Capítulo 11

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11 de maio - Terça feira

A noite passada foi um tormento, eu fiquei em uma discussão intensa comigo mesma enquanto imaginava se por alguma desgraça os meus chefes descobrissem que eu estava dormindo com o filho deles, qual a merda que iria acontecer comigo. Mesmo que eu tivesse dito ao Adam que iria tentar não pensar naquilo, era uma tarefa difícil, ainda mais para mim que sempre pensava demais nas coisas.

Me levantei da cama e fui em direção ao banheiro, para tomar um banho e ver se eu conseguia dispersar meus pensamentos impuros, e medo de algum modo transparecer ao Raul e a Margot que dormi com o filho deles, e ainda iria repetir a dose de novo em algumas horas.

Vesti uma calça jeans azul clara, uma camisa social salmão, um tênis preto e joguei por cima um sobretudo da mesma cor, deixei meu cabelo solto, escondi o chupão do meu pescoço com maquiagem do melhor jeito que pude, e fui tomar um café. Enquanto eu colocava o bule de água no fogão, meu celular começou a vibrar com uma nova mensagem.

Era minha mãe, Eliane. Devia estar ligando para falar sobre o aniversário de 87 anos da minha avó, Tereza.


- Oi, filha

- Oi Mãe. Tudo bem com a senhora?

- Tudo. E você, meu anjo?

- Bem. - Assenti fazendo um torrada.

- Eu só queria saber se você vai vir para o aniversário da sua avó daqui duas semanas? Ela não quer nada grande, disse que vai esperar os 90, então só chamamos a família, a Emma, o Ni e o marido dela; você, e se quiser pode trazer o Oliver.

- Mãe, eu e o Oliver terminamos.

- O que? Por que? Vocês eram tão lindos juntos.

- Uma longa história. - A água começou a ferver. - Mãe, eu preciso ir. Tenho uma reunião com meus chefes hoje. Nem cheguei a te contar, mas eu mudei de confecção. Prometo que vou no aniversário da vovó. Manda um beijo pra ela e para o papai, por favor.

- Claro, meu anjo. Te vejo em duas semanas.

- Até lá.


Desliguei o telefone e terminei de preparar o meu café. Depois de me servir uma caneca e terminar minha torrada, fiquei apoiada no balcão folheando uma revista, quando terminei verifiquei o relógio e ainda faltavam meia hora para as nove.

Revistei todo o meu material para ter certeza que não tinha esquecido nada, e saí de casa sem a chave do carro. Hoje eu queria andar um pouco e aproveitei que eu tinha escolhido um tênis confortável. O céu estava azul com algumas nuvens branquinhas, o vento estava gelado, mas as flores lindas e chamativas com suas cores diversificadas davam um toque mais quente, características típicas da primavera.


20 minutos depois...

Depois de guardar minha bolça na minha sala, eu subi para o andar dos meu chefes, eu não tinha certeza de onde era para encontra- lós, então parei na frente da secretária deles, a mesma da pele negra que eu havia visto, no primeiro dia que pisei ali:

- Oi. Bom dia. - Falei tentando não transparecer meu nervosismo.

- Bom dia, senhorita Lefèvre. O Sr e a Sra. Bresson disseram que a sua reunião vai acontecer na sala de reuniões do andar de baixo, porta 4. Eles já estão te esperando.

- Ok. Obrigado.

- Por nada

Segui para o elevador e desci um andar, quando as portas se abriram entrei no corredor e bati na ultima porta que tinha um cartão branco escrito: "sala 4". Depois de ouvir um "entra" abri a porta devagarzinho, dei um sobressalto quando notei que além dos meus chefes haviam mais duas pessoas; ao lado esquerdo da Margot, que estava na cabeceira da mesa, havia duas cadeiras vazias e na terceira o Miguel estava sentado impecável em um paletó cinza que lhe caía perfeitamente bem sobre os ombros, do outro lado de Margot estava o Raul e a Isabel. Sorri escondendo minha surpresa.

Inexplicável TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora