Me desculpa, Max

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Max - dormir aqui? - fico um pouco nervosa com o convite. Lucas era um cavalheiro, sei que nunca me tocaria sem meu consentimento, mas isso nunca aconteceu antes. Eu dormir na casa de um garoto. E não qualquer garoto, Lucas Sinclair, também conhecido como o garoto que eu estou beijando.

Lucas - não vai ser uma boa ideia voltar pra sua casa hoje. Se se sentir incomodada você dorme aqui e eu na sala. Ou também pode ficar na casa da Jane ou com a Érica. Só não volta pra casa - ele me olhava cauteloso.

Max - não precisa dormir na sala e nem me despachar para a Jane ou a Érica - eu brinco e ele ri.

Lucas - por mim eu ficava com você o dia todo. Mas sei que não gosta

Max - pra ser honesta eu não faço ideia do que eu gosto e deixei de gostar. Desde que te conheci ando fazendo e pensando em coisas que eu jamais pensaria na Califórnia e por outra pessoa

Lucas - espero que não esteja pensando na melhor forma de esconder meu corpo - agora ele brinca.

Max - claro que não, idiota - eu soco de leve seu braço e seu sorriso se desfaz.

Lucas - posso ver como está? - ele se refere ao meu braço e eu assinto com a cabeça. Ele arregaça a manga da camiseta e dava para visualizar exatamente a mão do Billy. Estava bem roxo - está doendo?

Max - um pouco. Está mais feio do que dolorido, não se preocupe - tento tranquilizar ele. Mas estava doendo. E eu sentia que hoje foi a pá que faltava para enterrar as esperanças de um bom relacionamento com o Billy. De certa forma eu estava surpresa e magoada com o que aconteceu - ele não é assim - deixo uma lágrima escorrer.

Lucas - talvez não fosse. Mas esse é ele agora, Max. E você tem que tomar cuidado, cuidado de verdade - ele limpa a lágrima com seu polegar e eu deito a cabeça em sua mão, aproveitando seu toque.

Sra. Sinclair - ai meu Deus - ela encarava meu braço perplexa - quem fez isso com você? - ela entra no quarto e vem direto até mim.

Max - não foi nada, não se preocupe - sorrio de fraco.

Sra. Sinclair - como não se preocupar, olha para isso?! - ela se senta ao meu lado - Lucas... - ela ia chamar a atenção dele.

Max - não foi ele - eu corto no mesmo instante - na verdade, se não fosse pelo Lucas, Robin e Steve, eu... eu não faço ideia do que teria acontecido

Sra. Sinclair - as marcas são grande demais para ter sido alguém da sua idade

Max - foi meu meio irmão, ele se irritou e acabou perdendo o controle

Sra. Sinclair - isso não é perder o controle, minha querida. Ele te machucou

Lucas - mãe, acho que a Max não quer falar sobre isso. Hopper foi até a escola e o diretor viu tudo. Vai ficar tudo bem

Sra. Sinclair - se precisar de algum lugar para ficar, sinta-se a vontade - ela segura minha mão me passando segurança.

Max - eu agradeço, Sra. Sinclair, mesmo. Mas tenho que ficar com a minha mãe

Depois de tomar o remédio para dor e ter comido algo, a mãe do Lucas me deu carona até minha casa. Assim que entrei tinha apenas Billy sentado no sofá. Meu coração começou a disparar no mesmo segundo. Assim que ele me nota ele caminha até mim. Não sei se era o medo ou o que era, mas eu estava completamente paralisada sem nenhuma reação. Eu queria correr e gritar por ajuda, mas não conseguia mover se quer um músculo. Ele pega meu braço e arregaça a manga encarando a marca que ele deixou em mim.

Max - Billy... - ele se ajoelha no chão e começa a chorar, abraçando meu corpo.

Billy - me desculpa, Max - ele disse entre as lágrimas, e isso me fez chorar também. Ver ele ali, tão vulnerável e me abraçando - eu não queria te machucar. Por favor, me desculpa - ele chorava cada vez mais e eu não tinha reação a não ser fazer o mesmo. Quando finalmente consigo processar o momento, abraço ele de volta.

Max - tá tudo bem, Billy. A gente vai dar um jeito

Billy - não, Max. Você não entende. Ele vai me matar, me matar de verdade - seus olhos estavam em completo desespero. Seu rosto completamente encharcado por lágrimas, culpa e medo.

Max - ele não vai tocar em você - ele balançava a cabeça negativamente.

Billy - por favor, Max. Me perdoa

Max - eu te perdoou, Billy. Tá tudo bem

A porta da sala se abre e Neil parece mais furioso que nunca. Billy se levanta rapidamente e fica atento a cada movimento de Neil.

Neil - agora você foi longe demais, seu desgraçado! - ele se aproxima de nós como se estivesse realmente decidido a matar alguém. Eu entro na frente de Billy antes que ele o machuque e Neil para de andar - sai da minha frente - ele diz com a voz firme me ameaçando.

Max - não! - eu junto o pouco da coragem que tinha para me manter no mesmo lugar. Mas a verdade é que eu estava com muito medo. Sei do que Neil é capaz, e não posso deixar ele se aproximar de Billy.

Neil - eu não estou pedindo, Maxine! - ele me segura pelo braço e me joga para longe dali, me fazendo cair no chão.

Billy - pai... - ele sussurra com um temor visível na voz.

Neil - cala a boca! - ele soca seu rosto.

Max - para! - eu grito aos pranto mas ele não parece me dar ouvidos.

Neil - sabe a vergonha que me fez passar no trabalho? Hum? - ele soca Billy mais uma vez - sabe a vergonha que eu passei quando o policial disse que meu filho tinha sido preso por bater na irmã mais nova? - e mais um soco é depositado no rosto de Billy, que já estava vermelho e sangrento.

Max - Neil, para. Por favor! - eu seguro a sua mão para que ele não batesse mais no Billy. Mas ele me empurra e mais uma vez eu acabo caindo. Mas dessa vez acabo batendo a cabeça em um dos armários e depois disso era só nada.

I See You - LumaxOnde histórias criam vida. Descubra agora