda. Eu não podia me sentir mais constrangido.

– Eai. - Correspondi o comprimento. - Sou eu mesmo.

– A Louise me falou de você uma vez ou outra. - Olhei para a mesma que me olhava com um sorriso animado, ao mesmo tempo que com os braços cruzados e os pés batendo no chão compulsoriamente, com seu incrível salto fino.

– Ah. Sim, claro.

– Vou deixar vocês dois conversar um pouquinho. - Ele virou a taça de champanhe. - E pegar mais uma taça dessa belezinha!

– Leandro, cuidado! Você está de carro. - Louise falou enquanto o mesmo já se afastava e como resposta apenas fez um "joia" sem nem ao menos olhar para trás. - Então... - Ela se virou para mim cruzando os braços novamente. - Tem algo a me dizer? - Ela arqueou uma das sobrancelhas.

Olhei em volta procurando uma escapatória, mas não havia nenhuma. Eu havia criado uma suposição apenas pelo o que vi, e ainda vim tirar satisfações com ela como se eu tivesse algum direito de fazê-la.

– Desculpa. Eu pensei que ele fosse... É que eu vi vocês dois juntos e... Daí hoje você trouxe ele para cá... Eu só pensei que...

– Eu sei o que você pensou. E eu fico indignada em saber que você acha que eu sou esse tipo de mulher. A gente não conversou sobre isso? Por que eu traria uma pessoa que eu tô ficando, em um evento que eu tenho certeza que você estaria presente?

– Eu não acho que você seja assim, é que foi a única relação que eu consegui fazer.

– Você não tem que fazer uma relação de nada! Nós estamos abertos a ficar com outras pessoas, mas nem por causa disso eu seria a filha da... - Ela se segurou para não terminar o xingamento. - A otária que faria questão de colocar um ficante na frente do outro para se conhecerem.

Inexplicável TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora