II

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Pov Arizona.

Uma lição que eu vou levar pra vida é nunca pegar dinheiro com agiota, agora eu teria que pagar sendo puta no prostíbulo dele.

No caso, é dela, eu estava sendo uma das putas da Cristina Yang, a maior agiota de toda seattle e a mais procurada pela polícia também, já que alem de escravizar sexualmente as meninas, ela vendia drogas ilegais.

Eu estava aqui a um mês e faltavam apenas mil dólares do que eu devia a ela, ou seja, se eu transasse com uns 3 ou 4 caras por noite eu me livraria disso tudo.

Ou não, já que a minha máxima era dois por noite, já que esses caras preferem as que tem mais experiência.

Em toda a minha vida eu só tinha ficado com dois homens, e foi no início da minha vida sexual, depois que eu descobri a maravilha que era transar com mulher, eu desisti totalmente.

Só transar, porque lidar era totalmente diferente, e, dizem as más línguas que " vocês são mulheres, vocês se entendem".

Entende merda nenhuma, cada mulher tem uma complicação diferente e geralmente a gente mesmo não se entende, quem dirá entender a outra.

O meu dia era totalmente corrido, eu passava basicamente o dia todo na faculdade, e sim, eu fazia faculdade, e virava a noite sendo puta.

Era cansativo, era exaustivo, eu não via a hora disso acabar.

Eu fazia faculdade de direito, meu sonho era me tornar juíza, mas acabei em enrolando na mensalidade da faculdade e um amigo me indicou a Cristina.

Eu deveria ter ouvido minha mãe sobre pegar o dinheiro, eu poderia ter esperado mais, mas eu achei que fosse conseguir pagar numa boa.

É, Arizona, uma estudante de direito fazendo isso, muito errado, não acha?

Eu venho de uma família humilde, meus pais são professores e a renda que temos é bem pouca. Meu irmão mais velho até que ajuda em algumas coisas, mas as despesas dele e da esposa já são grandes demais para ter que nos carregar nas costas.

Eu estava com meus 23 anos, tinha acabado de entrar na minha segunda faculdade, me profissionalizar em direito para depois estudar mais e conseguir fazer a prova para juíza, em mais ou menos três anos eu poderia estar mudando minha vida.

E esperava que não fosse ser reconhecida.

Eu estava prestes a descer para o salão, já tinha colocado a minha peruca morena e a lingerie escolhida da noite, e sempre sobrava para mim cores que não valorizavam meu tom de pele.

Ser a "carne nova" não era fácil, eu já tinha passado por cada coisa aqui.

Mas pelo menos meu nome aqui não era tão ruim, eu achava Tiffany até bonitinho.

Assim que cheguei no salão uma das meninas me avisou que tinha uma mulher me querendo e eu sorri aliviada, muito tempo que eu não sabia o que era sexo de verdade.

Sorri e me apresentei para ela, a mesma me pagou uma bebida e pediu para me levar para o quarto.

Eu logo topei, meu corpo ansiava por isso, a morena a minha frente era bem gostosa e parecia ser mais velha, ou seja, mais experiente.

A recepcionista explicou a ela como tudo funcionava e logo nos entregou uma chave nos mostrando a direção do quarto disponível.

A morena caminhava comigo por ali como se eu fosse pose sua e eu estava gostando disso, era bom, pela primeira vez em meses, não sentir nojo ao ser tocada.

Assim que entramos eu vi seu comportamento mudar da água para o vinho, ela observava cada canto do quarto como se sua vida dependesse disso, e eu estava começando a achar que dependia.

- Câmeras?- perguntou tirando algo do ouvido, provavelmente um aparelho auditivo.

- Não, eles só dão quando o cliente pergunta se pode filmar, aí é como se fosse um filme que eles te dão em um dvd ou cartão de memória.- expliquei.

- E microfones?- perguntou ainda analisando o quarto e eu estava começando a ficar assustada.

- Também, nós temos um grito específico para indicar que está passando dos limites.

- Que séria?

- " Assim você acaba comigo"- falei baixo com medo de alguém ouvir e eu e ela olhamos para a porta, mas ninguém entrou. - Você não é uma cliente, né?- negou e eu sentei na cama frustrada.- E eu achando que teria uma ótima transa hoje.

- Olha, eu preciso que confie em mim, se não tudo pode ir por água abaixo.- ela falou.- Eu sou uma policial e estou atrás da Yang faz alguns meses, eu sei que muitas estão aqui contra a própria vontade e foi por isso que eu escolhi você a dedo.

- E por que acha que eu estou aqui obrigada?

- Você não tem cara de quem faz sexo por dinheiro, principalmente com homens, fora que você ficou muito feliz quando uma mulher te escolheu.- ela enumerou.- Eu sou policial, morena, eu vejo os sinais.

- E por que acha que vou te ajudar com isso?- perguntei cruzando os braços.

- Você sabe que se falar algo eu e você podemos morrer.- falou dando um sorriso.- Vai me ajudar?

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