━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓
Eu não posso desejar ele. Não posso desejar Victor.
Isso é o pior erro que estou cometendo. Eu odeio ele. Não posso sentir a atração, desejo, vontade de beija-lo, vontade de transar com ele, nada. Eu me obrigo a parar de pensar nisso. Desde aquele momento no meu carro, quando me beijou no pescoço e me cheirou, fiquei com os pensamentos de querer que ele me beije. Por mais que tenha se passado anos, sinto falta do seu beijo.
Eu não posso confessar isso a mim mesma!
Esse cara tem que sair da minha cabeça, antes que eu acabe enlouquecendo e peça para que me beije e que transe comigo. Não sei o que sinto mais ao seu respeito. Atração ou ódio? 50% cada? 60% ódio e 40% atração? Ou vice versa? Não sei pela qual me xingo mais, em sentir mais atração do que ódio, ou de sentir pelo menos um pouco de atração por ele, em meio a tanta raiva. Talvez os dois.
Tenho que tirar ele da cabeça e todas essas loucuras minhas e a única forma que eu encontrei, é beber. Não sou de beber, não sou muito fã de bebida alcoólica, mas beber vai me ajudar um pouco a esquecer isso. Nem que eu fique de ressaca. Não posso deixar ele tomar minha cabeça e deixar que me interrompa de fazer minhas coisas.
E quer saber? Que se dane a ressaca. Não estou nem aí. Eu preciso beber e é isso que eu vou fazer.
Estou agora na sessão de bebidas do mercado, olhando para as duas prateleiras enormes de diversos tipos de bebida. Qual eu pego? Tem muitas opções. Acho que Vodka, já que é a bebida que mais me faz viajar mentalmente. E a que é mais fácil de eu esquecer minha tentação por Victor. Pago a bebida e volto para o apartamento.
Ao fechar a porta, vou em direção a cozinha, onde pego um copo qualquer que tem no armário e abro a Vodka, colocando uma quantidade exagerada no copo. Vou para a sala, onde me sento no sofá, com a garrafa de Vodka na mão e na outra, o copo cheio dela. Dou um gole e faço uma careta, ao sentir o álcool. Nem me lembro a última vez que bebi álcool. Faz muito, muito tempo. Nunca fui de beber e quando engravidei de Aurora, cortei o álcool e mantive ele fora de mim por muito tempo. Então, era de se esperar a careta.
Ligo a televisão, para me entreter e mando outro gole de Vodka para dentro. Faço uma careta mais leve e olho para o copo. Eu realmente estou bebendo para esquecer de Victor. Não acredito nisso.
....
━━ 𝐕𝐈𝐂𝐓𝐎𝐑 𝐂𝐀𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐈
Saio do banho e visto uma roupa confortável, para ficar em casa mesmo, já que não vou sair hoje para nada. Ao vestir uma camisa qualquer, ouço a campainha do apartamento tocar e fico me questionando quem poderia ser. O porteiro? O zelador? Alguma faxineira? A empregada que eu contratei?
Saio do meu quarto, indo até a porta de entrada e quando abro ela, arregalo os olhos de espanto, ao me deparar com Bárbara. Ela está apoiada de costas na parede e quando vira a cabeça, para me olhar, percebo rapidamente que está bêbada. Não esperava ela aqui tão cedo, muito menos dessa forma. Eu a olho de cima a baixo e então ela para de se apoiar na parede e se vira para mim.
- Como você tá vizinho? - diz mole, bem mole e sinto o cheiro de Vodka vindo da sua boca. Ela dá um passo na minha direção. - Não vai cumprimentar sua vizinha predileta? - abriu os braços, como se fosse uma surpresa saindo de uma caixa e eu a olho, totalmente sem ter ideia do que fazer.
- O que deu em você? - pego seu pulso e a puxo para entrar no apartamento, até que ela se agarra em mim, me abraçando com os braços na minha nuca.
- Me beija. - ela pede.
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𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓
Roman d'amour𝐒𝐢𝐧𝐨𝐩𝐬𝐞: Após quatro anos fora, Bárbara retorna a Nova York, mas não apenas com sua melhor amiga e sim com uma filha pequena. Bárbara teve que lidar com a maternidade inesperada sozinha, sem a presença do seu companheiro, que a traiu doloros...