02. Vizinha ⛓️

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━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

Eu mal dormi esta noite.

Motivo? Victor. Eu mal consegui tirá-lo da cabeça e pensei em tudo ao seu respeito, ao meu e ao nosso. Era uma merda pensar que ele estava participando da mesma reunião que eu e que finalmente nos encontramos, depois de tanto tempo. Claro que reagi de forma — que me odeio até agora — inesperada por ele, porque meu corpo reagiu de forma que não devia, ao vê-lo. Principalmente quando estava a poucos centímetros de mim, quando me prendeu contra aquela parede.

Mesmo o odiando, com todas as minhas forças, meu corpo pedia para que colasse seu corpo no meu e então calasse aquela boca provocadora na minha. Eu me odeio e me xingo tanto por isso. Mais tanto. O que cometi fui um pecado ernome, o que pode se considerar um erro enorme também. Tudo o que vou sentir com esse maldito homem, vai ser errado. E por isso, preciso pegar distância, o máximo possível.

Eu sei que ele tem muito mais inteligência que eu nessa parte, porque sei que vai me seguir, para descobrir tudo de mim e não sei o que vai querer com isso. Não sei o que está procurando em mim. Victor pode querer me provocar, com coisa do passado, mas não vou ceder as suas provocações. Se é isso que espera de mim, pode esquecer. Posso não saber suas intenções comigo, mas não vou cair em nenhuma delas.

Não sou idiota. Não mais.

No tempo que Victor e eu ficamos juntos, sei que tem mania de inventar plano para tudo e acho que não vai ser diferente comigo. Victor vai querer alguma coisa comigo, já que estamos a tanto tempo sem nos vermos e termos notícias um do outro. O bom de morar em outra país, que não seja o qual reina, é que não tenho informações nenhuma sobre ele. Victor não ia aparecer na televisão, sendo que pertence a outro país, que não seja o Canadá, então isso era mais um ponto positivo para eu esquece-lo e para meu ódio e decepção não aumentar.

Se funcionou? Bem...

Meu celular toca. Me desperto dos pensamentos e vou atrás dele. O pego no braço do sofá, onde estava carregando e vejo que é Carol me ligando, em chamada normal. Atendo.

- Oi, amiga.

— Tudo bem, fofa?

- Tudo. Está com saudades de mim, é? Me ligando logo cedo.

— Acabei de chegar em casa. Fui levar Aurora na escola.

- Ah, sim. E ela tá bem?

— Pode deixar essa sua preocupação de mãe um pouco de lado? É claro que ela vai estar bem, com a melhor tia do mundo.

- Espero que fique assim, até eu voltar.

— Quando você chegar, ela vai pedir pra você ir embora de novo, pra ficar só com a tia dela.

- Está me ofendendo, viu?

— Brincadeira, amiga. Sabe que nós te amamos. O que está fazendo agora?

- Estava fazendo meu café. Mais tarde acho que vou dar uma volta pela cidade.

— Quero presentes, ouviu?

- Vou comprar, Carolina.

— Bom mesmo.

Voltei para a cozinha, com a chamada ainda ligada e fiquei conversando com Carol por um bom tempo. Depois de comer meu café, fui para meu quarto, para poder trocar de roupa, porque ainda estava de pijama. Voltei para a sala e fui para sofá, para me distrair com a televisão, até a hora que eu sentisse fome de novo, para almoçar.

....

Deixei o apartamento, indo para o elevador e apertei o botão, chamando ele. As portas do elevador se abriram e eu entrei, apartando o botão para descer no térreo. Saí do prédio e segui a direita oposta, quando fui no mercado. Sabia que tinha comércios aqui pertos, então eles seriam meu ponto de distração. Era um tédio total quando Aurora não estava comigo. Ela era meu ponto de distração, então eu sempre tinha alguma coisa pra fazer com ela em casa, mas agora... Estou sem rumo para distração e para arrumar alguma coisa pra fazer.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora