Eu cuido de você

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Lucas, eu e Robin estávamos na enfermaria da escola. A enfermeira tinha passado um tipo de pomada no meu braço e agora estava enfaixando ele, o que não faz sentido já que está só um pouco roxo.

Enfermeira - evita ao máximo bater esse braço, ele está bem machucado

Max - obrigada

Lucas - vem - ele me ajuda a levantar.

Max - Lucas, eu tô bem. Consigo andar - caminho sozinha para fora da enfermaria e os dois me seguem.

Lucas - eu sei, só quero ajudar

Max - não preciso de ajuda, nunca precisei. Não vai ser a primeira vez

Robin - não é a primeira vez? - ela diz surpresa.

Max - digo que não é a primeira vez que eu tenho que me virar sozinha

Lucas - esse é o problema, Max. Você não tem que se virar sozinha

Robin - estamos aqui

Escuto a porta da frente bater e vejo Hopper passando por ela junto a outro policial uniformizado.

Robin - chamaram a policia. Tadinho do Steve

Lucas - Steve vai ficar bem, é o Hopper

Max - e o Billy? - fico preocupada, por mim e por ele. Ele vai acabar descontando tudo isso em mim mais cedo ou mais tarde. Mas apesar de qualquer coisa, ele é meu irmão, e eu de verdade não queria que nada disso estivesse acontecendo com ele.

Lucas - acho que o Billy vai se encrencar. Ele te bateu

Max - ele não me bateu

Robin - te machucou

Max - não foi nada, faço pior comigo mesma andando de skate

Lucas - é diferente, Max

Max - vocês não entendem. Se o Neil saber vai castigar o Billy. E se o Billy se ferra eu me ferro

Lucas - porque não conta pra sua mãe?

Max - pelo mesmo motivo. Não tem escapatória

Robin - e você vai viver assim com medo dele até quando?

Max - até eu me formar, conseguir um emprego e sair daquele inferno

Robin - olha Max, minha casa não é grande coisa mas pode ficar comigo e com a minha família se quiser

Max - não posso, minha mãe nunca deixaria. E eu também não me sinto muito bem em deixar ela em casa sozinha com Neil e Billy

Lucas - você tem que fazer alguma coisa

Max - livrando o Billy da encrenca já me ajudaria

Robin - não dá pra fazer isso, foi o diretor que pegou ele

Max - ai! - sinto uma pontada de dor no meu braço.

Lucas - o que foi?

Max - meu braço, começou a doer

Lucas - vamos para minha casa, deve ter remédio para dor lá

Max - não posso ir pra sua casa, sua mãe vai te matar se te ver essa hora lá

Lucas - ela tá trabalhando, não vai saber

Robin - Lucas tem razão, não é bom ficar aqui. Até porque eu não duvido que daqui a pouco alguém vai te chamar lá para te perguntar o que aconteceu

Max - ótimo, eu digo que nada e tudo acaba bem

Robin - talvez para o seu irmão, mas o Steve vai se ferrar bonito por ter te defendido - fico reflexiva. Não quero ferrar o Steve.

Max - tá bom

Lucas - então vamos

Robin - vou pedir para a inspetora avisar o Steve que estamos na sua casa assim que ele sair

Lucas - boa ideia

Lucas, Robin e eu vamos caminhando até a casa de Lucas. Quanto mais o tempo frio me pegava mais meu braço doía, não sabia que esses pequenos hematomas podiam doer tanto. Robin caminhava na nossa frente. Lucas me olhava cauteloso desde que começamos a caminhar.

Max - Lucas, eu tô bem. Não precisa ficar me olhando desse jeito - seu olhar cravado em mim o caminho todo começou a me irritar.

Lucas - desculpa, é que as vezes você faz essa cara de dor

Max - está doendo mas só um pouco, como qualquer machucado - ele me olha com um olhar solidário. Ele tira a jaqueta que estava usando e me cobre com ela.

Lucas - o frio piora a dor - ele diz e coloca seu braço em torno de mim e andamos assim até chegarmos em sua casa. Eu estava com muito frio e a dor no meu braço piorava a cada minuto - senta aqui - eu sento no sofá e ele some para a cozinha. A casa do Lucas era maior que a minha, mas não era uma mansão e nem nada, era aconchegante e com cores vivas, diferente do branco e cinza desbotado da minha casa.

Robin - você está pulando de frio, Max - ela coloca a mão dela na minha testa.

Max - não estou doente, Billy só segurou um pouco forte demais

Robin - um pouco? - ela pergunta irônica - está com febre. Devia ter se agasalhado melhor ontem a noite

Max - que ótimo - eu reclamo. Lucas volta com um cobertor e me cobre.

Robin - ela está com febre

Lucas - febre? Esse machucado pode dar febre?

Robin - não, acho que foi a friagem que ela pegou ontem a noite, ela não está acostumada

Lucas - o que eu faço? - ele fica levemente desesperado.

Max - eu tô bem

Robin - meu Deus, Max. Você é a garota mais teimosa que eu já conheci - olho para Lucas e ele sorri pra mim como se dissesse "eu disse" - fica aqui com ela, vou ver se da para prepara um chá - ela se levanta e vai para cozinha. Lucas se senta ao meu lado.

Lucas - o que está sentindo?

Max - frio, e um pouco de dor de cabeça

Lucas - e o braço? - dou de ombro, não quero dizer que está doendo - vai ficar melhor - ele me puxa para si, eu deito minha cabeça em seu peito e ele acaricia meu cabelo. Meus olhos iam pesando e o sono ia tomando conta de mim.

Robin - Max! - ela me chamava baixo. Nem percebi que tinha caído no sono. Abro meus olhos com relutância. Lucas ainda me abraçava e estava dormindo também - que fofos - ela me provoca.

Max - não, Robin - digo com a foz falha.

Robin - toma, vai se sentir melhor - ela me entrega uma xícara de chá - quer que eu te abrace também? - ela brinca.

Max - dá pra esquecer isso?

Robin - vou te lembrar disso pelo resto da sua vida - sorrio ao imaginar que Robin, Steve, Lucas e Jane serão meus amigos pelo resto da minha vida. Não acredito que vou dizer isso, mas me mudar para Hawkins foi a melhor coisa que já me aconteceu, essas pessoas são a melhor coisa que me aconteceu.

I See You - LumaxOnde histórias criam vida. Descubra agora