68. Babá ⛓️

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━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

É horrível a sensação, de acordar logo cedo e vomitar até as tripas pra fora. Joguei minha janta toda pra fora e mais alguma coisa que não sei o que pode ser. Talvez as tripas, realmente. Estou a quase 20 minutos dentro do banheiro, com a cara dentro da privada, sentindo uma ânsia horrível. Respiro fundo, tirando a cabeça de dentro do vaso e me apoio sobre as pernas dobradas.

— Passou a ânsia? — Victor perguntou, pela terceira vez, preocupado e eu neguei, enjoada. Ele estava agachado ao meu lado, com sua mão deslizando pela minha lombar, fazendo carinho.

— Eu não deveria ter comido aquele bolo de carne. — comento, colocando a mão na testa. A ânsia volta. — Ah, meu Deus... — me inclino sobre o vaso e jogo as tripas pra fora, sentindo meu estômago e minha garganta doerem.

Senti uma mão segurar meu cabelo e agradeci, para não ter perigo de sujar com meu vômito. As costas da mão dele subiu e desceu pela minha lombar de novo e eu joguei a cabeça para trás, respirando fundo. Fechei os olhos, rezando para que essa ânsia passasse.

— Eu não deveria ter te engravidado. — Victor disse, com uma culpa na voz, provavelmente olhando meu estado.

— O pior é no final. — dei descarga, me sentando no chão do banheiro e me encostando da privada, ficando de frente com ele. Abro os olhos. — Isso não é nada em relação ao parto.

— Quanto tempo dura isso?

— Não depende de mim. Depende da gravidez.

— Na vez de Aurora foi assim também?

— Foi menos. — respirei fundo, finalmente sentindo a ânsia passar. — É horrível vomitar. — resmunguei e coloquei a mão na testa de novo, me sentindo meio quente e suada.

— Passou a ânsia agora? — afirmo, mesmo não tendo total certeza. — Vamos tomar um banho então. — ele propôs, decidido e me ajudou a levantar do chão. Fui lavar minha boca, enquanto ele tirava a roupa para tomar banho.

Ele me abraçou, quando entrei no box e fui para debaixo do chuveiro. Encostei a cabeça em seu peito, me sentindo cansada. Tive ânsia de madrugada e pensei que ia vomitar todo o jantar, mas deixei para fazer isso agora cedo. Victor não sabe que passei mal de madrugada e não quero preocupar ele com essas coisas, que são normais no período da gravidez. Victor sempre se preocupou comigo e agora que sabe que estou grávida, sua preocupação vira em dobro e eu não quero isso. Não quero se preocupe, com coisa que eu sei que é normal.

Terminamos o banho. Nos vestimos e descemos para o café. Eu não queria comer nada e não tinha vontade de comer nada. Parecia que minha barriga já estava cheia. Todos na mesa já estavam comendo quando chegamos e ver eles comendo, me fez perder mais ainda o apetite. Me sentei no lugar de sempre, querendo nem olhar para as comidas na mesa.

— Não vai comer, querida? — Angélica perguntou.

— Estou enjoada. Não quero comer nada. — passei a mão no rosto.

— Nem um suco? Ou uma vitamina?

— Não quero. Acho que vou vomitar se comer alguma coisa. — resmunguei, fazendo cara de nojo para as comidas.

— Mais tarde tenta comer algo, quando passar o enjôo. — Victor me aconselhou e eu só afirmei com a cabeça.

— Vucê tá dodói, mamãe? — Aurora perguntou, com preocupação.

— A mamãe só tá enjoada, meu amor. É o bebê que está me deixando assim.

— O bebê é malvado. — não aguentando, ri com o que disse, assim como todos.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora