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Quando Katsuki Bakugo recebeu a carta de aprovação da U.A., ele sabia que sua vida iria mudar para sempre, mas ele nunca foi capaz de prever o que apenas um ano seria capaz de mudar. Na verdade, ele ainda não havia entendido que bastavam apenas poucos segundos para que a vida de alguém pudesse mudar de forma trágica.
Só se deu conta disso quando ele se viu nessa situação.
Porque quando ele saiu de casa naquela manhã, quando ainda era um aluno do primeiro ano, rumo ao acampamento de treinamento, jamais imaginaria que voltaria para casa com o braço mutilado. Ele jamais seria capaz de esquecer aquela dor miserável que o desgraçado daquele vilão o causou.
Quase todos os envolvidos foram presos, aquele pequeno ataque culminou em outro que veio de forma lamentável forçar a aposentadoria do All Might, mas ao menos a ameaça havia sido de fato neutralizada, por mais que um ou outro tivessem escapado, os cabeças daquela organização criminosa havia sido detidos e a Liga dos Vilões não existia mais.
As coisas deveriam ter voltado a ser o que eram antes, mas quando Bakugo se deu conta de que carregaria sequelas daquele ataque pelo resto da vida, o sonho de ser o melhor entre todos se afastou dele a passos largos, e agora, Bakugo se encontrava encarando as costas dos seus colegas, de todos eles.
Estavam muito mais a frente do que talvez ele jamais conseguiria chegar.
Então talvez ele tenha se fechado ainda mais, talvez tivesse se tornado mais duro consigo mesmo. Mas ele tinha que fazer isso, afinal, não admitiria se tornar um herói medíocre. Se fosse para ser isso, ele preferiria...
Katsuki interrompeu os próprios pensamentos assim que chegou ao corredor do dormitório feminino, ele odiava a forma como às vezes seus próprios pensamentos o levavam para lugares escuros e estranhos de sua mente.
Foda-se, ele ainda era bom, não era? Talvez só precisasse de um pouco mais de tempo, era isso... Os outros poderiam até mesmo ter ganhado alguma vantagem, mas Bakugo encontraria um jeito de dar a volta nisso.
Cansado de si mesmo e dos próprios pensamentos, ele focou então na porta diante de si conforme sentia a irritação crescer ao passo que se recordava das palavras ditas por Kiara no dia anterior.
Garota estúpida. Quem ela pensava que era para falar com ele daquela forma na noite passada? A filha da puta sequer estava junto da turma no primeiro ano, na real mesmo, ela deveria ser a pessoa mais interessada em se esforçar para compensar o atraso que possivelmente deve ter por não ter cursado o primeiro ano em uma escola do calibre da U.A.
Se fosse avaliar cuidadosamente, Bakugo estava mesmo era fazendo a ela, um grande favor em obrigá-la a treinar seguindo o seu regime.
Sem hesitar por mais nenhum segundo, ergueu o braço e então socou a porta com força por três vezes e esperou, logo escutou o som de algo se arrastando dentro do quarto e poucos segundos depois a porta foi aberta.
