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Katsuki observou em silêncio o momento em que Kiara travou, a mão na maçaneta da porta entreaberta imóvel, ela virou o rosto em sua direção abruptamente como se não acreditasse no que ele havia acabado de pedir.
- Você tá doidão? - perguntou ela, e pelo tom que utilizou, parecia mesmo que acreditava que Bakugo tivesse enlouquecido.
Ele estalou a língua irritado e caminhou até ela, tirando a mão da garota da maçaneta da porta, ele voltou a fechá-la mantendo os dois do lado de fora.
Até o momento ele não sabia ao certo o motivo de ter ido falar com ela, mas sabia ao menos que Kiara não fazia parte daqueles que ainda o tratavam como alguém que precisava de cuidados, como se ele também não fosse a porra de um aluno do curso de heróis. Ninguém nunca admitiu, é claro, mas Katsuki não era burro e sabia que seus colegas de turma começaram a pegar leve com ele depois do incidente.
E Katsuki sabia que Kiara estava ciente de sua lesão, afinal a idiota havia perguntado mais de uma vez se o braço dele doía na ocasião em que ela presenciou seu pequeno ataque, o que basicamente significava que ela estava pouco se fodendo para o fato dele estar machucado. E essa havia sido provavelmente a coisa mais legal que alguém fez por ele nos últimos tempos, apesar de que ele jamais admitiria isso em voz alta.
E ele também não admitiria que Kiara estava muito mais que a altura para lutar contra ele. Desde o início daquele ano letivo Katsuki não imaginou nem por uma vez sequer que a novata que parecia dormir em toda e qualquer oportunidade era tão forte.
Tudo bem que fisicamente ele tinha muito mais força que ela, mas do que isso adiantaria se ela conseguia atacar antes mesmo dele ter a visto se mover? E se por acaso Katsuki viesse a conseguir superar ela, caso encontrasse uma forma de lidar com aquela individualidade, talvez ele finalmente conseguisse superar a sua desvantagem.
Era uma ideia bem imatura, não havia tido tempo de pensar muito sobre aquilo, mas era uma possibilidade. E foi exatamente por aquele motivo que ele ignorou a fala dela e repetiu o que havia dito antes.
- Quero que faça aquilo de novo.
Kiara piscou ainda o encarando em silêncio com aquela cara de quem está prestes a ligar para o sanatório.
- Essa frase soou muito estranha. - ela disse depois de um tempo, e completou - Mas só pra que você fique sabendo, sem chance de rolar fazer aquilo de novo.
Kiara pôs a mão na maçaneta da porta.
Katsuki a afastou novamente.
- Não aceito não como resposta. - disse ele irredutível.
- E que tal: não, nem fodendo? - retrucou.
Ele estreitou os olhos irritado em direção a garota.
- E porque? - perguntou Katsuki cruzando os braços.
